Cidades

PARAÍSO

Busca de turistas por Bonito cresce neste ano

A cada três horas cidade recebe um novo visitante em 2019

RAFAEL RIBEIRO

07/04/2019 - 17h57
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O primeiro trimestre deste ano foi positivo para o turismo de Bonito, de acordo com o último relatório do Observatório de Turismo e Eventos de Bonito (OTEB). O número de turistas que frequentaram os atrativos da cidade cresceu 6% comparado com o mesmo período em 2018 – saltou de 56.790 para 60.148 visitantes. Esse percentual está acima da média anual de crescimento dos principais destinos do mundo, que gira entre 3% a 4%.

Na média, a principal cidade do turismo ecológico no Estado teve umna média de 668 visitantes por dia até aqui neste ano. Ou seja, a cada três horas, um turista novo chegou a Bonito neste ano.

Para o presidente do Conselho Estadual de Turismo de Mato Grosso do Sul e da Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH/MS), Marcelo Mesquita, Bonito já é um dos principais destinos para quem busca o ecoturismo, despertando inclusive o interesse das operadoras internacionais. 

Ele comenta que durante o 1º Adventure NEXT Latin America, realizada em novembro do ano passado no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo, em Campo Grande, os participantes destacaram a qualidade dos destinos do ecoturismo do Estado, entre eles Bonito, além da infraestrutura.

Mesquita enfatiza que os investimentos em infraestrutura e na oferta de opções para o público do ecoturismo só é possível em um cenário cujo setor está se fortalecendo, com a atração cada vez maior de turistas. O Adventure NEXT, por exemplo, reuniu mais de 400 profissionais da área, entre empresários e jornalistas, segundo ele. “Hoje temos atividades diurno e noturno”, comentou.

Comparando os dados de março de 2018 com o mesmo período deste ano, o aumento foi de 12% - de 16.250 para 18.353 turistas.

A taxa de ocupação dos hotéis da cidade foi de 45% em março do ano passado e 51% neste ano.

Segundo o levantamento do OTEB, o local mais procurado pelos turistas são os balneários de águas transparentes (16.006 visitantes no mês passado), seguido de flutuações, com 13.961 e o passeio nas grutas (12.850 pessoas), principalmente a Gruta do Lago Azul.

Janaína Mainchein, coordenadora do OTEB, disse que Bonito tem sido um dos principais destinos para aqueles que procuram o descanso no período de férias e feriados prolongados. Segundo ela, isso ficou evidenciado nesse relatório, e os números mostram que muitos turistas de São Paulo e Rio de Janeiro preferiram a tranquilidade e o contato com a natureza ao ritmo da folia do carnaval.

“Isso demonstra que as empresas e o poder público estão certos em estimular a visitação. Muitos cariocas e paulistas preferiram o descanso do que a folia, e isso traz benefícios para as empresas, para o turismo e também para a cidade”, disse Janaína.

Segundo ela, a presença dos turistas anima os próprios moradores de Bonito a frequentarem os bares e lanchonetes. “Vendo a cidade movimentada, os moradores também saem para passear, ir aos restaurantes e lanchonetes”.

A coordenadora do OTEB comenta que 60% da população de Bonito vive de alguma forma do turismo. “O turismo estimula outros setores, até os salões de beleza”, explica. Janaína Mainchein destaca que as ações do poder público também acabam repercutindo positivamente para o aquecimento da economia. Cita como exemplo a implantação, pelo Governo do Estado, da pavimentação asfáltica da entrada da cidade e a ciclovia.

A construção da ciclovia acendeu o tino empreendedor de alguns moradores, que passaram a trabalhar com a locação de bikes e a oferecer passeios aos atrativos turísticos usando como meio de locomoção as bicicletas.

De acordo com o boletim do OTEB do primeiro trimestre de 2019, a maior parte dos visitantes veio de São Paulo (36,27%), Rio de Janeiro (12,66%), Paraná (9,85%) e Rio Grande do Sul (8%). Mas a cidade também recebeu visitantes de várias partes do mundo, como Paraguai, Bolívia, Argentina, Estados Unidos, Holanda, França, Alemanha, Japão, Israel, Itália, Espanha, Inglaterra, China, Rússia, África do Sul, entre outros.

