Cidades

SEGURANÇA

A+ A-

Busca por armas aumenta 60%, mas ainda faltam informações para os interessados

Acesso em site de venda de armas subiu de 6 mil para 25 mil por dia

GABRIELA COUTO

18/01/2019 - 13h25
Continue lendo...

Aumentou em 60% a procura de pessoas interessadas em comprar armas em Campo Grande desde a divulgação do decreto do presidente Jair Bolsonaro (PSL), que facilita a compra de armas no país.

Há nove anos no mercado de venda de armamentos, Aramiz Antônio, 37 anos, viu o número de acessos do site da empresa passar de 6 mil para 25 mil ao dia. O site chegou a ficar lento e o empresário teve que aumentar a banda larga da internet para atender a demanda.

“Falta muita informação para as pessoas. Antes do decreto o governo deveria divulgar os requisitos para a aquisição de armas. Agora todo mundo acha que dá para comprar. As pessoas acham que é como comprar uma televisão”, afirma.

Deste montante dos 60% de procura, ele divide 40% de pessoas que já têm a experiência de comprar armas e utilizaram o decreto para ampliar seu arsenal e coleção. “O restante dos 20% é de curioso.”

Antes de adquirir uma arma é preciso uma série de documentos. “Aqui no Mato Grosso do Sul uma pessoa vai gastar cerca de R$ 750 com os papéis de curso de tiro para o calibre preterido, exame psicológico, taxa de emissão de documento. Enfim, é uma pasta de documentação que habilita a pessoa a comprar um produto desses.”

A mais em conta é um revólver Taurus RT85/TI/MUL. O item é o preferido das mulheres e custa R$ 2,8 mil. “É uma arma voltada para o público feminino, porque pesa apenas 410 gramas com munições e cabe dentro da bolsa”. Já as mais caras são as importadas, que carregam 93,5% de imposto. Uma pistola deste modelo chega a custar a R$ 12 mil.

O calibre preferido dos compradores é a pistola de 380 e o público que se interessa em comprar armas tem perfil variado. Há ainda a exigência de se ter 25 anos ou mais.

O site da empresa de Antônio foi clonado há dois anos e até hoje está no ar por ser um provedor estrangeiro. Por isso, neste momento de liberdade da corrida pelo armamento é importante prestar atenção nos detalhes da empresa que está fazendo a venda.

“É preciso conhecer o estabelecimento que está comprando. A venda no país só é feita com todas as documentações. Nesse site fake não há selos de segurança, as armas estão sendo comercializadas pela metade do preço e se quer há uma exigência de documentação para  regularizar a venda da arma.”

ANISTIA

A expectativa é que no próximo dia seja publicado o decreto de anistia para quem possui armas irregulares no Brasil. Estima-se que este caso representa o arsenal de 9 milhões nesta situação.

Segundo o um dos quatro armeiros credenciados no Estado, Mauro Ferreira dos Anjos Junior, este montante abrirá espaço para o mercado de manutenção desse armamento. “Estamos aguardando a publicação do decreto.Uma restauração de arma antiga custa entre R$ 800 a R$ 1 mil”

Hoje para fazer a manutenção de uma arma é preciso ter uma guia de transporte, com horário e dia específico. A arma necessita estar em dia a documentação do armamento e do cliente.

No entanto, o proprietário da Casa do Tiro, Antônio Aramiz, acredita que a proximidade da fronteira do Brasil com Paraguai e Bolívia vai facilitar a compra de armas para serem regularizadas no país com a anistia. “Não vamos só perder a venda, mas o número de arma irregular entrando no país para contrabando e criminalidade será maior”, conclui.

REQUISITOS

No Brasil, armas de fogo podem ser comercializada para todos os cidadãos brasileiro ou estrangeiro desde que preencham os requisitos legais, conforme descrito na Lei 10.826/2003, são estes: 

* Ter idade mínima de 25 anos, exceto para os cargos definidos no artigo 28 da Lei 10.826/03;
* Possuir RG, CPF e comprovar residência (Água, Luz, Telefone, DECLARAÇÃO com firma reconhecida do titular da conta ou do proprietário do imóvel, Certidão de Casamento ou de Comunhão Estável), caso esteja em nome do cônjuge ou companheiro;
* Declarar a efetiva necessidade, expondo fatos e circunstâncias que justifiquem o pedido;
* Comprovar idoneidade, com a apresentação de certidões negativas de antecedentes criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual (incluindo Juizados Especiais Criminais), Militar e Eleitoral e de não estar respondendo a inquérito policial ou a processo criminal.
* Apresentar documento comprobatório de ocupação lícita, ex.: Holerite; Contrato social; Carteira profissional / funcional; Inscrição Estadual da área rural e etc.;
* Comprovar capacidade técnica e de aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo, realizado em prazo não superior a 01 ano, que deverá ser atestado por instrutor de armamento e tiro e psicólogo credenciado pela Polícia Federal;
* 1 (uma) foto 3x4 recente.
* Pagar a taxa no valor de R$ 88,00, conforme estabelecido no art. 11, I e Anexo da Lei 10.826/03.

 

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

Continue Lendo...

A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

Continue Lendo...

A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

Assine o Correio do Estado.

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).