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SP terá 60 ônibus elétricos ainda em
2017, diz secretário dos transportes

SP terá 60 ônibus elétricos ainda em
2017, diz secretário dos transportes

FOLHAPRESS

30/07/2017 - 22h00
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Em 2008, a embaixada dos EUA na China instalou em seu teto um monitor para controlar a qualidade do ar de Pequim. A escala vai de zero ("satisfatório") a 500 ("todos podem sofrer graves de saúde"), e os resultados são postados de hora em hora no Twitter (@BeijingAir).

No dia 11/10/2010, quando o sistema cravou 562, o ar local foi definido como "crazy bad" (maluco de ruim) pelo perfil oficial, e seguidores popularizam o neologismo "arpocalipse".

Três anos depois, o relatório "Rastreando a Fumaça", do Greenpeace, culpou o transporte na capital chinesa por 45% das emissões de óxidos de nitrogênio -família de gases por trás de problemas respiratórios e névoa tóxica que vira e mexe cobre metrópoles chinesas.

A história é outra em Shenzhen. Com os mesmos 12 milhões de habitantes de São Paulo, a cidade ao sul do país tem a atmosfera mais limpa entre as grandes áreas urbanas chinesas.

Na sexta (28), o prefeito João Doria (PSDB) pilotou um dos motivos pelos quais respirar melhor por aquelas bandas não é obra do acaso.

No último dia de sua viagem de uma semana pela China, o tucano conheceu uma das empresas líderes em veículos movidos a energia elétrica, tidos como um dos responsáveis pelo céu mais limpo na região.

Convidado a dirigir um dos carros que dispensavam combustíveis fósseis, Doria foi ao volante (não sem antes lembrar que já recuperara a carteira de habilitação suspensa por desrespeito a normas de trânsito).

Shenzhen quer chegar a 100% da frota de ônibus elétricos até o ano que vem e não está muito distante da meta, segundo fontes do governo local.

Doria disse que "o Brasil está tupiniquim demais, muito longe desta evolução tecnológica". Ele tem razão, a começar pela cidade que comanda.

A capital paulista tem cerca de 15 mil ônibus. Quantos se locomovem com bateria elétrica: um. Segundo o secretário municipal de Transportes, Sérgio Avelleda, há ainda em torno de 200 trólebus (alimentados por cabos ligados à rede elétrica, como os bondes de antigamente).

Mas 98,8% da frota se serve do não tão bom e certamente velho diesel. A prefeitura planeja lançar em agosto uma licitação para um novo contrato com empresas de ônibus.

A BYD, corporação chinesa que pôs o prefeito no comando de um de seus carros elétricos e depois lhe doou quatro modelos de R$ 250 mil cada para São Paulo, tem todo o interesse no mercado.

Um dos pontos do edital que vem por aí é fixar metas de redução de emissão de poluentes, sem contudo especificar quais tipos de combustíveis deverão abastecer os ônibus (diesel, biodiesel, etanol, eletricidade e gás, por exemplo).

Se o objetivo de aumentar a qualidade do ar e também a sonora, tanto faz qual solução as empresas abracem, diz Avelleda.

Ponto positivo para a solução elétrica: propiciar viagens bem menos barulhentas que as dos ônibus de hoje.
"A questão do silêncio" pesa, afirma Avelleda. "Quem não se incomoda quando o ônibus passa às 4h com o barulho do diesel?"

Ponto negativo: o preço. Cada veículo da frota atual custa em média R$ 550 mil. O modelo da BYD, por exemplo, sai por R$ 1,2 milhão -só a bateria onera em R$ 550 mil a conta.

A companhia propõe uma alternativa, afirma o diretor de marketing da BYD no Brasil, Adalberto Maluf: leasing, uma espécie de aluguel da bateria que seria incorporado ao preço da passagem. "Em vez de pagar R$ 1 por km de combustível, paga-se R$ 1 pela bateria." A empresa tem fábrica em Campinas, no interior do Estado.

Após preço do automóvel em si ser quitado, o único custo será o da energia -eis a vantagem econômica, já que os veículos elétricos têm vida útil maior (15 anos vs. 10 do diesel), argumenta Maluf.

Como um "test-drive" de ônibus ecologicamente corretos, São Paulo colocará em circulação 60 modelos elétricos ainda em 2017, segundo Avelleda.

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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