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EPIDEMIA

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Com quase 11 mil casos de dengue, decreto não melhora atendimento

Notificações da doença aumentam 44% em 13 dias

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A epidemia de dengue ganhou força nos últimos 13 dias, em Campo Grande. O número de notificações saltou de 7.350, no dia 1º de março, para 10.607, ontem. Deste total, 2.805 casos já foram confirmados e uma pessoa morreu. A explosão de casos mostra que apesar de decreto de emergência, publicado na semana passada pela prefeitura, a doença avança. Postos de saúde estão superlotados, faltam médicos e insumos, enquanto o prefeito Marcos Trad (PSD) ainda tenta recursos do Ministério da Saúde.

Além de permitir a compra de medicamentos e insumos sem licitação, o decreto de emergência permite a capitação de recursos extras da União. Com isso, o município espera receber R$ 1.174.682,2, sendo que a maior parte, R$ 804.852,24, será destinada para compra de material de laboratório, como  tubos para coleta de sangue e reagentes para exames. O restante servirá para compra de luvas, sacos de lixo, aquisição de equipamentos de manutenção, tranporte de equipes e até o pagamento de chaveiros para entrada em imóveis fechados. Os dados estão em estimativa de custos da prefeitura para conter a sengue, enviada ao Ministério da Saúde.

Chama atenção que, apensar do caos instalado nos postos de saúde, nada do dinheiro que pode vir da União será utilizado na melhoria do atendimento a população como, por exemplo, contratação de médicos, enfermeiros e outros profissionais.

CAOS

Na manhã de ontem, na UPA do Coronel do Antonino, havia pelo menos 100 pessoas esperando atendimento, metade delas com crianças pequenas no colo. Durante o tempo em que a reportagem do Correio do Estado esteve no local, poucos foram atendidos. Segundo a escala da prefeitura da Capital, havia cinco médicos para atender crianças e cinco profissionais para pacientes adultos no período matutino. 

A espera pelo atendimento, ao que parece, virou costume para os pacientes. Ser atendido em três horas ainda é vantagem para alguns. A massoterapeuta Luciana Borges de Deus, 44 anos, tem ido todos os dias à UPA do Bairro Coronel Antonino levar o filho de 13 anos, diagnosticado com dengue. “Cheguei às 6h e essa tem sido nossa rotina nos últimos dias”, disse.

A diarista Fátima Maria Vieira, 58 anos, foi diagnosticada com zika vírus. Há seis dias, ela tem ido à UPA para fazer exames e acompanhar o quadro da doença. “Eu chego por volta das 8h, mas sempre sou bem atendida. Tem muita gente precisando ser atendida, a espera é normal. A gente já se acostumou com a demora. Esse negócio da dengue tem lotado ainda mais os postos”, considera.

O confeiteiro Mauro César Benites, 52, chegou às 7h10min e saiu da UPA às 9h, para pegar os resultados de exames. “Na terça-feira, procurei a unidade e fui atendido rápido, pois estava com suspeita de dengue. Peguei os exames hoje, mas não vou esperar o médico me falar o que eu tenho, tem muita gente esperando”, afirmou.

Uma mulher de 33 anos quebrou uma vidraça na sala de triagem da UPA do Coronel Antonino com um soco, depois de esperar quatro horas para ser atendida, na noite de terça-feira (12). Os estilhaços atingiram um técnico de enfermagem, que sofreu vários cortes pelo corpo e sangrou bastante. 

CENÁRIO PIOR

O prefeito Marcos Trad (PSD) afirmou que, desde o ano passado, a prefeitura tem se preparado contra a epidemia de dengue e que, se não fossem os trabalhos de conscientização, o número de casos poderia ser maior.

“Desde outubro do ano passado, nós estamos trabalhando para conscientização e educação da população no sentido de não ter um desastre. Nós lançamos as campanhas juntamente de várias redes de supermercados, envolvemos a Associação Comercial, envolvemos as associações de moradores e fizemos material publicitário com divulgação em todos os meios de comunicação, intensificamos as visitas dos agentes de endemias e aumentamos em cinco os veículos de fumacê.

