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Especialistas dizem que suspensão do Mercosul deve piorar economia da Venezuela

Especialistas dizem que suspensão do Mercosul deve piorar economia da Venezuela

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O agravamento no desabastecimento de produtos, crescimento da violência, desarticulação das burocracias em áreas como segurança pública, saúde e educação. Esse é um possível panorama do que se esperar da Venezuela para as próximas semanas, após a suspensão do país no âmbito do Mercosul. A opinião é do professor do Departamento de História das Relações Internacionais da Universidade de Brasília, Virgílio Caixeta Arraes. O objetivo do Mercosul é convencer o governo venezuelano a estabelecer negociações com a oposição para saída da crise política que envolve o país, agravada com a convocação de uma assembleia constituinte.

Para ele, do ponto de vista político, a situação agrava mais a estabilidade do mandato do presidente Nicolás Maduro, uma vez que há consenso dos países-membros do Mercosul em aplicar uma nova punição para o país. “A suspensão é uma forma de punição mais severa. Dado que, no final do ano passado, sob justificativa técnica, já se havia suspendido o país, e agora, pouco mais de seis meses depois, uma punição é política”, avalia.

A suspensão aplicada à Venezuela pelo Mercosul no dia 5 de agosto foi tomada com base nas regras do Protocolo de Ushuaia, assinado em 1998. Ela soma-se a outra de natureza jurídica, feita no fim de 2016, devido ao não cumprimento por parte da Venezuela de acordos e tratados firmados no momento de adesão ao bloco. Tal decisão foi tomada com base na Convenção de Viena.

Para o assessor de Relações Internacionais da Universidade Católica de Brasília, Creomar de Souza, o resultado prático da medida de suspensão no Mercosul é dar um recado de que os vizinhos estão de olho na situação e que estão estabelecendo as sanções possíveis para que o governo do país restabeleça um diálogo com a oposição. “Em algum sentido, o direcionamento diplomático é muito mais uma tentativa de mostrar respaldo àqueles que tem lutado por forças democráticas dentro da Venezuela do que um recado direto ao governo”, afirma o assessor.

Outra consequência imediata da suspensão do país no bloco é o aumento do fluxo de venezuelanos para os países fronteiriços, um dos quais o próprio Brasil. “O governo brasileiro tem que trabalhar com essa possibilidade e imagina-se que ele já esteja contemplando essa realidade, de maneira que possa oferecer condições mais favoráveis aos governos estaduais para que recepcionem os venezuelanos nesse momento tão dramático, ainda que o Brasil não viva, do ponto de vista econômico, uma situação boa também”, avalia Arraes. 

Sanções econômicas

Para Creomar, a resistência ao diálogo por parte do governo venezuelano pode se desdobrar em sanções econômicas. “Para um país como a Venezuela, que é dependente economicamente de um produto [petróleo], e que já passava por dificuldades de escassez de produtos antes das sanções, o futuro econômico não é bom. A única saída é começar a negociar”, assegura.

Segundo o assessor, a Venezuela está caminhando para uma situação de piora antes da melhora. “Até o presente momento, o governo não tem dado nenhum tipo de sinalização de que ele quer, de fato, estabelecer um diálogo com a oposição. Isso tanto em âmbito político, quanto em âmbito relacional”, afirma.

Essa também é uma visão de Arraes. Para o professor, o que se espera agora é uma saída conciliatória dentro da própria Venezuela. “Não se admite, naturalmente, nenhum tipo de saída violenta ou anticonstitucional também por parte da oposição da Venezuela. Se espera agora que as partes, em função agora da postura do Mercosul, busquem uma conciliação com o objetivo de poupar a sociedade venezuelana, que passa por uma situação dramática”.

O especialista reforça que com a falta de diálogo na Venezuela e a suspensão do país no Mercosul, a população é quem se prejudica mais, à medida que os acordos comerciais, que visam a facilitar a circulação de bens dentro do bloco, ficam suspensos. “Isso dificulta ainda mais a possibilidade de recuperação da economia venezuelana, extremamente dependente do petróleo”, afirma Arraes.

