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Com um desaparecimento a cada 13 horas, Estado não tem delegacia especializada

Polícia Civil reconhece que não dá conta de investigar todos os casos

LUANA RODRIGUES

16/11/2018 - 11h00
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Desde 26 de julho de 2017, a funcionária pública Maria Estela Ferreira, 44 anos, vive a angústia de não saber o paradeiro do filho. Esta é a data em que Gabriel Ferreira Modesto, 21 anos, viajou de Campo Grande para Ponta Porã, na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai, onde iria comprar o enxoval do filho, que estava prestes a nascer. Desde então, o rapaz não voltou para casa.  

“Ele estava com pouco dinheiro e disse para esposa que ia comprar roupinhas, mas não voltou. A única coisa que eu sinto hoje é esperança de encontrá-lo. Todos os dias eu acho que ele vai chegar em casa vivo e bem, isso ninguém tira de mim. Mas é muito duro”, diz a mãe.

Um boletim de ocorrência foi registrado pela família no dia 28 de julho do ano passado. O caso passou a ser investigado pela polícia, mas a mãe só foi chamada para prestar depoimento no mês de outubro deste ano. “Quase toda semana eu falo com a investigadora, mas ela nunca tem nada pra me dizer. Eles dizem que eles estão empenhados, mas que não tem só esse caso, que tem outros e os crimes”, lamenta a mãe.

Assim como o caso de Gabriel, neste ano, outros 551 desaparecimento foram registrados em Mato Grosso do Sul, o que representa um caso a cada 13 horas. Apesar do número alto, o Estado não tem uma delegacia, nem departamento especializado para investigar os casos. “Eu acho que deveriam dar mais atenção, porque quem sofre é a família”, diz Maria.

Caso que ficou bastante conhecido no Estado e também não foi esclarecido, é o desaparecimento dos irmãos Rodney Campos dos Santos, 27, e Edinei Bruno Ortiz Amorim, 20. Os dois sumiram no dia 12 de agosto do ano passado, após serem abordados no pátio de um posto de combustíveis de Ponta Porã, por quatro policiais do Departamento de Operações de Fronteira (DOF). Mais de um ano depois do crime, o caso está sob investigação na Delegacia Especializada em Homicídios (DEH), mas não há pistas da dupla.

Para o presidente da Comissão de Direitos Humanos, Christopher Scapinelli, há necessidade de um aparelhamento maior das políticas públicas para que sirvam de respaldo às famílias. “Fiz uma pesquisa e constatei que é dificil de identificar informações e o acesso não é claro aos familiares. Não acredito que uma delegacia especializada seja a solução, mas um setor e uma rede de informações com esclarecimento de fácil acesso, com ampla divulgação às vítimas”, considera.

No próprio site institucional, a Polícia Civil reconhece que não dá conta de investigar todos os casos e sugere  às vítimas a contratação de um detetive particular para solucionar os casos. “O detetive particular pode se tornar uma excelente opção para dar atenção total ao caso e conseguir localizar a pessoa desaparecida o quanto antes, auxiliando as autoridades locais, que muitas vezes não conseguem conciliar o grande número de ocorrências diárias com a busca as pessoas desaparecidas”, orienta.

Procurada, a PC não respondeu aos questionamentos da reportagem. Assim como a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), que não esclareceu porque alguns casos nunca são solucionados, nem se o governo tem planos de implantar uma delegacia especializada em desaparecimento no Estado.

DENÚNCIAS

Atualmente, casos de desaparecimento podem ser registrados em qualquer delegacia do Estado. Para realizar o registro na delegacia, o denunciante deve levar uma foto da pessoa desaparecida e o máximo de informações. Também é importante que a família informe todas as características possíveis do desaparecido.

Além disso, existem dois importantes instrumentos de apoio à sociedade brasileira para localização de pessoas desaparecidas, dentre elas crianças e adolescentes, que é o site de desaparecidos do Ministério da Justiça (desaparecidos.mj.gov.br) e o Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas.