Deu resultado. Há três anos, em 2016, nesse mesmo período de tempo que você está me entrevistando, nós tivemos 19.800 notificações. De 2016 para cá, aumentaram os conjuntos habitacionais, aumentou a população e diminuiu a notificação do registro dessa enfermidade, a campanha de prevenção funcionou sim”, considera o prefeito.

O prefeito afirmou ainda que reforçou o atendimento nos postos de saúde e que as equipes estão preparadas para atender a população. Desde ontem, mais dez unidades básicas de saúde e da família começaram a atender em horário estendido, passando de 22 para 32 unidades.

VACINA DA DENGUE

Com doses prestes a vencer, vacinação contra a dengue é ampliada na Capital

Ministério da Saúde recomendou que público seja ampliado para crianças e adolescentes de 6 a 16 anos em cidades que têm vacinas prestes a vences, para evitar desperdício do imunizante

18/04/2024 12h30

Ampliação do público-alvo começa hoje em Campo Grande, às 13h Foto: Rogério Vidmantas/ Prefeitura de Dourados

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A partir desta quinta-feira (18), as vacinas contra a dengue próximas do vencimento serão aplicadas em crianças e adolescentes de 6 a 16 anos, em Campo Grande. A ampliação do público começa às 13h.

Segundo consta em nota técnica do Ministério da Saúde, crianças e adolescentes de 6 a 16 anos terão a oportunidade de tomar a vacina. A recomendação anterior, do qual definiu a faixa etária de 10 a 14 anos como a ideal, segue mantida para municípios que não tenham lotes vencendo.

Ainda na nota, o Ministério afirma que a ampliação pode continuar ocorrendo em caso de sobras.

"Em caso de necessidade, esta estratégia poderá ser ampliada até o limite etário especificado na bula da vacina dengue (atenuada), que compreende dos 4 aos 59 anos 11 meses e 29 dias de idade, conforme a disponibilidade de doses no município com vencimento em 30 de abril de 2024.", segundo trecho presente na nota.

Além disso, reforça que esta ação é uma estratégia temporária visando não perder doses de vacina. Também garante que a segunda dose para pessoas que seguirem a nova recomendação.

De acordo com levantamento da Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande (Sesau), a cidade possui hoje 1,3 mil doses disponíveis e, como há um estoque reduzido na quantidade do imunizante, talvez falte em alguns dos 74 postos de saúde.

Ademais, reforçam que como as primeiras doses foram recebidas no dia 11 de fevereiro, o esquema vacinal ainda não foi concluído, pois há um intervalo de três meses entre a primeira e a segunda dose. Por isso, um novo lote de vacinas deve chegar na capital em maio.

Os locais de vacinação são: 

  • UBS 26 de Agosto
  • USF Tarumã
  • USF Noroeste
  • USF Cidade Morena
  • USF Parque do Sol
  • USF Cel. Antonino
  • USF Moreninha
  • USF Lar do Trabalhador
  • USF Albino Coimbra
  • UBS Silvia Regina
  • UBS Dona Neta
  • USF Botafogo
  • USF São Francisco
  • USF Caiçara

SITUAÇÃO NO ESTADO

Em Mato Grosso do Sul, a baixa procura pelas doses preocupam e está longe da recomendação de abranger os 90% do público-alvo.

No início de março, apenas 13% da população estavam à procura do imunizante. Na época, apenas a faixa etária de 10 e 11 anos estavam recebendo as doses e, logo depois, esse público foi ampliado para 10 a 14 anos, conforme a recomendação atual.

Há um mês, 40 dias depois do começo da vacinação no dia 11 de fevereiro, apenas 8,3 mil imunizantes haviam sido aplicados na capital, um terço do total recebido, cerca de 24,6 mil doses. 

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TJMS

Waldir Marques toma posse como desembargador no lugar de Divoncir

Investigado por soltar traficante, Divoncir deixou o cargo após completar 75 anos, no dia 6 de abril

18/04/2024 11h44

Desembargador Waldir Marques [a esquerda], ao lado do presidente do TJMS, des. Sérgio Fernandes Martins Divulgação

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O juiz substituto em 2º grau Waldir Marques tomou posse no cargo de desembargador, nessa quarta-feira (17), em solenidade no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Ele assume a vaga deixada por Divoncir Schreiner Maran, que completou 75 anos no dia 6 de abril, idade limite para exercer a magistratura.