A presença da Venezuela no bloco é, segundo o professor, importante porque faz do Mercosul uma organização energética considerável. “Além disso, dentro das condições de competição da indústria brasileira, a América do Sul é uma área de preferência. Então, à proporção que o bloco se amplia, melhor para a indústria brasileira, que é a mais sofisticada do continente”, conclui.

Adesão da Venezuela

A aproximação da Venezuela com o Mercosul, até sua entrada no bloco, teve início em 2003, durante reunião de cúpula do bloco realizada no Uruguai. Na ocasião, foi assinado o Acordo de Complementação Econômica Mercosul com Colômbia, Equador e Venezuela. Nele foi estabelecido um cronograma para a criação de uma zona de livre comércio entre os Estados signatários e os membros do Mercosul. Em 2004, a Venezuela foi elevada ao status de membro associado. No ano seguinte, o bloco a reconheceu como uma nação associada em processo de adesão, o que na prática significava que a Venezuela tinha voz, mas não voto.

A adesão plena venezuelana encontrou resistência paraguaia. Apenas em 2012, em resposta à destituição sumária de Fernando Lugo da presidência do Paraguai, os presidentes do Mercosul decretaram a suspensão do país até a eleição presidencial seguinte, em 2013. Logo em seguida, os presidentes do bloco reconheceram a adesão plena da Venezuela e diversos acordos comerciais foram firmados.

Reparos

Prefeitura irá notificar morador que modificou via para fugir dos buracos em bairro de Campo Grande

Secretaria Municipal, responsável por veículos que atolaram em rua "problemática" do Jardim Itatiaia, responsabiliza morador que fez a instalação de paralelepidepos por buraco onde mais de dez carros atolaram

17/04/2024 17h30

Para o morador Roberto Pinheiro que resgatou mais de dez veículos entre segunda e terça-feira a via com os parelelepípedos, na rua dos Estudantes era o único caminho transitável para que ele pudesse voltar para casa Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Após um morador cansado de esperar pelo asfalto instalar paralelepípedos para evitar buracos na rua dos Estudantes, no Jardim Itatiaia, a Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), informou que irá notificar o munícipe.

A informação foi dada durante atualização da Prefeitura, na noite de terça-feira (16) no balanço de ações emergenciais de pontos críticos que foram afetados pela chuva. 

A rua dos Estudantes tem cruzamento com a Rua Conde de São Joaquim, onde desde o início da semana, em decorrência da chuva acima da média, mais de dez veículos atolaram, incluindo o caminhão e o trator da Sisep que estiveram no local no início da tarde para jogar cascalho na via

 "Outra via que a Sisep atuou foi na Rua Conde de São Joaquim, no Bairro Tiradentes, próximo à Avenida Três Barras. No local foi executado reparo emergencial para o fechamento da vala aberta pela enxurrada. Foi constatado que o problema nessa via foi provocado também por uma obra irregular executada por morador do bairro, que sem autorização colocou paralepípedos em um trecho da rua. O morador será notificado para retirar o material e depois a Sisep realizará serviços para melhorar as condições das vias locais", informou a Prefeitura.
 

 

 

 

Outro trator foi enviado até o local para "resgatar" os veículos da Sisep e finalmente o buraco na rua Conde de São Joaquim recebeu o cascalho, conforme relatou o morador Roberto Pinheiro dos Santos, de 34 anos, que relatou ao Correio do Estado que o local passou por vistoria de um engenheiro da Águas Guariroba. 

"Veio o rapaz da Águas, Guariroba, que também é engenheiro, aí disse que o secretário da Prefeitura está culpando ele da rede de esgoto que foi passada aqui, que foi uma má compactação dele, que ocasionou a abrir essa vala na rua", disse Roberto.

Com relação aos paralelepípedos na rua dos Estudantes, Roberto apontou que era o único caminho viável para chegar até sua residência quando o buraco abriu próximo à Avenida Três Barras.

"Se não fosse aqueles paralelepípedos, era meio impossível eu entrar em casa. Ter acesso àquela rua de casa, porque ali segurou muito o barro e os buracos, né? Você viu o fluxo de água tamanho que era. Então acho que ia ser mais improvável eu chegar em casa do que se não tivesse o paralelepípedo. O cara fez um benefício e está levando culpa aí, né? Aí a prefeitura quer achar um culpado, né?"