Com tantas opções de lazer em meio a natureza, Bonito se consolidou também como um dos principais polos do turismo de eventos do Brasil. Ao longo do ano, são realizados vários eventos internacionais, como congressos e seminários. A cidade é palco também de atividades culturais como o Festival de Inverno e o Festival Íbero-Dance, que será realizado em setembro deste ano e que em 2018 reuniu mais de 600 pessoas. O evento é um festival de dança paraguaia.

Cidades

STF: Gilmar e Dino votam para derrubar lei que validou marco temporal

Decano do STF também votou para estabelecer um prazo de dez anos para o governo federal

15/12/2025 13h35

Ministro Gilmar Mendes

Ministro Gilmar Mendes Andressa Anholete/STF

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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta segunda-feira, 15, no plenário virtual, para reafirmar a decisão do plenário que declarou inconstitucional a tese do marco temporal, que limita a demarcação de terras indígenas. Ele foi acompanhado por Flávio Dino.

O decano do STF também votou para estabelecer um prazo de dez anos para o governo federal concluir todos os processos de demarcação pendentes.

"Passados mais de 35 anos da promulgação da Constituição Federal, parece-me que já transcorreu lapso suficiente para amadurecimento definitivo da questão, de modo que não há mais como remediar a solução desse problema, cabendo, dessa forma, ao Poder Executivo o devido equacionamento da matéria e finalização dos procedimentos demarcatórios em prazo razoável, porém peremptório", defendeu.

O julgamento no plenário virtual fica aberto até a próxima quinta-feira, 18, para os ministros juntarem os votos na plataforma online. Se houver pedido de vista (mais tempo de análise) ou de destaque (transferência do processo ao plenário presencial), a votação é interrompida.

A tese do marco temporal estabelece que povos indígenas só podem reivindicar terras que ocupavam em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal.

Em 2023, em uma decisão histórica, por 9 votos a 2, o STF derrubou a interpretação e definiu que o direito das comunidades a territórios que tradicionalmente ocupavam não depende de uma data fixa.

O tema voltou ao tribunal porque, logo em seguida, o Congresso aprovou um projeto de lei para restringir as demarcações com base no marco temporal. O presidente Lula vetou o texto, mas os vetos foram derrubados pelo Legislativo.

Em paralelo, o Senado provou um projeto de emenda à Constituição (PEC) no mesmo sentido. Com isso, os senadores buscam incluir o critério de demarcação na Constituição. O texto seguiu para análise da Câmara.

Em seu voto, Gilmar Mendes reafirmou a decisão do STF. O ministro afirmou que o tribunal "não pode se esquivar de sua missão constitucional" e, em um aceno ao Congresso, defendeu que a atuação da Corte não pode "ser considerada como afronta ao Poder Legislativo".

"A análise do Supremo Tribunal Federal, no exercício do controle de constitucionalidade, equivale à prevalência da Constituição sobre os poderes constituídos quando estes atuam em descompasso com os limites impostos pela própria Lei Maior e pelo papel contramajoritário das Cortes Constitucionais, no caso o direito natural à própria existência dos indígenas, na medida em que a imposição de determinado limite temporal distante no tempo equivale à vulneração de seu status protetivo constitucional", argumentou o ministro.

O decano ressaltou que a lei é desproporcional e gera insegurança jurídica ao impor um marco temporal de forma retroativa, atingindo comunidades que não dispõem de documentação formal de ocupação.

"Nossa sociedade não pode conviver com chagas abertas séculos atrás que ainda dependem de solução nos dias de hoje, demandando espírito público, republicano e humano de todos os cidadãos brasileiros (indígenas e não indígenas) e principalmente de todos os Poderes para compreender que precisamos escolher outras salvaguardas mínimas para conduzir o debate sobre o conflito no campo", diz outro trecho do voto.

