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EMENDAS SERÃO APRESENTADAS

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Deputados criam comissão para
tentar mais investimentos para UEMS

Reitor disse que faltam R$ 51 milhões para a universidade

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Os entraves que evolvem a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) continuam e a cada projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que são enviados, anualmente, para a Assembleia Legislativa, a esperança dos alunos e responsáveis pela instituição reascendem. Neste ano, para atender as reivindicações e promover debates, deputados criaram comissão específica com objetivo de fazer a interlocução do Executivo estadual.

Audiência pública que ocorreu na manhã desta segunda-feira (25), na Casa de Leis, reuniu professores, estudantes, pais de alunos e o pró-reitor de ensino , João Mianutti, para debater a situação e possíveis soluções aos problemas enfrentados por quem cursa Medicina na instituição.

Falta de docentes efetivos e infraestrutura precária foram citados como os principais problemas a serem solucionados por meio de uma comissão multidisciplinar que cobrará providências urgentes do Governo do Estado.

De acordo com  Mianutti , o deficit de professores é de 150 a 200 profissionais. “Planejamos a universidade em cima do valor de R$ 252 milhões e precisamos disso pra funcionar”, complementou.

“Vamos reunir tudo o que foi apresentado em um documento e, juntamente com essa comissão que estamos formando, cobraremos providências urgentes. Ou a Medicina da UEMS toma o trilho da excelência ou temos que dizer para vocês o que está acontecendo. O Estado dá muitas desculpas, mas não resolve a situação”, afirmou o presidente da Comissão de Saúde da Casa de Leis, Dr. Paulo Siufi (MDB), que propôs a audiência atendendo à solicitação de acadêmicos.

Segundo Siufi, o grupo de trabalho será formado por estudantes, professores, representantes da UEMS e demais deputados estaduais que quiserem fazer parte da mobilização. O objetivo é buscar, em parceria com o Governo do Estado, a garantia de investimentos para a universidade e o repasse efetivo.

O deputado se comprometeu a empenhar recursos, via emenda parlamentar, para auxiliar a Medicina da UEMS. “Este é um momento oportuno, considerando que já está em andamento nesta Casa de Leis a análise da LDO”, lembrou.

O deputado ressaltou que o curso de Medicina amarga o sucateamento, com oferecimento “de um dos piores salários do país para os professores”, redução de recursos orçamentários e infraestrutura insuficiente, o que foi demonstrado pela acadêmica Liviane Michelassi da Silva que estava presente na audiência.

Ela apresentou a cronologia da crise enfrentada pelos acadêmicos, marcada por paralisações dos estudantes e dos professores, além de incertezas quanto ao reconhecimento do curso pelo Ministério da Educação (MEC).

“Quando começamos, até as lâminas e outros materiais eram emprestados e havia pouquíssimos professores efetivos. Recorremos até ao governador (Reinaldo Azambuja) que nos prometeu resolver a situação. Obtivemos algumas conquistas, como a abertura de concursos e o convênio com a Unigran para a utilização dos laboratórios deles durante as aulas”, contou.

Contudo, segundo Liviane, muitos insumos básicos não chegaram e o curso também não dispõe de biblioteca adequada para atender os 192 acadêmicos de Medicina. Pelo menos 145 obras básicas são necessárias, conforme exigência do MEC, que somente autorizou o curso – ainda não o reconheceu.
Outra preocupação citada pela estudante foi com relação ao período de contratação dos docentes. 

Anteriormente, as contratações eram prorrogadas imediatamente ao final dos contratos, mas agora deverá haver seis meses de intervalo para nova contratação do mesmo professor. “Na prática, isso pode nos prejudicar muito porque não podemos ficar sem mais professores”, disse.

MAIS INVESTIMENTOS
Para a vice-coordenadora do curso de Medicina da UEMS, Renata Vidal, parcerias com as secretarias municipal e estadual de Saúde têm contribuído para amenizar a situação, mas ainda é preciso garantir os investimentos necessários em infraestrutura.

Emocionada, a professora Erika Caneta Ferri fez um apelo. “É importante que se faça o debate a respeito da universidade que queremos. Os esforços precisam ser traduzidos em ações concretas. Temos que ser mais eficazes”, afirmou.

