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AUMENTO NA TARIFA

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Ar-condicionado é o vilão pelo aumento da conta de luz, diz Aneel

Agência nacional aponta MS com as tarifas mais baratas do Centro-Oeste

RAFAEL RIBEIRO

14/03/2019 - 14h33
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Calor e uso constante do ar-condicionado. Esses são os fatores apontados pela Agência Nacional da Enérgia Elétrica como primordiais para o aumento na conta de luz nos primeiros meses deste ano. Além disso, a Aneel é taxativa: Mato Grosso do Sul tem as menores tarifas de toda a Região Centro-Oeste  

Diretor-geral da autarquia federal, André Pepitone da Nóbrega foi o convidado de honra de um painel realizado nesta quinta-feira (14) por órgãos da iniciativa privada, como Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (Fiems), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MS) e a própria concessionária de energia elétrica do Estado, a Energisa, além de setores do poder público, como a Assembleia Legislativa.

Em mais de cinco horas de apresentações no evento realizado em auditório da Escola Senai da Construção, no bairro Coronel Antonino, região norte da Capital, Nóbrega explicou o Brasil bateu recordes de consumo de energia elétrica em janeiro e fevereiro. O vilão apontado é o ar-condicionado. 

Segundo o responsável pela Aneel, somente em fevereiro de 2014 o País viu um efeito semelhante: no mesmo dia, durante o horário de pico do consumo de eltricidade, todas as capitais registravam temperatura acima dos 30ºC.

Entretanto, há cinco anos atrás, se o consumo nacional chegou ao 84,7 mil megawatts, agora foram quatro quebras seguidas de recordes, de 85 mil a 90 mil megawatts.

"Com temperaturas altas em todo o País, o consumo aumenta, principalmente por conta do uso do ar-condicionado. Nós tivemos uma melhora da situação econômica brasileira nesse período, com o uso do ar-condicionado capitaneando o consumo", explicou.

O reflexo em Mato Grosso do Sul é de ainda mais impacto, visto que com um milhão de consumidores e uma média pequena deles por rede, o Estado vê o rateio tribuitário aumentar conforme o aumento do consumo.

"O valor final (da conta de luz) deixa de ser apenas o estabelecido pela Aneel e passa incluir grandes cargas de tributação, como o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e a cobrança da iluminação pública pelos municípios.

Nas contas da Aneel, os tributos podem responder até 40% do valor da conta. Em exemplos mostrados durante a apresentação, uma conta de R$ 100 pode ter R$ 23 apenas de cobrança de impostos.

Nóbrega: fiscalização é constante, mas carga tributária influencia custo final da conta de luz aos cidadãos

ALTA

Conforme o Correio do Estado revelou em fevereiro, alguns campo-grandenses viram aumento no valor de suas contas de luz de até 500% no mês janeiro. Desde então, uma série de discussões e debates foram realziados para investigar a posição da Energisa. Esta, contudo, foi a primeira reunião com a presença do órgão regulador federal. 

Nos dados apresentados, a Aneel aponta Mato Grosso do Sul como o estado do Centro-Oeste com menor média de consumidores por quilômetro da rede (apenas dez), mas com um consumo médio  considerado elevado: 184 quilowatts-hora. 

Ainda assim, segundo eles, o estado tem a 37ª tarefa mais barata do Brasil e a menor de sua Região. Dado que faz com que a agência não veja irregularidades na operação da Energisa, que segundo eles investiu R$ 1,3 bilhão no Mato Grosso do Sul entre 2013 e 2018, acima do previsto no período por contrato.

LUTA PELA REDUÇÃO

Nascido em Maceió (AL), Nóbrega tem orgulho em lembrar que a família é, na verdade, da cidade de Pombal, no sertão da Paraíba. Com 17 anos, o engenheiro civil se aventurou na capital do Brasil para seguir os passos do pai, Francisco Nelson Queiroga da Nóbrega, que também era engenheiro e atuou no setor elétrico por mais de 20 anos. Servidor de carreira, está na agência do setor elétrico há quase 19 anos. Em 2010, passou a integrar a diretoria do órgão, e, em 2018, assumiu o comando.

Empossado pelo ex-presidnete Michel Temer (MDB), Nóbrega ressaltou que busca neste ano evitar novos aumentos na conta de luz aos brasileiros, como os ocorridos nos dois últimos anos. 