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TRANSPORTE PÚBLICO

Prefeitura nega que esteja devendo Consórcio Guaicurus

O encontro, convocado para esclarecer a situação financeira entre o município e a concessionária do transporte coletivo, ocorreu sem a presença da prefeita Adriane Lopes

15/12/2025 12h30

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo FOTO: Divulgação

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Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira (15), no plenarinho da Prefeitura de Campo Grande, representantes da administração municipal afirmaram que o Executivo não possui qualquer dívida com o Consórcio Guaicurus. 

O encontro, convocado para esclarecer a situação financeira entre o município e a concessionária do transporte coletivo, ocorreu sem a presença da prefeita Adriane Lopes, que delegou a fala a integrantes de sua equipe.

A coletiva também foi marcada por restrições à imprensa, equipes de diversos veículos, entre eles o Correio do Estado, foram barradas de acompanhar o pronunciamento logo ao chegar no local. 

Apesar disso, a reportagem teve acesso a áudios da entrevista, nos quais aparecem as declarações de Otávio Figueiró, diretor-executivo da Agereg; Ulysses Rocha, chefe de gabinete da Prefeitura; e Cecília Saad Cruz Rizkallah, procuradora-geral do Município, que reforçaram a versão oficial de que não há débitos pendentes com o consórcio.

Segundo as informações apresentadas, todos os repasses previstos em lei vêm sendo realizados dentro do prazo e, em alguns casos, de forma antecipada. De acordo com Figueiró, apenas em 2025 o município transferiu mais de R$ 35 milhões ao consórcio, somando subsídios, vale-transporte e pagamentos de gratuidades. 

“Um contrato que hoje tem 197 ônibus com a idade acima da média que não deveriam estar circulando na cidade de Campo Grande, inclusive já tem duas multas preparadas pela agência de regulação. A agência de regulação aplicou uma multa de R$ 12 milhões e eles, no outro dia, contrataram o seguro. O que comprova que não é somente a falta de dinheiro”, afirmou.

Durante a coletiva, os representantes do município ressaltaram que, na semana passada, a prefeita Adriane Lopes autorizou a antecipação de cerca de R$ 3 milhões referentes a subsídios e valores que só venceriam ao longo do mês de dezembro. A medida teve como objetivo garantir fluxo de caixa ao consórcio para o pagamento dos salários dos trabalhadores e impedir a paralisação do serviço.

“Esse pagamento ainda não estava vencido e foi antecipado dentro do limite legal”, disse o diretor-executivo. Conforme a explicação apresentada, o valor máximo permitido por lei para repasses neste período, de aproximadamente R$ 19,5 milhões, já foi integralmente transferido ao consórcio, não havendo pendências financeiras por parte do município.

A administração municipal também destacou que a paralisação ocorreu apesar de decisão judicial que estabelece regras para greves em serviços essenciais. A procuradora-geral do Município explicou que há determinação para manutenção mínima de 70% da frota em circulação, com reforço nos horários de pico, o que não teria sido cumprido. “A paralisação total caracteriza abusividade”, afirmou.

Diante do descumprimento, a Agência de Regulação (Agereg) notificou o consórcio e iniciou os trâmites para aplicação de multa. Segundo Figueiró, a penalidade já estava em fase de formalização e deveria ser entregue ainda nesta segunda-feira. A Procuradoria-Geral do Município também informou que atua no processo judicial e acompanha audiência marcada para esta terça-feira (16).

Questionados sobre um possível rompimento contratual, os representantes do Executivo afirmaram que a medida exige cautela e não pode ser adotada de forma imediata. Cecília e Figueiró explicaram que há etapas administrativas e jurídicas a serem cumpridas, incluindo notificações, prazos de defesa e análise técnica, além da necessidade de garantir a continuidade do serviço.

Por fim, a Prefeitura reiterou que a prioridade é restabelecer o transporte coletivo. “O município cumpriu suas obrigações financeiras. O consórcio, como empresa privada regulada, também precisa cumprir com as suas responsabilidades perante a população”, declararam.

Segundo dados apresentados, a paralisação afetou cerca de 110 mil usuários do sistema e aproximadamente mil trabalhadores do transporte coletivo.

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