 AJUDA

Quem tiver qualquer informação sobre desaparecidos deve entrar em contato com a polícia, pelos telefones (67) 3318-9000 ou 190. A família de Gabriel Ferreira Modesto, 21 anos, também disponibiliza o (67) 99145-5453.

Greve Geral

Assembleia Geral define se professores da UFMS irão aderir à greve

Com 60% de docentes favoráveis, nesta terça-feira (21) Assembleia Geral irá decidir por meio de votação acerca da paralisação

22/04/2024 17h15

A seção convidou docentes filiados e não filiados ao sindicato, técnicos e estudantes para participar do evento que ocorre a partir das 8h, nas quatro unidades da UFMS Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Assembleia Geral convocada pelo sindicado dos professores (ADUFMS) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), definirá na manhã desta terça-feira (23), os caminhos com relação à greve dos profissionais da categoria.

A seção convidou docentes filiados e não filiados ao sindicato, técnicos e estudantes para participar do evento que ocorre a partir das 8h, nas quatro unidades da UFMS. Cada uma delas terá sua assembleia, levando em consideração pontos específicos conforme a demanda de cada campi. 

Conforme noticiado pelo Correio do Estado no dia 9 de abril, ficou definido pela manutenção do Estado de Greve, isto é, a paralisação dos profissionais da educação pode ocorrer a qualquer momento.

Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), que iniciou a paralisação no dia 15 de abril,  52 universidades, 79 institutos federais (IFs) aderiram ao movimento em todo país.

A presidente da ADUFMS,  a professora  Mariuza Aparecida Camillo Guimarães, explicou que os educadores estão pleiteando pelo reajuste salarial de 22% dividido em três parcelas (2024, 2025 e 2026). 

São cerca de 1.500 docentes na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, fora os aposentados.

"Temos uma carreira que não tem um percentual específico entre uma e outra, mas quando se trata do início de carreira do docente, ou um piso na educação superior isto representaria em torno de R$4.900,00, para um doutor em dedicação exclusiva, ou seja, não pode trabalhar em outro lugar", explicou Mariuza Aparecida.

Servidores técnicos-administrativos

O Ministério da Gestão e da Inovação esteve reunido com lideranças sindicais, na sexta-feira (19), e propôs o reajuste de 9% para os servidores técnicos-administrativos. Em Mato Grosso do Sul são 1.700 integrantes da categoria que estão em greve desde o dia 14 de março. 

A proposta de reajuste indicada foi de 9% para 2025 e 3,5 para 2026, deixando o ano de 2024 fora da rodada de negociações.

Algumas das demandas relacionadas ao plano de reestruturação de carreira foram acolhidas pelos representantes da pasta.

Além disso, ofereceram aumento nos benefícios que incluem:

  • Auxílio Alimentação;
  • Auxílio-creche
  • Auxílio-saúde

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sista-MS), está pleiteando o reajuste de 10,5% referente a 2024, e o mesmo valor referente aos dois anos seguintes. 

IFMS 


Além dos técnicos administrativos e professores da UFMS que representam (60%) favoráveis a adesão da greve, os profissionais do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) e os servidores técnicos da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) aderiram à greve. 

 

Os campi da IFMS paralisados pela greve dos professores e servidores técnicos são:

  • Campo Grande
  • Corumbá
  • Coxim
  • Dourados
  • Jardim
  • Naviraí
  • Nova Andradina
  • Ponta Porã
  • Três Lagoas

"Continuamos com os campus paralisados, ainda mais que o governo deu uma resposta insatisfatória na sexta. Na próxima quinta-feira nós vamos organizar a nossa assembleia. A expectativa, a grande expectativa, é que a contraproposta do governo seja rejeitada. Porque afinal de contas praticamente não atendeu em nada. Principalmente as reivindicações dos técnicos administrativos", explicou presidente do SINASEFE-MS e técnico administrativo Tiago Thomaz de Assis.

