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Fundo para financiar universidades
segue travado no Congresso

Fundo para financiar universidades
segue travado no Congresso

FOLHAPRESS

17/09/2017 - 09h03
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Diante da reclamação sobre a falta de recursos na educação superior, voltaram a tramitar no Congresso projetos antigos que preveem a criação de fundos patrimoniais para permitir que pessoas físicas e empresas façam doações a universidades.

Representantes dos ministérios da Educação, do Planejamento, da Fazenda e da Casa Civil têm tido reuniões para tratar do assunto, mas, segundo pessoas com conhecimento do assunto, ainda não conseguiram chegar a um consenso sobre as propostas.

Enquanto a Educação defende a criação dos fundos, a área econômica tem o pé atrás em relação à possibilidade de implementar um estímulo fiscal via dedução do Imposto de Renda, ainda que não ocorra, necessariamente, um grande volume de doações.

Ao mesmo tempo, a associação dos reitores defende a criação desses fundos, mas teme que o governo use as doações para substituir repasses de recursos públicos.

"Queremos que as universidades possam receber doações, mas queremos nestas condições: que tenhamos total autonomia para gerir os recursos e que as doações não substituam as dotações orçamentárias regulares", disse o presidente da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), Emmanuel Tourinho.

Nos últimos dias, voltaram a tramitar nos Congresso pelo menos dois projetos antigos que tratam do assunto.
No Senado, a Comissão de Assuntos Econômicos aprovou um projeto de 2015 que prevê que as doações possam ser usadas para obras, equipamentos, bolsa de estudos e qualificação, entre outros.

O texto, que também precisa passar pela Câmara, estava pronto para ser votado no colegiado desde 2016.
O projeto que tramita na Câmara é ainda mais antigo: foi apresentado em 2012. Na última semana, esse texto que cria os fundos patrimoniais foi pautado na Comissão de Constituição e Justiça da Casa. Devido a um pedido de vista, a votação foi adiada.

ESTÍMULO FISCAL

O texto da Câmara prevê que os doadores tenham a opção de deduzir do IR os valores das doações até o limite de 12%, assim como as demais deduções. O projeto do Senado prevê que as deduções só possam ocorrer a partir de 2021.

Para o secretário-executivo-adjunto do Ministério da Educação, Felipe Sigollo, "a grande discussão" é o estímulo fiscal. "A saúde encontrou formas de financiamento que a gente ainda não encontrou. Outras áreas têm incentivos fiscais que a educação não tem, como a Lei Rouanet [incentivo à cultura], incentivo ao esporte."

A pasta da Educação quer mudanças no texto da Câmara, como a ampliação do uso da verba para o ensino. Da forma como está, o projeto contempla apenas pesquisa.

Outra mudança necessária, na avaliação da equipe da Educação, é dar poder de decisão ao doador em relação à forma como a verba será utilizada. "É importante que o doador tenha protagonismo. Ele dá o dinheiro, ele participa de um conselho, de um comitê gestor para dizer o que pode ser feito", disse Sigollo.

A relatora da proposta da Câmara, Soraya Santos (PMDB-RJ), espera que o texto seja votado na comissão em caráter terminativo nesta semana e, com isso, vá para o Senado sem ter de passar pelo plenário da Câmara.

O Ministério da Fazenda informou que o assunto ainda tem de ser estudado.

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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