Dos R$ 252 milhões considerados prioritários - pelos professores e direção da UEMS - para garantir a saúde financeira da universidade ao longo deste ano, foram aprovados somente R$ 201 milhões, mediante Orçamento Estadual para 2018. “São pelo menos R$ 50 milhões a menos que impedem investimentos tão necessários”, disse o professor Esmael de Almeida, presidente da Associação de Docentes da Universidade Estadual (ADUEMS).

Segundo o pró-reitor, João Mianutti, a instituição “tem buscado incessantemente” soluções para as dificuldades e deverá empossar dez novos professores do curso de Medicina até dia 6 de julho. “Estamos agilizando a contratação e nos negamos à inércia. Não vamos abandonar essa luta, mas o fato é que até a interiorização do ensino superior deve ser rediscutida”, disse.

Para ele, a burocracia dos pregões, para aquisição de materiais, e a falta de atrativos aos médicos dificultam a situação do curso. “Tivemos dois colegas médicos, efetivos, que declinaram das vagas porque, infelizmente, não há atrativo para o médico ser professor na instituição. Isso também deve ser analisado”, afirmou.

LICITAÇÕES

O deputado Paulo Siufi também cobrou, durante a audiência, que pregões e licitações foram realizados porém materiais foram comprados e não chegaram até a universidade. “Vou ao Ministério Público ver porque esses pregões não foram pra frente, vou investigar aquelas licitações que foram pra frente, que houve o pregão e material não chegou. Isso deve ser esclarecido”, ameaçou o parlamentar.

EMENDAS

Deputados já anunciaram que vão apresentar emendas para pedir os valores solicitados pela UEMS, mas que a decisão depende mesmo do governador. "Espero que daqui pra frente essa comissão possa levar pra frente os pedidos até a caneta do governador, ele que determina, ele pode mandar portaria o que ele queiser revisão, agora é a boa vontade dele para que curso de medicina nao fique do jeito que tá porque não tem condições de ficar assim", finalizou Siufi.

*Matéria editada às 16h42 para correção de informações

Sem acordo

Cimi critica Lula por propor a Riedel compra de fazenda para "salvar" indígenas em Dourados

Para órgão ligado à Igreja Católica, solução para crise Guarani e Kaiowá é "demarcação de terras, como manda a Constituição"

15/04/2024 19h19

Eduardo Riedel e Lula durante evento na JBS, em Campo Grande Marcelo Victor

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O Conselho Indigenista Missonário (Cimi), órgão ligado à Igreja Católica e que é um dos maiores apoiadores da causa indígena no Brasil, divulgou nota criticando a proposta feita pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB), na manhã de sexta-feira (12). 

Na ocasião, Lula propôs a Riedel a compra, “em sociedade”, de uma fazenda para “salvar aqueles Guarani que vivem perto de Dourados, na beira da estrada”. Para completar, o presidente da República ainda pediu que Riedel lhe telefone quando encontrar a fazenda para ser adquirida para alocar os indígenas em situação de extrema vulnerabilidade. 

Para o Cimi, em nota publica nesta segunda-feira (15), o discurso do presidente da República “provocou revolta nas lideranças indígenas e em uma ampla gama de aliados dos povos originários”. “O presidente propôs a compra de terras tradicionalmente ocupadas para os Guarani, no lugar da demarcação de terras nos moldes que determina a Constituição Federal”, argumentou o Cimi. 

O órgão da Igreja Católica ainda completou: “ É fato que Lula sabe que essa possibilidade, além de ser explicitamente vedada pelos incisos 1 e 6 do artigo 231 da Constituição, jamais será capaz de atender às necessidades básicas e essenciais dos Kaiowá e Guarani. Inclusive tendo em vista, por exemplo, todas as problemáticas existentes nas oito reservas criadas pelo antigo Serviço de Proteção aos Índios (SPI)”.

Ainda para a entidade ligada à causa indígena, a fala de Lula abre margem para interpretações que invertem a ordem constitucional, no que diz respeito ao direito originário que os povos indígenas têm à demarcação de suas terras tradicionalmente ocupadas.