São três os desafios encontrados. O primeiro é o custo da fonte geradora de energia. O custo para o Brasil aumentou pelo fato das empresas contratadas, principalmente as usinas hidroelétricas, não têm água. "Os contratos vão até 2023 e o Governo federal atual (sob responsabilidade de Jair Bolsonaro (PSL)) tem a oportunidade de abrir licitações com valores mais baixos ou de outras fontes de origem", disse. Por exemplo, os mesmos 3,5 mil kilowatts pelo qual a União paga atuais R$ 600 na média, sairiam R$ 300 com o uso de gás natual.

Os outros pontos do 'tripé da desoneração', como chama, envolvem, na sua avaliação, a negociação pela redução tributária, negociação individual com estados e prefeituras, e a redução de subsídios. Nas contas da Aneel, 12% da tarifa da energia elétrica custeia subsídios públicos, o que representa quase R$ 20 bilhões. São descontos para o setor rural ou custeio de diesel para os estados da Região Norte. "O governo precisa encontrar outros meios de manter esses subsídios dentro do Tesouro Nacional", destacou.

Enquanto isso, outro pointo para o consumidor são os contratos com as concessionárias. No caso de boa parte de Mato Grosso do Sul, a questão envolve a negociação de novo contrato com a Energisa, cujo acordo atual vence em abril, depois de quatro anos.

Ao Correio do Estado, o diretor-presidente da empresa, Marcelo Monteiro, apontou que o novo acordo, qu e interfere diretamente no bolso da população, ainda não foi sequer discutido. Faltam estudos, apesar de restarem pouco mais de 15 dias para que haja um desfecho para a negociação.

Monteiro apenas ressaltou a importância da presença da Aneel, que segundo ele "ratificou o que estava sendo explicado desde o início das reclamações."

Encontro Internacional

Conservação no Pantanal vira pauta mundial durante encontro de exploradores em Nova Iorque

Presidente do IHP, Ângelo Rabelo, foi indicado junto com outros brasileiros para tratar temas nacionais nos Estados Unidos

23/04/2024 18h25

A entidade existe há 120 anos e reúne mais de 3,6 mil pessoas de referência global que desempenharam ou realizam ações para transformar positivamente o mundo Divulgação IHP

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O grupo The Explorers Club, que reúne autoridades e pessoas com reconhecimento global que desempenham medidas que envolvem promoção da ciência e da conservação, discutiu em um de seus encontros a situação do Pantanal. O presidente do IHP, sediado em Corumbá (MS), Ângelo Rabelo, participou das reuniões realizadas em Nova Iorque, durante o encontro anual do clube. Ele apontou que é preciso haver atenção mundial com relação à conservação do Pantanal e da riqueza cultural do território.

A entidade existe há 120 anos e reúne mais de 3,6 mil pessoas de referência global que desempenharam ou realizam ações para transformar positivamente o mundo. Os encontros ocorreram entre sexta-feira (19) e domingo (21). Foram realizados diversos encontros e reuniões entre os participantes do clube, bem como ocorreram discussões sobre temas globais a serem trabalhados para promoção da conservação do Planeta.

 

Ângelo Rabelo, que atua em ações de conservação no Pantanal há cerca de 40 anos, pontuou que há diferentes esforços em andamento para prevenir incêndios florestais e promover desenvolvimento sustentável. Na semana passada, os governos de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, junto com o governo federal, assinaram termo de cooperação visando a união de esforços na defesa, proteção e desenvolvimento sustentável do Pantanal. Além disso, um fundo foi criado para financiar ações que ajudam a proteger o bioma, porém até hoje somente o governo de MS fez aporte de recursos (R$ 40 milhões) e o setor pública busca outras linhas de subsídio para essas ações. A promoção do Pantanal para o exterior pode contribuir nesse propósito, como já ocorre com a Amazônia, por exemplo.

“A maior área úmida do mundo, o Pantanal, está no mapa sobre as grandes explorações e os relatos que indicam locais que são desafiadores no Planeta. Por esse caminho cheio de desafios temos, primeiro, os povos originários que ainda habitam o território, como é o caso dos Guatós. Depois vieram as pantaneiras e os pantaneiros, que também seguem no Pantanal sabendo lidar com a ocupação e a conservação. Depois, temos os registros de outros esforços de pessoas que também se dedicam pela conservação desse Patrimônio Natural da Humanidade”, comentou Rabelo.

