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Justiça de SP condena a 15 anos ex-oficial acusado de desvio de verba da PM

Justiça de SP condena a 15 anos ex-oficial acusado de desvio de verba da PM

FOLHAPRESS

16/10/2018 - 21h00
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A Justiça Militar de São Paulo condenou na noite de segunda-feira (15) o ex-tenente José Afonso Adriano Filho a 15 anos, seis meses e 15 dias de prisão por supostos desvios dos cofres públicos.

O ex-oficial, que está preso deste março de 2017, declarou-se inocente e vai recorrer da decisão da decisão ainda preso.

Essa é a segunda condenação do Adriano Filho por suspeitas de fraude em concorrências realizadas por ele quando comandava o setor de licitação do comando da Polícia Militar, entre os anos de 2005 e 2012.

Na primeira condenação, em fevereiro deste ano, a Justiça determinou que o ex-PM cumprisse 15 anos e meio de prisão.

Adriano Filho responde a outros 20 processos, desdobramentos de uma série de reportagens publicadas pela Folha de S.Paulo em 2015. Ao todo, o esquema comandado por ele teria desviado mais de R$ 200 milhões ao longo dos anos.

As reportagens revelaram, por exemplo, que o então tenente-coronel tinha um esquema montado para desvio de verbas públicas por meio de uma rede de empresas fantasmas.

Por determinação do então secretário da Segurança Alexandre de Moraes, a Corregedoria montou uma força-tarefa para analisar todos os procedimentos que o oficial operou e constatou as irregularidades apontadas pela reportagem.

Duas empresas citadas pela Folha de S.Paulo à época são a Comercial das Províncias e a Construworld, que formalmente funcionaram no mesmo endereço (uma casa em obras) e que chegaram a usar a mesma conta bancária para receber do Estado.

A nova condenação se refere a irregularidades envolvendo a Comercial. A anterior, de fevereiro, era relativa à Construworld.

No ano passado, o ex-oficial escreveu uma carta com a indicação de 18 supostos esquemas na PM. O intuito dele, segundo a defesa à época, era tentar uma delação premiada para tentar reduzir a pena.

Tais tratativas não avançaram porque, segundo a reportagem apurou, o ex-PM não conseguiu apresentar provas daquilo que sugeriu na carta escrita por ele.

Em entrevista à Folha de S.Paulo em 2015, quando admitiu parte das irregularidades, ele afirmou ter feito tudo com conhecimento dos superiores e para benefício da corporação.

Ele argumentava que usava o dinheiro de licitações fraudadas para comprar produtos para a própria PM, incluindo serviços para o setor de comunicação da polícia.

"Não fiz nada sem ordem. Todas as melhorias executadas, não só no Quartel do Comando-Geral como em outras unidades, tinham ciência e autorização dos superiores", afirmou o oficial na ocasião, sem mencionar nomes.

O esquema de desvio de dinheiro, de acordo com denúncia da Promotoria, teria ocorrido entre 2005 e 2012, por meio de fraudes a licitações, além da contratação de empresas por meio de dispensas, convites ou interferências nos resultados de pregões. Muitos serviços ou produtos não foram entregues, embora pagos.

As fraudes ocorreram em diferentes governos tucanos -de Geraldo Alckmin, José Serra e Alberto Goldman (PSDB), além de Cláudio Lembo, do então PFL, atual DEM-, passando pelos comandos da PM dos coronéis Elizeu Eclair Teixeira Borges, Roberto Diniz e Álvaro Camilo, hoje deputado estadual pelo PSD (não reeleito).

Camilo é citado na carta de Adriano Filho como um dos beneficiários do esquema de desvio de dinheiro dos cofres públicos. O ex-comandante-geral nega o fato.

Segundo o Ministério Público, as promotoras de Justiça Camila Bonafini Pereira e Livi Rodrigues de Souza, após a proclamação do resultado, interpuseram recurso de apelação em nome do Ministério Público de São Paulo com o objetivo de aumentar a pena aplicada pelo Tribunal de Justiça Militar.

A reportagem ainda não conseguiu contato com a defesa do ex-PM.

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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