A ‘novela’ envolvendo o pagamento dos salários atrasados de 2,7 mil trabalhadores do consórcio UFN3 – que paralisou a construção da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados da Petrobras em Três Lagoas – está perto do fim; no entanto, o drama das dívidas do consórcio em MS está longe de um desfecho.
Desde meados de dezembro, após bloqueio das contas da Petrobras em R$ 32,4 milhões para pagamento dos salários, por parte do Tribunal Regional do Trabalho de Três Lagoas, os ex-funcionários estão recebendo diretamente em suas contas, e a previsão do Sintiespav (Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil Pesada) é que os repasses sejam finalizados em 10 dias.
Por outro lado, fornecedores de Três Lagoas, que aguardam posicionamento da UFN3 quanto à dívida atualizada de R$ 12 milhões, ainda não têm definição clara de quando vão receber os valores. Três reuniões já foram feitas desde o fim de dezembro, e a próxima deve ocorrer no dia 13.
Em meados de dezembro, o Banco Central identificou o valor de quase R$ 50 milhões nas contas da Petrobras, e a Justiça determinou o bloqueio do dinheiro para que os operários pudessem receber. Inicialmente, o valor seria sequestrado do consórcio da UFN3, porém, o montante não foi encontrado e a Petrobras se tornou responsável por pagar as dívidas trabalhistas. No total foram R$ 48 milhões, apenas R$ 32,4 milhões foram repassados por enquanto. “Eles estão pagando os trabalhadores, mas ainda não temos o número que foi quitado”, frisou o presidente do Sintiespav, Nivaldo da Silva Moreira. O sindicalista considera que o bloqueio dos valores para pagamento dos trabalhadores já foi uma grande vitória, mas destaca que os efeitos negativos que a paralisação da obra deixou ainda prejudica o setor da construção.
A reportagem, de Rosana Siqueira, está na edição de hoje do jornal Correio do Estado.