“Ao invés de propor a compra de terras para indígenas, Lula poderia propor, como fez há vinte anos, a aquisição de terras não tradicionais para assentar os não indígenas de boa fé que eventualmente tenham recebido títulos do Estado e que serão impactados pela demarcação das terras indígenas. Conforme destacado por Lula, o governo federal já promoveu o reassentamento de famílias impactadas e tal solução está totalmente protegida pela legislação”, argumentou o Cimi em nota.

Governador

O governador Eduardo Riedel (PSDB) na sexta-feira (12) disse que não só apoia a proposta de Lula, como a defende desde que presidia a Federação da Agricultura e da Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul)

Há pouco mais de uma década, em 2013, apoiou a criação pelo Poder Executivo, na época chefiado por André Puccinelli (MDB), do Fundo para Aquisição de Terras Indígenas (Fepati). 

“É um caminho que a gente vem apontando há muito tempo. Que a gente comece por essas propriedades, e que a gente dê solução a isso”, afirmou Eduardo Riedel, em vídeo gravado em seu gabinete, na noite de sexta-feira (12).

“Ao invés de propor a compra de terras para indígenas, Lula poderia propor, como fez há vinte anos, a aquisição de terras não tradicionais para assentar os não indígenas de boa fé que eventualmente tenham recebido títulos do Estado e que serão impactados pela demarcação das terras indígenas.

Conforme destacado por Lula, o governo federal já promoveu o reassentamento de famílias impactadas e tal solução está totalmente protegida pela legislação”, argumentou o Cimi em nota.

O Cimi aproveitou para criticar Riedel, e lembrou que quando ele presidiu a Famasul, ajudou a organizar um evento chamado na época de “Leilão da Resistência”, contra as várias ocupações de terra que ocorria na época. 

“Lula, seu governo, todos os fazendeiros e todos os empreendimentos sobre terras tradicionais dos Guarani deveriam compreender que a reivindicação deles não será jamais momentânea. Que mesmo distantes de seus territórios, seu sentido de pertencimento a eles é incondicional, inegociável e transmitido de geração em geração. E que basta uma mínima mudança na correlação de forças para que sua resistência e suas ações autodeterminadas se manifestem e confirmem seu caráter permanente”, finaliza a nota do Cimi.
 

Reivindicações

O Cimi ainda listou cinco passos para uma solução definitiva para a conflito e crise humanitária na região do Sul de Mato Grosso do Sul, que para o órgão, vai além da compra de fazenda. 

A primeira delas é a demarcação de todas as fazendas reividicadas pelos Kaiowá e Guarani no Estado, nada menos que 900 mil hectares de terra, e que segundo eles, representa que menos de 10% do território que perteceu a estes dois povos. 

O Cimi ainda aproveitou ao citar este passo, para alfinetar o presidente da República mais uma vez, ao criticar o fato de a proposta ter sido feito dentro de uma unidade da JBS, em Campo Grande, que terá sua capacidade de abate ampliada, e a geração de empregos dobrada para 4,6 mil vagas diretas, por causa da habilitação para exportação para a China a partir desta planta. 

“Cabe ressaltar que o setor da pecuária, representado pelo frigorífico onde Lula discursou, ocupa mais de 60% das terras do estado”, ironizou a nota do Cimi. 

O Cimi ainda quer que o governo atue para tornar inconstitucional a Lei 14.701/2023, conhecida como “Lei do Marco Temporal”. O Cimi ainda quer que a União adote um parâmetro para demarcar terras indígenas a partir do julgamento do Supremo Tribunal Federal que considerou inconstitucional a tese do marco temporal. 

Mas não é só isso, o Cimi quer a garantia de recursos financeiros e técnicos para identificar, declarar e homologar as terras Kaiowá e Guarani “há décadas pendentes”. 

O órgão ainda pede para Lula ordenar ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowiski, que declare a Terra Indígena Ypoi - Triunfo, no município de Paranhos, fronteira com o Paraguai. Segundo o Cimi, a reserva “se encontra há um ano sem sinal de andamento junto ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJ), depois de décadas negligenciada no âmbito da Funai”.

