Uma pequena churrasqueira no quintal de casa e algumas cadeiras espalhadas na calçada. O Point do Espeto, do comerciante Josimar Dias de Oliveira, foi o ponto de partida para que a Avenida Bom Pastor, no Bairro Vilas Boas, em Campo Grande, se transformasse no primeiro corredor gastronômico de Campo Grande. Hoje, são 110 estabelecimentos instalados na via, gerando ao menos 600 empregos diretos. O progresso dos últimos cinco anos destoa do momento de crise econômica.
“O ‘boom’ gastronômico começou com o Point do Espeto do Josimar. Depois, outros comércios foram chegando e conquistando espaço”, diz o presidente da Associação dos Empresários da Avenida Bom Pastor (Assempave), Luis Augusto Lima Scarpanti, conhecido como Guto.
O espetinho de Josimar Dias de Oliveira começou como um negócio da família. “Apenas eu, minha filha e minha mulher. Graças a Deus, conseguimos vencer”, comenta o comerciante, que hoje conta com 36 funcionários.
A avenida “anda” na contramão da recessão, com 50 estabelecimentos apenas no ramo da alimentação. “O potencial da avenida é visível. Nós não presenciamos a crise como muitos falam”, comemora Guto. Por lá, Campo Grande é representada em sua multifacetada manifestação cultural que compõe a gastronomia diversificada. Encontra-se de tudo um pouco: pizza, espetinho, risoto, macarronada, lanches, sorvete, culinária japonesa, árabe, chinesa etc.
NOVIDADES
Só nos últimos dois meses, mais dois comércios foram inaugurados na avenida, entre eles, a filial da pizzaria Pedaço de Pizza, sendo a matriz especializada em à la carte, e a nova sede, em rodízio de pizza. Outro estabelecimento foi o restaurante Las 4 Vacas. “Eles tinham a empresa na Rua Euclides da Cunha e mudaram para a Bom Pastor no mês passado. Dizem ter mais lucro aqui do que lá. Estão muito satisfeitos com a avenida. Vendem mais aqui”, relata Guto.
Antigamente, a maioria dos clientes frequentadores do centro comercial morava no bairro; mas, nos últimos anos, a avenida chamou atenção de consumidores de todos os endereços da cidade. “Vem gente de todo lugar. Tem pessoas que saem do outro lado da cidade. A avenida se tornou um ponto turístico”, declara Guto. A estimativa é de que, em média, três mil pessoas por dia consomem produtos em comércios da avenida. “Todos os comércios vivem lotados. Há alguns que fazem filas para atender”, diz o presidente da associação.
Neste mês, mais dois estabelecimentos serão inaugurados na avenida. A lanchonete Thomaz Lanches, que já tem sua matriz na Rua Sete de Setembro, desde 1978, e a Ritorna Pizzaria.
Além dos comércios tradicionais, como restaurantes e lanchonetes, no decorrer de dois quilômetros de extensão, os consumidores podem usufruir um “quintal gastronômico” bem no início da Bom Pastor. No Manga Park, são 3 mil metros quadrados de terreno que reúne 8 contêineres, 3 food trucks e 4 bikes (tipo barracas), que comercializam desde picolés, churros, pastéis e crepes, até batatas recheadas.