 

 

 

 

A reportagem entrou em contato com a Águas Guariroba, que informou que realizou a ligação da rede de esgoto em 2023 e implementou a rede na parte mais alta da via, justamente para evitar os pontos de erosões que são formados em decorrência da chuva. Veja a nota na íntegra:

"Águas Guariroba informa que as obras para implantação da rede de esgoto na Rua Conde de São Joaquim foram realizadas em março de 2023, portanto, há mais de um ano. Na época, a rede foi implantada na parte mais alta da via, sentido Avenida Três Barras, lado oposto ao da erosão. Após a implantação da rede, o solo foi recomposto e compacto, conforme normas da ABNT e, até o momento, não apresentou problemas. A concessionária reforça que o ponto da via que está apresentando erosões é o oposto de onde a rede de esgoto foi instalada e pondera como possível causa para a erosão o percurso da água da chuva, já que a via não possui rede de drenagem".

A Sisep respondeu por meio de assessoria que o trabalho emergencial na via foi feito durante a tarde da terça-feira (16) e sem mencionar prazo ressaltou que a administração municipal tem previsão de pavimentar as ruas do Jardim Itatiaia. Veja a nota na íntegra:

"Assim que a chuva deu uma pequena trégua na tarde desta terça-feira (16) a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) fez o trabalho emergencial para o controle da valeta aberta pela enxurrada na Rua Conde de São Joaquim. A administração municipal tem previsão de pavimentar vias no Jardim Itatiaia e aquelas que não forem asfaltadas nesta fase receberam cascalhamento. Assim que começar o período de estiagem serão intensificados os trabalhos de manutenção das vias sem asfalto".

Chuva acima da média

Nos últimos quatro dias, Campo Grande registrou a quantidade de chuva esperada para todo o mês de abril, com 89,4 mm observados pelo Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (CEMTEC). Desde o dia 1º, a estação meteorológica do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) já notificou 130,8 mm, número 46,3% superior à média histórica.

 

** Colaborou Alanis Netto

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Cidades

Imasul convoca proprietários de imóveis no Pantanal com processos em andamento para adequação à lei

Proprietários que não fizerem os ajustes terão processo de licenciamento extinto

17/04/2024 16h30

SOS Pantanal/Divulgação

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O Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) reforça a convocação de todos os proprietários de imóveis localizados na Área de Uso Restrito do Pantanal (AUR-Pantanal) e que possuam processos de licenciamento ambiental em tramitação, para procederem aos ajustes determinados pela Lei do Pantanal nos referidos Cadastros Ambientais Rurais (CAR), no prazo de 180 dias.

Esse prazo está valendo desde a publicação do Edital de Convocação no Diário Oficial do Estado (página 83), que aconteceu no dia 9 de abril.

"Se o proprietário não fizer os ajustes necessários no CAR, o processo de licenciamento é automaticamente extinto", explicou o diretor presidente do Imasul, André Borges.

Os proprietários ou seus representantes devem acessar o sistema do Imasul e carregar as informações necessárias, exigidas pela Lei do Pantanal, para só então seus processos de licenciamento terem seguimento junto ao órgão ambiental.

Essa providência é necessária porque, conforme esclareceu Borges, a Lei do Pantanal (Lei 6.160 de 18 de dezembro de 2023) descreve uma série de novos pontos sensíveis na paisagem pantaneira como os capões, cordinheiras, landis; também as salinas, as veredas e os meandros abandonados (espécies de ilhas por onde passavam rios e que, com a mudança de curso, ficaram cercadas por água).

Todas essas formações geográficas passam a ser protegidas, inclusive em seu entorno, e precisam ser identificadas no Cadastro Ambiental Rural das propriedades.

Anexo ao Edital de Notificação foi publicada a lista de 158 processos de licenciamento ambiental em andamento no Imasul, que são afetados pela medida.

Além desses nomes, os  requerentes com propriedades no Pantanal que têm processo em tramitação e não constam na listagem, devem protocolar requerimento no Imasul solicitando a abertura do sistema para proceder aos ajustes necessários nos respectivos Cadastros Ambientais Rurais.

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