A violência que milhares de mulheres sofrem em Mato Grosso do Sul e no país vai ser lembrada na Caminhada pela Paz que dezenas de entidades do Estado promovem amanhã, às 16h. A saída dos participantes do evento será na Rua da Paz, em frente ao Fórum de Campo Grande. O grupo pretende passar pela Rua Dom Aquino e seguir até a Rua 14 de Julho.
O ponto final do manifesto, que vai cruzar o centro da Capital, é no Centro Integrado de Justiça, que fica na Rua 7 de Setembro. Ainda haverá show da dupla Victor Gregório e Marco Aurélio.
O tema do protesto pacífico é Caminhada pela Paz - Mulher Brasileira - Todos emPENHAdos Contra a Violência.
"O objetivo é chamar atenção para um problema alarmante e preocupante: mulheres que ainda sofrem violência de seus companheiros", divulgou nota do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS).
A juíza titular da Vara de Medidas Protetivas em Campo Grande, Jacqueline Machado, apontou que uma mulher morre a cada 90 minutos vítima de feminicídio. Ela, que também é coordenadora estadual da Mulher em Situação ainda lembrou que Mato Grosso do Sul é o quinto estado brasileiro em taxa de feminicídio, conforme levantamento do Instituto Datafolha.
"52% das mulheres vítimas não fazem denúncia e sofrem caladas. 1,4 milhão de mulheres foram vítimas de espancamento ou estrangulamento no Brasil em 2016. A cada uma hora e meia, uma mulher é vitimada pela pessoa que deveria protegê-la. A cada 11 minutos, uma mulher é espancada no Brasil, país em que um terço das mulheres já foi vítima de algum tipo de violência", revelou a magistrada.
Na área de finanças públicas, estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU), de 2013, indicou que a violência doméstica gera prejuízo de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.
A caminhada deve ter as presenças do presidente do TJMS, desembargador Divoncir Schreiner Maran; representante oficial da ONU Mulheres no Brasil e Conesul, Nadine Gasman; prefeito de Campo Grande, Marcos Trad (PSD); presidente da OAB/MS, Mansour Elias Karmouche; a subsecretária de Estado de Políticas Públicas para Mulheres, Luciana Azambuja; além da subsecretária de Políticas Públicas para Mulheres da Capital, Carla Stephanini.
População em geral também é convidada para participar do ato.