Cidades

JUSTIÇA

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Agência é notificada de ação
ajuizada por concessionária

Concessionária já foi multada por descumprir contrato

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A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) foi notificada este mês do ajuizamento de ação da CCR MSVia, na 22ª Vara Cível de Brasília, solicitando alterações nas metas de duplicação de 193,5 km da BR-163 e na programação de outras 72 obras que teriam de ter sido executadas até maio deste ano na rodovia.

A concessionária alega no processo que não viabilizou financiamento para custear as obrigações. Em julho deste ano, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aplicou multa à concessionária por descumprimento de contrato.

O conglomerado Grupo CCR, que controla a MSVia, anunciou, no dia 21 de maio, que ajuizaria uma ação contra a União e a agência pedindo a revisão dos termos assinados em 2014 e também comunicou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que poderia solicitar a rescisão do contrato, alegando que o governo descumpriu cláusulas contratuais.

A agência informou que “foi notificada da ação que tramita na 22ª Vara Federal Cível da SJDF, na qual a MSVia solicita alteração de obrigações pactuadas no Contrato de Concessão Edital nº 005/2013”.

Conforme a ANTT, a concessionária alega “dificuldades para angariar financiamentos para a realização das obras previstas”, destacando que a agência só “se manifestará sobre o assunto nos autos do processo”.

O ajuizamento da ação ocorreu em virtude de “alterações econômicas imprevisíveis e supervenientes à assinatura do referido contrato de concessão, com pedido alternativo de rescisão”, segundo comunicado da empresa divulgado em maio.

A concessionária foi procurada, mas não se manifestou até o fechamento desta edição.

TARIFA

De acordo com a agência, “após as autuações (multa), as concessionárias têm o direito ao contraditório e à ampla defesa nos processos de aplicação de penalidades”, ressaltando que, além da aplicação da multa por não ter atingido a meta estipulada em contrato, “será aplicado desconto de reequilíbrio na revisão de tarifa básica de pedágio do presente ano”.

A tarifa é calculada anualmente e os novos valores nos pedágios começam a vigorar em 14 setembro. Também a ANTT enfatizou que, “com relação à meta de duplicação a ser entregue até o fim do 4º ano de concessão [que vence em maio do ano que vem], está em andamento o cálculo do desconto de reequilíbrio”.

Na semana passada, foi informado que “a ANTT publicará, via DOU (Diário Oficial da União), as datas em que a revisão das tarifas entrará em vigor. A rigor, a previsão de reajuste e revisão de tarifas na MSVia é 14 de setembro. As tarifas serão conhecidas quando forem publicadas no diário”.

MULTA

A Agência Nacional de Transportes Terrestres, responsável pela fiscalização, aplicou multa de R$ 19.733,31 por dia, desde 9 de maio, porque a MSVia não atingiu a meta de duplicação da rodovia para o período nem realizou as obras.

Entre elas, estão pontes, retornos, intersecções e viadutos que deveriam estar prontos até maio deste ano, como determina o contrato de concessão. O valor devido pela concessionária chega, desde julho, a R$ 1,993 milhão e vai aumentar até que as obras sejam realizadas.

A multa moratória em desfavor da concessionária prevê penalidade de 3 URT (Unidade de Referência de Tarifa) por dia, conforme previsto no item 20 do contrato. O valor correspondente a mil vezes o preço médio da tarifa de pedágio aplicável à categoria 1 de veículos (carros de passeio), que hoje corresponde a R$ 6,57.

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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