Reunião na Santa Casa hoje com o prefeito da Capital, Marcos Trad (PSD), definiu como ficará a contratualização entre município e hospital. Foi definido que não haverá aumento e os repasses permanecem em R$ 20,3 milhões mensais. Ao mesmo tempo, foi acertado corte de 30% no atendimento de baixa e média complexidade.
Esses casos serão específicos das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Unidades Básicas de Saúde (UBSs). A regulação desses serviços será de equipe da Prefeitura de Campo Grande. Está previsto no acordo que uma equipe do governo municipal deve se instalar no prédio do Pronto Socorro para realizar as orientações.
Pacientes que não estiverem graves serão informados que devem procurar outra estrutura do Serviço Único de Saúde (SUS) na cidade. Nessa classificação, por exemplo, dores de cabeça, de estômago, pequenos cortes precisam passar primeiro por equipe técnica de UPA ou UBS.
Atualmente, o hospital atende cerca de 250 pessoas por dia. Com a mudança, esse número deve cair para 50. Isto porque maioria dos atendimentos são de demandas espontâneas, ou seja, de pessoas que procuram a Santa Casa diretamente.
O convênio ainda será formalizado e a assinatura está prevista para acontecer na próxima semana, em data ainda a ser divulgada.
Estiveram sentados a mesa hoje o presidente da Associação Beneficente Campo Grande (ABCG), gestora do hospital, Esacheu Nascimento, o prefeito Marcos Trad, a promotora do Ministério Público Estadual Filomena Aparecida Depólito Fluminhan, o secretário de Estado de Saúde, Nelson Tavares, deputados e diretores da Santa Casa.
NEGOCIAÇÃO DURA
Antes desse acordo fechado hoje, a direção da Santa Casa exigia que houvesse aumento de R$ 2,4 milhões. O atual repasse por parte da prefeitura é de R$ 4,6 milhões e o hospital queria que esse valor subisse para R$ 7 milhões.
Em 31 de março tinha vencido o prazo de 90 dias para ocorrer o acordo. Entre essa data e hoje, a questão chegou a ser discutida na Câmara de Vereadores. Nessa audiência, foi apresentado relatório do Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde (Denasus) que R$ R$ 1.179.034,12 tinham desaparecidos.
A quantia “desaparecida” foi detectada em auditoria do órgão federal, realizada nas contas do maior hospital do Estado, referente ao período de 6 de fevereiro de 2012 e 31 de março de 2017.