O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul deflagrou nesta terça-feira, em Campo Grande e São Paulo, a Operação Lucro Fácil, com objetivo de desarticular esquema fraudulento de pirâmide financeira por meio da mineração de criptomoedas conhecidas como Bitcoins.
Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão expedidos pela Vara de Direitos Difusos e Coletivos de Campo Grande, em ação civil pública proposta pela 43ª Promotoria de Justiça do Consumidor. Tais ordens judiciais foram cumpridas, dentre outros locais, nas sedes das empresas Mineworld, Bit Ofertas e Bitpago, na capital sul-mato-grossense e São Paulo, além das residências dos respectivos sócios.
OURO DE OFIR
Não é a primeira vez que transações financeiras fraudulentas são alvos de investigação em Mato Grosso do Sul. Em novembro do ano passado, durante a Operação Ouro de Ofir, a Polícia Federal investiu contra grupo que usava suposta repatriação de recursos de uma mina desativada no século passado para formar esquema de pirâmide. Foram presos Celso Éder Gonzaga de Araújo, Sidnei dos Anjos Peró e Anderson Flores de Araújo.
Celso era gerente da empresa Company Consultoria Empresarial Eireli, localizada no Jardim São Francisco e usada para legitimar os golpes, juntamente com Anderson, Celso e XXX, que está foragido. Eles coordenavam as operações SAP, abreviação para o nome de Peró, e Aumetal. A ação consistia em “típica fraude para burlar tanto o fisco federal como as supostas vítimas que acreditam estarem investindo num negócio lícito e devidamente declarado, com respaldo das autoridades federais de fiscalização”, conforme relatório policial.
Os investidores aplicavam cotas a partir de R$ 1 mil e chegavam a assinar contratos falsificados, acreditando que futuramente receberiam milhões dos recursos da mina. O valor pago por eles na SAP e Aumetal, afirmavam os golpistas, seria apenas para cobrir despesas com o processo. Porém, quanto mais fosse investido, maior seria o benefício.
Durante a operação, a PF descobriu que aproximadamente 25 mil pessoas foram lesadas em todos os estados da federação. Algumas chegaram a aplicar de R$ 500 mil a R$ 1 milhão. Porém, novas operações similares a SAP e a Aumetal foram descobertas recentemente, o que leva a polícia a crer em prejuízo bilionário. Sugiram a Operação Zim, com moedas do Zimbábue, Mariah, Londres, Suíça, G4 e até mesmo Armagedom. A Polícia Civil também investiga o caso.
*Matéria editada às 16:15 horas do dia 24 de setembro 2018 para exclusão do nome de um dos suspeitos por determinação da Justiça de Goiás.
Por decisão do juiz Adenito Francisco Mariano Junior, do Juizado Especial Cível, da Comarca de Itajá (GO), de 17 de maio de 2018, o Correio do Estado retirou o nome de dois acusados de envolvimento em esquema de pirâmide financeira e enriquecimento ilícito, com vítimas em Mato Grosso do Sul e alvo de operação Ouro de Ofir, da Polícia Federal.