Moradora de terreno invadido, onde antes ficava o antigo clube Samambaia, localizado no Jardim Campo nobre II, Edna Maria Candido, usou a tribuna da Câmara Municipal de Campo Grande, nesta terça-feira (26), para cobrar dos vereadores uma posição sobre a situação do despejo das famílias que moram no local. A representante denunciou contas altas de energia chegando nas casas, mesmo sem os moradores terem residência garantida.
Os moradores receberam notificação de despejo da área particular após o proprietário pedir reintegração de posse. O prefeito Marcos Trad (PSD) havia dito que compraria o terreno onde moram as 400 famílias, porém, o dono do local não quis vender.
Segundo ela, a fala do prefeito ocorreu durante audiência pública para discutir a situação das famílias no dia 17 de novembro na Câmara Municipal.
Edna disse que quando os relógios de energia foram instalados, alguns vereadores comemoraram. “Agora queremos saber quem vai nos ajudar. Relógios do depósito da Energisa foram colocados, a conta pode estar no meu nome, mas nunca vem um nome de bairro correto", declarou.
Ela afirmou ainda não precisar de faculdade para saber sobre seus direitos. "Disseram que construímos pocilgas no local, mas como vem uma conta de R$ 540 de energia?" Questionou.
Segundo a moradora, o prefeito disse em uma audiência que ofereceu uma área para a Z empreendimentos, dona do local onde as famílias moram, mas a empresa negou.
"Queremos essa área. Não temos iluminação pública, mas a Energisa cobra todo mês r$ 40 de iluminação pública. Tem gente com conta de r$ 1.100. Não vamos desistir, se as máquinas chegarem para derrubar nossas casas, nós vamos resistir", finalizou.
Eduardo Romero (REDE) orientou que eles não tenham medo de processar e procurar o Ministério Público. “Não temos condições de estalar os dedos e resolver o problema, mas temos compromisso, de junto com vocês, buscar alternativas”.
Ayrton Araújo (PT) completou que a Casa trata todo assunto que chega com responsabilidade. “Nosso interesse de ajudar é grande, mas vcs precisam ir ao MP, pois o prefeito falou que se liberada em a área, ele compraria”.
Dharleng Campos (PP) disse que, todos estão pagando conta de energia alta. “Estamos travando uma guerra com Energisa, a população toda está pagando conta alta de luz.
Valdir Gomes (PP) comentou sobre a intenção de trazer de volta a CPI para resolver o problema do valor das contas de energia.
Chiquinho Telles (PSD) lembrou que se trata de uma invasão de área particular. Ele comentou que o proprietário pede R$ 30 milhões pelo local. “O Ministério Público disse que pode até desapropriar, mas não tem garantia dos moradores permanecerem no local”, disse. “É uma causa que a Câmara não pode fazer muita coisa”. Isto porque se trata de área particular.