O Ministério Público Federal (MPF) ofereceu à Justiça mais duas denúncias contra o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, a partir de investigações da Lava Jato, sendo elas a 13ª e 14ª operações da força-tarefa do MPF/RJ, além de uma de Curitiba.
A Força Tarefa do Rio de Janeiro já denunciou o ex-governador e mais 23 pessoas na Operação Ponto Final por crimes com a Fetranspor.
A investigação do Ministério Público Federal (MPF) que levou à deflagração da Operação Ponto Final indica que Sérgio Cabral recebeu cerca de R$ 122 milhões em propina por meio do operador e braço-direito Carlos Miranda – ambos já estão presos. No total, o MPF denunciou que foram movimentados cerca de R$ 260 milhões em valores indevidos em troca de benefícios às empresas de ônibus.
Ainda segundo a investigação, Rogério Onofre, ex-presidente do Departamento de Transportes Rodoviários do RJ (Detro), teria recebido mais de R$ 44 milhões; Lelis Marcos Teixeira, presidente da Federação das Empresas de Transporte do RJ (Fetranspor), pouco mais de R$ 1,57 milhão; José Carlos Reis Lavoura, conselheiro da Fetranspor, mais de R$ 40 milhões; e Jacob Barata Filho, empresário do setor de transportes, teria recebido R$ 23 milhões.
O esquema de corrupção envolvendo o transporte público rodoviário no Rio de Janeiro é um dos mais antigos no estado e continuou beneficiando o ex-governador Sérgio Cabral e a organização criminosa chefiada por ele mesmo após a saída do governo, segundo o procurador da República Eduardo El Hage.
De acordo com as investigações, valores desviados indevidamente eram encaminhados para Cabral como "prêmios" em troca de benefícios para as empresas de ônibus - como a concessão de reajustes nas tarifas.