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Milicianos usavam fardas do Bope e máscara do Hulk para ameaçar

Milicianos usavam fardas do Bope e máscara do Hulk para ameaçar

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Investigação da Corredoria da Polícia Militar revelou que policiais militares suspeitos de integrar uma milícia que agia em Nova Iguaçu e Queimados, na Baixada Fluminense, usavam fardas do Batalhão de Operações Especiais da PM, o Bope, e máscaras do personagem de histórias em quadrinhos Hulk para ameaçar moradores e comerciantes.

Há pouco mais de três meses, uma operação da Corregedoria e do Ministério Público do RJ esteve em 14 endereços ligados a dez PMssuspeitos de integrar o grupo criminoso.

Numa 2ª ação, no dia 18 de outubro, oito deles foram presos. Outros cinco mandados foram expedidos pela Justiça contra três civis e um ex-PM.

Nos endereços percorridos durante a 1ª fase da operação, batizada de "Liquefeito", os agentes da Corregedoria apreenderam evidências de ligação dos PMs à quadrilha conhecida como "Milícia de Austin", bairro de Nova Iguaçu.

Entre os bens apreendidos, carros e motos considerados de luxo, itens que segundo relatório produzido pela equipe que investigou o caso eram incompatíveis com os vencimentos dos PMs. Celulares, dinheiro e computadores também foram confiscados.

Consta em relatório da Corregedoria que um dos policiais suspeitos de integrar a milícia, o soldado Leonardo Domingues do Nascimento, até então lotado na 4ª Unidade de Polícia Pacificadora, recebia como militar salário de R$ 2,9 mil por mês.

No endereço do PM, em agosto, os agentes apreenderam um Toyota Corolla avaliado em R$ 57 mil. A princípio, o policial negou ser dono do veículo, mas depois disse que havia comprado o carro por R$ 15 mil de um conhecido. O policial não revelou, no entanto, quem era o vendedor. O G1 não conseguiu entrar em contato com a defesa do praça.

Ao revistarem o carro do policial, os agentes da Corregedoria encontraram algo sinalizado no documento como "fato curioso": luvas e uma máscara do personagem de histórias em quadrinhos Hulk, além de fardas do Batalhão de Operações Especiais (Bope), o esquadrão de elite da PM.

É ressaltado no documento que o soldado Leonardo "nunca pertenceu e nem pertence ao efetivo do Bope".

Encontrar os trajes militares e a máscara reforçou denúncias recebidas pela Corregedoria, antes mesmo das apreensões serem feitas, de que milicianos se fantasiavam para assustar moradores e comerciantes. O órgão também apurou que o bando costumava rodar em carros clonados ou roubados.

Alinhamento com o tráfico

Testemunhas ouvidas pela Corregedoria da PM garantiram que a milícia em Austin recebia o suporte de traficantes da facção Terceiro Comando Puro (TCP) para manter o domínio no bairro. O objetivo do alinhamento era evitar investidas do Comando Vermelho, quadrilha rival.

Conforme os relatos, os criminosos teriam uma pessoa de confirnaça para fazer a ponte entre a facção e o grupo miliciano. O apelido desse contato era "Cara de Trem", segundo a declaração.

Já o soldado Leonardo Domingues, indicado como dono do carro onde estavam a máscara do Hulk e trajes do Bope, seria também conhecido como "Léo Portuga", e apontado por uma das testemunhas como segurança da milícia de Austin.

Outro PM, um cabo, até então lotado no 27º BPM (Santa Cruz), é indicado pelas testemunhas como "frente da milícia" em Queimados, município vizinho, e teria contato direto com o TCP. O policial seria conhecido como Babu.

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Comissão vai analisar pedido de anistia coletivo dos povos indígenas Guarani e Kaiowa de Caarapó

Violações praticadas pelo governo brasileiro aos indígenas no período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade

27/03/2024 17h00

Arquivo/Correio do Estado

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A Comissão de Anistia irá analisar, em sessão histórica o pedido de anistia coletivo dos povos Guarani Kaiowa, da comunidade indígena Guyraroká, protocolado pelo Ministério Público Federal (MPF) em 31 de agosto de 2015.

Esta será a primeira sessão promovida pelo órgão, criado em 2002, e atualmente vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, para analisar eventual reparação a indígenas que tiveram os direitos humanos violados durante o período da ditadura militar no Brasil, entre 1947 e 1980.

A sessão de apreciação dos pedidos ocorrerá às 8 horas (horário de MS) no próximo dia 2 de abril, no Auditório do MDHC, em Brasília (DF). O procurador da República Marco Antonio Delfino de Almeida, que subscreve o requerimento, representará o MPF.

Além da comunidade indígena Guyraroká, localizada no município de Caarapó (MS), a cerca de 275 quilômetros de Campo Grande, também serão analisados durante a sessão os pedidos de anistia relacionados aos povos Krenak, de Minas Gerais.

