Cerca de 600 manifestantes que protestam contra a Reforma da Previdência Social estão acampados na frente do condomínio do deputado federal Carlos Marun (PMDB), presidente da Comissão Especial que analisa a proposta na Câmara. Grupo montou estrutura com barracas, cozinha, banheiro e caixa d'água para permanecer no local pelo menos até domingo (19), em Campo Grande.
Presidente da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), Roberto Botarelli, disse ao Portal Correio do Estado que apresentações culturais serão realizadas na noite de hoje no local, onde há representantes de várias categorias de trabalhadores e movimentos sociais.
Segundo Botarelli, grupo aguarda a presença de Marun para conversar sobre o Projeto de Emenda à Constituição (PEC) 287, do Governo Federal, que prevê mudanças na Previdência Social.
“A gente está aberto para conversar e mostrar para ele [Marun] que a reforma da previdência é ruim para todo mundo, é para ninguém aposentar. Vamos aguardar e conversar para convencer ele a votar contra”, disse.
Acampamento foi montado na entrada do condomínio Parque Residencial Dahma II. Manifestantes foram orientados a não atrapalharem entrada e saída de moradores e não promoverem confusão ou perturbação do sossego. Músicas serão desligadas às 22h, respeitando Lei do Silêncio.
Atos que serão feitos durante greve serão definidos em reuniões que serão realizadas durante o dia.
Expectativa é que manifestantes do interior do Estado e de outros estados do Brasil venham a Campo Grande para participar do acampamento.
DEPUTADO NÃO CEDE
Na tarde de hoje, Marun classificou acampamento de manifestantes em frente ao condomínio onde ele mora como “protesto covarde” e disse que movimento não muda seu posicionamento favorável a aprovação do projeto de Reforma da Previdência Social.
Peemedebista disse que o acampamento tem objetivo de constranger sua esposa, filho e vizinhos.
“Isso não vai abalar nem diminuir minha convicção de que é momento de pensar no Brasil. Os senhores que estão acampados estão pensando nas suas aposentadorias, eu também estou pensando nelas, porque eu luto para que elas possam ser pagas, mas é preciso neste momento que pessoas pensem no Brasil. Eu não vou desistir disso. A reforma da previdência é necessária e eu vou lutar para que ela aconteça”, disse o deputado.
ATOS
Em todo Brasil, trabalhadores protestam nesta quarta-feira contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287. Entre as alterações está a aposentadoria com mais idade para homens e mulheres.
Em Mato Grosso do Sul, há uma particularidade em relação aos trabalhadores da educação, que iniciam greve a partir de hoje. A reivindicação é por cumprimento de piso salarial nacional e a previsão é que rodada de negociação com o Governo e a Prefeitura da Capital ocorra no fim da semana.