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TERREMOTO

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Tremor leva destruição a Estados mais pobres do México; mortos chegam a 61

Estados mais afetados foram Oaxaca e Chiapas, os dois mais pobres do país

FOLHAPRESS

09/09/2017 - 10h30
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Embora fosse quase meia-noite e a luz não ajudasse a ver direito, as caras das pessoas eram de observação. Quando a terra embaixo de seus pés começou a se mexer elas se transformaram.

Algumas se debulhavam em lágrimas, outras, de susto, estavam com olhos tão arregalados que pareciam sair do lugar, outras apertavam a boca para engolir os gritos de medo, mas não puderam evitar que o soluço escapasse.

Não era para menos. Às 23h49 desta quinta (7, 1h49 de sexta em Brasília) viveram um terremoto de magnitude 8,1 com epicentro em Pijijiapan, Chiapas. Pelo 61 pessoas morreram, mais de 200 ficaram feridas e, até a noite desta sexta (8), haviam sido registradas 459 réplicas, a maior com magnitude 6,1.

Foi inevitável não se lembrar do terremoto de magnitude 8 que os mexicanos sentiram na manhã de 19 de setembro de 1985 e que provocou mais de 10 mil mortes.

O desta quinta (7) foi o maior abalo sísmico que atingiu o país nos últimos cem anos, disse o presidente, Enrique Peña Nieto. Na capital, caiu o viaduto que dá acesso ao local onde é construído o novo aeroporto e houve danos menores em 72 escolas públicas.

Os Estados que mais sofreram danos, porém, foram Oaxaca e Chiapas, os dois mais pobres do país. Segundo o coordenador nacional da Defesa Civil, Luis Felipe Puente, foram 45 mortos em Oaxaca, 12 em Chiapas e quatro no vizinho Tabasco. Outras 200 pessoas ficaram feridas.

Pouco após o primeiro tremor, chegou-se a registrar alerta de tsunami no litoral dos dois Estados e na costa pacífica entre a Guatemala e o Equador, que não se confirmou nas horas seguintes.

A maioria dos municípios atingidos em Oaxaca fica no istmo de Tehuantepec, uma das regiões de maior presença indígena no país e com grande produção de petróleo. Em Juchitán, onde morreram 36 pessoas, mais de 7.000 casas e metade do prédio da prefeitura foram destruídos.

"A situação em Juchitán é crítica; este é o momento mais terrível de nossa história", disse a prefeita, Gloria Sánchez, depois do longo terremoto, que também abalou a Guatemala e El Salvador.

Em Tonalá, uma das cidades mais próximas ao epicentro, o governador de Chiapas, Manuel Velasco, estima que 700 escolas e 1.700 casas foram danificadas em todo o Estado. "A prioridade para nós é levantar a destruição para recuperar e retirar as pessoas das áreas de risco."

O governo local monta estrutura para abrigar os desalojados pelo terremoto. O Fundo Nacional para o Desenvolvimento Nacional (FONDEN) declarou emergência em Chiapas e de estado de desastre para 86 de seus 126 municípios, dando recursos emergenciais para os trabalhos de recuperação.

As autoridades abriram centros de arrecadação de alimentos e roupas em todo o país. Países latino-americanos, como Colômbia, Peru e Venezuela, enviaram equipes e suprimentos para as buscas pelas vítimas nos escombros.

O México fica entre cinco placas tectônicas e é um dos países que registra maior atividade sísmica no mundo. Desde então, o governo adotou regras mais rígidas para a construção e em relação aos planos de defesa civil e de treinamento para a retirada rápida em caso de tremor.

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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