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Lava Jato de SP será chefiada por procuradora que investigou Lei Rouanet

Thaméa Danelon substitui Thiago Lacerda Nobre, que acumulava o cargo de procurador-chefe

FOLHAPRESS

16/11/2018 - 09h38
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 Expandida há menos de um ano, a força-tarefa da Lava Jato em São Paulo mudou de comando e será chefiada pela procuradora Thaméa Danelon, coordenadora do núcleo paulista de combate à corrupção do Ministério Público Federal.

Ela substitui Thiago Lacerda Nobre, que acumulava o cargo de procurador-chefe do Ministério Público com a coordenadoria da Lava Jato. Como o posto é rotativo, a saída dele já era prevista.

Com maior exposição em entrevistas e nas redes sociais que os colegas de força-tarefa, Thaméa é conhecida por fazer aguerrida defesa da operação desde que ela estava concentrada em Curitiba.

Em São Paulo, tomou a frente da campanha pela aprovação do pacote de dez medidas contra a corrupção. No entanto, ficou insatisfeita com as mudanças feitas pelo Congresso durante a tramitação da proposta.

Os posicionamentos já renderam a ela o apelido de "a Deltan Dallagnol de São Paulo", em referência ao coordenador da Lava Jato no Paraná -cujas publicações são frequentemente compartilhadas pela procuradora nas redes sociais.

Uma das operações em que ela foi a porta-voz do MPF é a Boca Livre, que investigou suspeitas de fraudes na Lei Rouanet. A denúncia contra os alvos, no entanto, foi oferecida por outra procuradora, Karen Kahn.

Nos últimos meses, Thaméa se dedicou nas redes sociais a pedir que os eleitores não votassem em candidatos investigados por denúncias de corrupção. 

Quando Jair Bolsonaro foi eleito à Presidência, cumprimentou a ele e ao futuro ministro da Casa Civil Onyx Lorenzoni no Twitter e disse rogar "que o presidente se empenhe na aprovação das #10medidascontraacorrupcao conforme dito em campanha".

Onyx, no entanto, é investigado pela Procuradoria-Geral da República sob suspeita de ter recebido caixa dois eleitoral da JBS.

Thaméa também passou a ser uma defensora da indicação de Sergio Moro ao Ministério da Justiça. Disse que o juiz irá engrandecer a pasta.

Santista, é procuradora da República desde 1999 e fez mestrado especializado em crimes financeiros. Sua dissertação foi orientada por Alexandre de Moraes, atual ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).

A força-tarefa da Lava Jato em São Paulo tem 11 procuradores, quatro deles exclusivos para os casos da operação. Essa formação foi consolidada em fevereiro -antes, eram apenas três membros.

Até o momento, as denúncias do grupo se concentraram em suspeitas de desvios e cartel na obra do Rodoanel, em gestões do PSDB em São Paulo.

Embora Thiago Nobre tenha deixado a coordenação, ele continua como integrante da Lava Jato, mas divide o trabalho com a chefia do MPF paulista e com outros casos, como a Operação Tritão, que investiga suspeitas de desvios no Porto de Santos.

Nos últimos meses, se concentrou em criar mais estrutura interna à força-tarefa, como remanejar funcionários para ajudar no trabalho dos procuradores. Sete servidores devem ingressar nos próximos dias.

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Comissão vai analisar pedido de anistia coletivo dos povos indígenas Guarani e Kaiowa de Caarapó

Violações praticadas pelo governo brasileiro aos indígenas no período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade

27/03/2024 17h00

Arquivo/Correio do Estado

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A Comissão de Anistia irá analisar, em sessão histórica o pedido de anistia coletivo dos povos Guarani Kaiowa, da comunidade indígena Guyraroká, protocolado pelo Ministério Público Federal (MPF) em 31 de agosto de 2015.

Esta será a primeira sessão promovida pelo órgão, criado em 2002, e atualmente vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, para analisar eventual reparação a indígenas que tiveram os direitos humanos violados durante o período da ditadura militar no Brasil, entre 1947 e 1980.

A sessão de apreciação dos pedidos ocorrerá às 8 horas (horário de MS) no próximo dia 2 de abril, no Auditório do MDHC, em Brasília (DF). O procurador da República Marco Antonio Delfino de Almeida, que subscreve o requerimento, representará o MPF.

Além da comunidade indígena Guyraroká, localizada no município de Caarapó (MS), a cerca de 275 quilômetros de Campo Grande, também serão analisados durante a sessão os pedidos de anistia relacionados aos povos Krenak, de Minas Gerais.

Como o primeiro pedido foi protocolado há quase uma década, o MPF promoveu recentes reuniões com lideranças da aldeia Guyraroká, no intuito de debater e atualizar o documento contendo os requerimentos coletivos, cujo teor será apresentado durante o ato no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

Retirada do território

Políticas federais de povoamento do país, implementadas durante o período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai, levaram agentes estatais a promover traslados compulsórios dos indígenas de Guyraroká, provocando mortes e profunda desintegração dos modos de vida destes povos tradicionais.