Waldir Marques foi promovido, por unanimidade em sessão do Tribunal Pleno, para o cargo de desembargador, pelo critério de antiguidade. 

A posse administrativa ocorreu no gabinete da Presidência do Tribunal. O presidente do TJMS, desembargador Sérgio Fernandes Martins ressaltou as qualidades de Marques.

“O que a magistratura precisa é disso, de magistrados que tem essa facilidade de convivência, de trabalhar com outros setores que são importantes para a estrutura do Judiciário, de receber as partes, que, enfim, tenha bom senso e saiba utilizar sua vivência e experiência adquirida ao longo da vida profissional para poder distribuir a justiça no segundo grau com muita sabedoria”, disse.

O recém-empossado desembargador Waldir Marques, em seu discurso, disse que já atua há seis anos no Tribunal de Justiça e há 35 na magistratura, mas que assumir o novo cargo é um marco histórico.

"Sempre trabalhei com afinco e honrei a toga. É uma alegria muito grande e um dia de agradecimento à família, amigos e todos aqueles que contribuíram de alguma forma para eu ter chegado à magistratura e permanecido até assumir o mais alto degrau da carreira, o cargo de desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul”, afirmou.

Currículo

Waldir Marques é natural de Guararapes (SP) e ingressou na magistratura estadual em 1989, na 4ª circunscrição.

Em agosto do ano seguinte, foi promovido para a Comarca de Inocência. Em outubro de 1993, foi removido para a Comarca de Glória de Dourados e, em março de 1995, foi promovido para Costa Rica, onde atuou como Diretor do Foro da Comarca.

Em novembro de 1998 foi novamente removido para Fátima do Sul, atuando na Turma Recursal de Dourados. Após nova remoção, em novembro de 2001, passou a judicar em Aparecida do Taboado e, na semana seguinte foi promovido para Dourados.

Em dezembro de 2017 foi removido para Campo Grande e assumiu a 3ª Vara dos Juizados Especiais. Em janeiro de 2018 foi designado para atuar no Tribunal de Justiça e substituiu o Des. Francisco Gerardo de Sousa até sua aposentadoria.

Nova designação o manteve no Tribunal de Justiça até janeiro de 2019, quando assumiu o cargo de juiz de direito substituto em 2º grau. É membro efetivo do Tribunal Regional Eleitoral desde dezembro de 2023.]

Aposentadoria de Divoncir e polêmica

Divoncir completou 75 anos no dia 6 de abril e a aposentadoria foi publicada no Diário da Justiça do dia 8 de abril.

O desembargador chegou a ser afastado das suas funções em fevereiro deste ano, por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele e familiares foram alvos de mandados de busca e apreensão por suspeita de corrupção na soltura do traficante Gerson Palermo, condenado a 126 anos de prisão.

No feriado de 21 de abril de 2020, o desembargador Divoncir Maran concedeu prisão domiciliar a Gerson Palermo, sob alegação de que ele podia contrair Covid-19, quando a pandemia em questão mal havia começado. 

No dia seguinte, a soltura revogada por por outro desembargador, Jonas Hass Silva Júnior, mas Palermo já havia rompido a tornozeleira eletrônica e fugido. As investigações criminais seguem em segredo de justiça no âmbito do STJ.

No dia 3 de abril deste ano, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, concedeu habeas corpus revogando as medidas cautelares impostas a Divoncir, entre elas a proibição de acesso ao Tribunal de Justiça e ao próprio cargo.

Nos dias  3 e 4 de abril, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ouviu depoimentos das testemunhas de acusação e de defesa do Processo Administrativo Disciplicar (PAD) que investiga a conduta do desembargador por ter posto em prisão domiciliar com uso de tornozeleira, em 2020, o megatraficante Gerson Palermo.

 

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