O bioma Pantanal é considerado uma das maiores extensões úmidas contínuas do Planeta e apesar de ser o menor em extensão territorial no Brasil, abriga 263 espécies de peixes, 41 espécies de anfíbios, 113 espécies de répteis, 463 espécies de aves e 132 espécies de mamíferos, conforme dados do Ministério do Meio Ambiente. Além disso, o Programa de Monitoramento dos Biomas Brasileiros por Satélite – PMDBBS, realizado com imagens de satélite de 2009, mostrou que o Pantanal mantêm 83,07% de sua cobertura vegetal nativa. Mais de 90% do bioma está em propriedades privadas, enquanto 4,6% estão classificadas como unidades de conservação, dos quais 2,9% correspondem a UCs de proteção integral e 1,7% a UCs de uso sustentável.

A participação de Rabelo na reunião do The Explorers Club ocorreu porque ele foi nomeado, neste ano, como uma das 50 pessoas a fazer a diferença no Planeta. A escolha foi feita por integrantes do The Explorers Club e o presidente do IHP entrou na lista do EC50 2024. Concorreu com mais de 200 pessoas indicadas. Seus apoiadores na nomeação foram Dereck Joubert e Beverly Joubert, exploradores que atuam diretamente pela conservação da vida selvagem e desenvolvimento sustentável em países africanos. O casal convidou, neste mês, o governador Eduardo Riedel (PSDB) para conhecer iniciativas que são realizadas no continente africano.

Além do presidente do IHP, os brasileiros nomeados nesse grupo chamado EC50 deste ano foram a geóloga Fernanda Avelar Santos, o ictiologista Luiz Rocha, o designer naturalista Lvcas Fiat e o paraquedista profissional Luigi Cani. Além dos brasileiros recém-nomeados, personalidades mundiais fazem parte do Clube, como a ex-astronauta e géologa Kathryn Sullivan, veterana de três missões a bordo de ônibus espacial; o geneticista e biólogo nuclear James Dewey Watson, um dos autores do modelo de dupla hélice para estrutura da mólecula de DNA; bem como o explorador que fez parte do primeiro voo solar ao redor do mundo, concluído em 2016, André Borschberg; e Dominique Gonçalves, criadora do Programa de Ecologia de Elefantes no Parque Nacional da Gorongosa, em Moçambique, entre outras pessoas.

Também em Nova Iorque, a diretora-executiva do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, localizado em Corumbá (MS), Márcia Rolon, participou dos eventos abertos do The Explorers Club para divulgar o trabalho de diminuir a vulnerabilidade social de crianças e adolescentes da região de fronteira do Brasil por meio da arte.

 

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Cotidiano

Com 300 doses disponíveis, vacinação contra dengue deve acabar nesta semana

Aproximadamente 130 doses estão sendo aplicadas por dia; segundo a expectativa da pasta é que a vacinação se encerre até o final desta semana.

23/04/2024 18h15

Gerson Oliveira/

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As vacinas contra a dengue com prazo de validade até 30 de abril e que estão disponíveis pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) devem ser aplicadas até o final desta semana. A expectativa da pasta é que nenhuma dose deve ser descartada em Campo Grande. 

De acordo com a secretária, cerca de 130 doses estão sendo aplicadas por dia nos postos de saúde da cidade. Por causa disso, a expectativa é que todas as doses que estão perto do vencimento sejam aplicadas até sexta-feira (26).

A baixa procura do imunizante em Mato Grosso do Sul levou o Ministério da Saúde a informar aos municípios para ampliar a idade de vacinação. Segundo a pasta, pediu para todas as cidades priorizar a faixa etária entre 6 e 16 anos, mas com imunização ampliada para pessoas entre 4 e 59 anos. 

A medida foi tomada para reduzir a perda de doses que estão perto do vencimento, cabendo a cada município definir a estratégia de aplicação.  As doses que estão sendo utilizadas vencem no dia 30 de abril. 
 
Segundo a Sesau, em Campo Grande tem cerca de 300 doses estão espalhadas pelos postos de saúde da Capital. 

 

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