O propósito era retirar os indígenas das vastas áreas por eles ocupadas segundo os seus modos tradicionais e confiná-los em espaços exíguos definidos unilateralmente pelo poder público. As terras ocupadas anteriormente por eles foram liberadas à ocupação de terceiros, que tiveram a posse dos terrenos legitimada por títulos de propriedade.

Estas violações praticadas à época pelo governo brasileiro aos indígenas de Mato Grosso do Sul foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), que esteve em Dourados e ouviu integrantes da comunidade Guyraroká sobre o processo de confinamento territorial que sofreram. Estima-se que mais de 8.300 indígenas foram mortos no período em decorrência da ação estatal ou da omissão do governo brasileiro.

Repercussões das violações

Após anos longe do território, aos poucos, os indígenas buscaram ocupar Guyraroká, num processo que começou em 2004, iniciando pela ocupação da faixa de domínio da rodovia estadual que ladeia a terra indígena (MS-156) e posteriormente ocupando uma parcela do perímetro declarado – 65 de um total de 11 mil hectares.

O MPF destaca, no pedido de anistia, que a principal atividade econômica desenvolvida pelos indígenas Kaiowa é a agricultura e, quando retirados do seu território forçadamente pelo governo brasileiro, ficaram completamente desprovidos do exercício de todas as suas atividades econômicas, merecendo a reparação.

Além disso, a desintegração do grupo e a ausência de acesso ao território tradicional, somada à extrema miséria, provocaram um número significativo de mortes por suicídio na comunidade. Em um grupo de 82 pessoas, registrou-se um caso de suicídio por ano entre 2004 e 2010.

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Prefeita prevê conclusão das obras de saneamento básico na Homex em 60 dias

Segundo a Águas Guariroba, as obras iniciaram há 10 dias e até o momento foram instalados 3,5 km de rede de esgoto.

27/03/2024 16h45

Fotos: Gerson Oliveira

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Após anos de luta, cerca de 1,5 mil famílias que residem na comunidade Homex, localizada no Jardim Centro-Oeste, em Campo Grande, terão acesso ao sistema de saneamento básico de água e esgoto. A prefeita Adriane Lopes (PP) e o presidente da Águas Guariroba, Themis de Oliveira, realizaram uma visita técnica para inspecionar o andamento das obras iniciadas há dez dias. Segundo o cronograma, a previsão de conclusão é de 60 dias. 

Até o momento, foram instalados 3,5 km de rede de esgoto na Comunidade do Homex. O investimento, proveniente de uma parceria público-privada com a concessionária Águas Guariroba, é de aproximadamente R$8 milhões

De acordo com o diretor executivo das Águas Guariroba, Gabriel Brum, foram instalados 8,7 quilômetros de rede de água e outros 12 km de rede de esgoto na comunidade. 

"Esta é uma obra bem complexa por causa de diversas instalações que acabamos encontrando debaixo das casas. Infelizmente agora é uma dor de cabeça aos moradores, mas em breve será de muita alegria, porque o nosso objetivo é terminar em 60 dias",  relatou ao Correio do Estado.  

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A prefeita Adriane Lopes destacou que o saneamento básico é fundamental para a qualidade de vida das pessoas. Ela ainda ressaltou que a disponibilidade de água tratada nas torneiras irá reduzir as filas nas unidades de saúde e, consequentemente, promover o bem-estar dos moradores

"Estamos avançando nessa obra de grande importância para a comunidade. São mais de 1,5 mil famílias, e cerca de 5 mil pessoas que terão saneamento que é vida", afirmou. 

Durante a apresentação do mapa das obras para a imprensa, o diretor-presidente da Águas Guariroba, Themis de Oliveira, anunciou que, no primeiro mês após a instalação, não será cobrada tarifa de água e esgoto dos moradores.

"Além de não pagarem água e esgoto no primeiro mês, as famílias serão cadastradas na tarifa social. Vamos passar pela comunidade ensinando as famílias a consumir a água", explica Themis Oliveira.


Qualidade de vida 

Observando de longe o trabalho dos funcionários da Águas Guariroba, Clair Lopes, de anos, é residente da Comunidade do Homex há 8 anos, tentava entender o que estava acontecendo. Após a imprensa relatar que seria instalada uma rede de esgoto e água, ela ficou extremamente animada com a expectativa de ter água limpa na torneira. Junto com ela, moram quatro pessoas: seu marido, seu filho e uma filha que está grávida. 

"Nossa, que alegria ouvir isso. Será uma benção, é tudo que a gente queria, ter água limpa em casa. Meus netos todos já tiveram diarreia e agora vamos ter uma água boa para nós consumir", relatou.

Clair ainda expressou sua ansiedade por poder tomar um banho demorado, já que a família atualmente precisa se banhar com baldes.

"Não vejo a hora de poder tomar banho de verdade, ninguém merece ter que usar baldinho", relatou Clair.

 

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