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Cidades

Prefeitura autoriza início da instalação de padrões de energia elétrica para comunidade Mandela

Moradoras do Mandela relembram transtornos causados pela falta de energia no local

22/04/2024 16h24

Divulgação: Prefeitura de Campo Grande

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A Prefeitura de Campo Grande autorizou o início da instalação dos primeiros padrões de energia elétrica para os moradores da comunidade Mandela, na área situada no Jardim Talismã. A ação, concretizada com o apoio da concessionária Energisa, proporciona acesso à eletricidade regular para os moradores e também os insere na Tarifa Social, medida que visa aliviar o ônus financeiro das famílias de baixa renda.

“Agora vou ter energia sem medo de queimar minhas coisas. Lá na comunidade os aparelhos queimavam direto devido à instabilidade. Já perdi a conta de quantas TVs dessas de tubo tive que jogar fora, e nem me animava de comprar uma nova com medo de perder também. Chuveiro quente e secador a gente não podia nem pensar em ter porque podia pegar fogo”, disse a auxiliar de serviços gerais, Marlene Salazar de Lima, de 50 anos, que não vê a hora de se mudar para o local.

“Moro sozinha, tenho problemas de saúde e quando preciso meu filho fica comigo. Ter essa casa vai me dar segurança de ter um lar para descansar, é a minha garantia. Antes daqui eu sempre morei de aluguel, sempre tentei conseguir uma casinha. Agora quero reconstruir tudo o que perdi no incêndio”, contou emocionada.

A camareira, Andréia Rolon Argilar, de 46 anos, compartilha uma experiência semelhante. Ela relatou os desafios enfrentados devido à falta de energia, uma ocorrência frequente na comunidade por conta do grande número de pessoas compartilhando da mesma conexão elétrica, o que diariamente resultava na queda de energia.

“Quando começou a me dar muito problema, eu me endividei para comprar fio e fiz uma ligação sozinha para o meu barraco. Às vezes a gente dormia sem luz e era bem ruim sem ventilador por conta dos pernilongos, mas agora com a luz regular em casa será ótimo. Prefiro pagar e ter meus direitos, quando faltar, ter para quem ligar e reclamar, é uma garantia, uma vitória para todo mundo”, disse Andréia.

Andamento das obras

Na área do Jardim Talismã, o processo de fundação já foi concluído, abrangendo escavações, posicionamento de armações de aço e nivelamento das estruturas residenciais.

Até o momento, dez unidades foram totalmente cobertas, enquanto outras 20 encontram-se em estágio avançado de alvenaria, com esquadrias e rebocos já finalizados; as restantes estão em fase de construção do baldrame e contrapiso. Além disso, as portas e janelas já instaladas estão sendo pintadas.

“Estamos muito satisfeitos em ver que as obras seguem a todo vapor, dentro do cronograma estabelecido. Nosso compromisso é garantir que as famílias sejam atendidas dignamente e que tenham a oportunidade de realizar o sonho de todo brasileiro: ter um CEP, uma casa para chamar de sua. Estamos trabalhando incansavelmente para que isso se torne realidade, assegurando que cada família tenha seus direitos reservados e desfrute de um lar seguro e confortável”, afirmou o diretor-presidente da Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários (Emha), Claudio Marques.

Relembre

No dia 16 de novembro, um incêndio de grandes proporções destruiu cerca de 80 barracos na Favela do Mandela, fazendo com que 187 famílias perdessem seus lares e itens básicos nas chamas.

Poucos dias após o ocorrido, a Prefeitura garantiu que as famílias seriam realocadas para outras áreas da Capital, são elas:

  • José Tavares - 38 lotes
  • Loteamento Iguatemi I - 38 lotes
  • Loteamento Iguatemi II - 30 lotes
  • Talismã - 32 lotes

Os moradores não poderiam reconstruir as moradias no mesmo local onde é a Comunidade do Mandela por se tratar de uma Área de Proteção Ambiental (APP).

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