Por fim, o órgão da Igreja Católica quer que o governo federal providencie os meios, recursos e terras para realocar pessoas de boa-fé, “não envolvidas em conflitos armados contra os Guarani e Kaiowá e que foram impactadas pelo processo de demarcação”. 

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Novo Pac

Com recurso de R$ 800 mil, rotunda passará por processo de estudo para viabilizar revitalização

Iphan-MS e a Prefeitura de Campo Grande debateram ações de planejamento com o recurso liberado pelo governo Federal por meio do Novo Plano de Aceleração do Crescimento, para realizar estudo de revitalização da área

15/04/2024 18h20

Com R$ 800 mil de investimento liberado a rotunda passará por estudos que viabilizem a restauração do espaço Marcelo Victor / Correio do Estado

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Com investimento de R$ 800 mil liberado pelo Novo Plano de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), a rotunda deve passar por uma revitalização. O planejamento passou por discussão entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em Mato Grosso do Sul (Iphan-MS) e a Prefeitura Municipal de Campo Grande.

A reunião ocorreu três dias após parte do complexo desabar entre o Iphan e a Prefeitura da Capital, para debater ações emergenciais em partes do Complexo Ferroviário da antiga Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, bem cultural tombado pelo Instituto em 2009.

O projeto receberá R$ 800 mil em investimento que já está aprovado, para que seja elaborado estudos da arquitetura do espaço de desta forma desenvolvam projetos para a restauração do patrimônio histórico. 

“Esse é o passo número um para as obras. Então, a Sectur está cadastrando essa ação junto ao Governo Federal para permitir o repasse do recurso à administração municipal, que licitará os projetos de arquitetura. E esse estudo será feito numa construção em conjunto entre o Iphan, prefeitura e sociedade civil organizada para pensar na melhor ocupação e usos para aquela região tão importante da nossa cidade”, explica o superintendente do Iphan-MS, João Santos.

A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), destacou que é fundamental para o município, em parceria com órgãos de competência na área, a realização de um projeto para que seja feita a revitalização de toda a área. 

“A prefeitura tem o objetivo de preservar e quer que a população tenha acesso a esses locais, que são nosso patrimônio histórico e cultural. Por isso, o Executivo está à disposição com as equipes técnicas e fará esse compromisso para que, no futuro, esse complexo possa voltar a ter vida na capital”, explicou Adriane.

A chuva do dia 7 de abril, acarretou no desabamento de parte do teto do local que no passado funcionava como abrigo das locomotivas. Estiveram presentes na reunião os representantes da secretaria Municipal de Obras (Sisep), a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Sectur) e a Subsecretaria de Gestão e Projetos Estratégicos (Sugepe).

Interdição

Um dia após o desabamento que ocorreu na região da Rotunda Ferroviária de Campo Grande, a Defesa Civil foi até o local e interditou os galpões históricos que compõe o complexo na Capital

Importante explicar que esse complexo da Rotunda da Ferroviária chegou a ser reservado, nos planos da Prefeitura Municipal, para abrigar um Museu Interativo com instalações multimídias que deveria contar toda a história da ferrovia noroeste do Brasil. 

Histórico


Memória cultural de todo um sistema econômico, o complexo da Rotunda foi financiado em 1939, pelo então governo de Getúlio Vargas, durante o regime de Estado Novo, com as obras iniciando entre 1941 e concluídas dois anos depois. 

Esse espaço contempla a rotunda em si, que - comportando a época 13 locomotivas - fica sendo a maior edificação do local; além do girador de 20 metros de diâmetro. 

Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), todo o complexo foi tombado como patrimônio (nas esferas Municipal, Estadual e Federal) após os movimentos de Campo Grande a partir de 1996, pelo Decreto número 3.249, de 13 de maio. 

Já em março de 1997 o Governo do Estado vai em direção ao decreto campo-grandense e publica a lei n.º 1.735, em 26 de março de 1997, tombando os sítios das estações do Complexo Ferroviário, Histórico e Urbanístico da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil.


** Colaborou Marcelo Victor e Leo Ribeiro

 

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