Como o primeiro pedido foi protocolado há quase uma década, o MPF promoveu recentes reuniões com lideranças da aldeia Guyraroká, no intuito de debater e atualizar o documento contendo os requerimentos coletivos, cujo teor será apresentado durante o ato no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

Retirada do território

Políticas federais de povoamento do país, implementadas durante o período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai, levaram agentes estatais a promover traslados compulsórios dos indígenas de Guyraroká, provocando mortes e profunda desintegração dos modos de vida destes povos tradicionais.

O propósito era retirar os indígenas das vastas áreas por eles ocupadas segundo os seus modos tradicionais e confiná-los em espaços exíguos definidos unilateralmente pelo poder público. As terras ocupadas anteriormente por eles foram liberadas à ocupação de terceiros, que tiveram a posse dos terrenos legitimada por títulos de propriedade.

Estas violações praticadas à época pelo governo brasileiro aos indígenas de Mato Grosso do Sul foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), que esteve em Dourados e ouviu integrantes da comunidade Guyraroká sobre o processo de confinamento territorial que sofreram. Estima-se que mais de 8.300 indígenas foram mortos no período em decorrência da ação estatal ou da omissão do governo brasileiro.

Repercussões das violações

Após anos longe do território, aos poucos, os indígenas buscaram ocupar Guyraroká, num processo que começou em 2004, iniciando pela ocupação da faixa de domínio da rodovia estadual que ladeia a terra indígena (MS-156) e posteriormente ocupando uma parcela do perímetro declarado – 65 de um total de 11 mil hectares.

O MPF destaca, no pedido de anistia, que a principal atividade econômica desenvolvida pelos indígenas Kaiowa é a agricultura e, quando retirados do seu território forçadamente pelo governo brasileiro, ficaram completamente desprovidos do exercício de todas as suas atividades econômicas, merecendo a reparação.

Além disso, a desintegração do grupo e a ausência de acesso ao território tradicional, somada à extrema miséria, provocaram um número significativo de mortes por suicídio na comunidade. Em um grupo de 82 pessoas, registrou-se um caso de suicídio por ano entre 2004 e 2010.

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Prefeita prevê conclusão das obras de saneamento básico na Homex em 60 dias

Segundo a Águas Guariroba, as obras iniciaram há 10 dias e até o momento foram instalados 3,5 km de rede de esgoto.

27/03/2024 16h45

Fotos: Gerson Oliveira

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Após anos de luta, cerca de 1,5 mil famílias que residem na comunidade Homex, localizada no Jardim Centro-Oeste, em Campo Grande, terão acesso ao sistema de saneamento básico de água e esgoto. A prefeita Adriane Lopes (PP) e o presidente da Águas Guariroba, Themis de Oliveira, realizaram uma visita técnica para inspecionar o andamento das obras iniciadas há dez dias. Segundo o cronograma, a previsão de conclusão é de 60 dias. 

Até o momento, foram instalados 3,5 km de rede de esgoto na Comunidade do Homex. O investimento, proveniente de uma parceria público-privada com a concessionária Águas Guariroba, é de aproximadamente R$8 milhões

De acordo com o diretor executivo das Águas Guariroba, Gabriel Brum, foram instalados 8,7 quilômetros de rede de água e outros 12 km de rede de esgoto na comunidade. 

"Esta é uma obra bem complexa por causa de diversas instalações que acabamos encontrando debaixo das casas. Infelizmente agora é uma dor de cabeça aos moradores, mas em breve será de muita alegria, porque o nosso objetivo é terminar em 60 dias",  relatou ao Correio do Estado.  

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A prefeita Adriane Lopes destacou que o saneamento básico é fundamental para a qualidade de vida das pessoas. Ela ainda ressaltou que a disponibilidade de água tratada nas torneiras irá reduzir as filas nas unidades de saúde e, consequentemente, promover o bem-estar dos moradores

"Estamos avançando nessa obra de grande importância para a comunidade. São mais de 1,5 mil famílias, e cerca de 5 mil pessoas que terão saneamento que é vida", afirmou. 

Durante a apresentação do mapa das obras para a imprensa, o diretor-presidente da Águas Guariroba, Themis de Oliveira, anunciou que, no primeiro mês após a instalação, não será cobrada tarifa de água e esgoto dos moradores.

"Além de não pagarem água e esgoto no primeiro mês, as famílias serão cadastradas na tarifa social. Vamos passar pela comunidade ensinando as famílias a consumir a água", explica Themis Oliveira.


Qualidade de vida 

Observando de longe o trabalho dos funcionários da Águas Guariroba, Clair Lopes, de anos, é residente da Comunidade do Homex há 8 anos, tentava entender o que estava acontecendo. Após a imprensa relatar que seria instalada uma rede de esgoto e água, ela ficou extremamente animada com a expectativa de ter água limpa na torneira. Junto com ela, moram quatro pessoas: seu marido, seu filho e uma filha que está grávida. 

"Nossa, que alegria ouvir isso. Será uma benção, é tudo que a gente queria, ter água limpa em casa. Meus netos todos já tiveram diarreia e agora vamos ter uma água boa para nós consumir", relatou.

Clair ainda expressou sua ansiedade por poder tomar um banho demorado, já que a família atualmente precisa se banhar com baldes.

"Não vejo a hora de poder tomar banho de verdade, ninguém merece ter que usar baldinho", relatou Clair.

 

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