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Em Portugal, segunda etapa da Lava Jato no exterior mira operador da Petrobras

Em Portugal, segunda etapa da Lava Jato no exterior mira operador da Petrobras

FOLHAPRESS

25/09/2018 - 23h30
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Em sua segunda etapa no exterior, a Lava Jato realizou uma operação de busca e apreensão em endereços de Lisboa ligados a Mário Ildeu de Miranda, apontado como operador financeiro em esquemas de corrupção da Petrobras. 

Deflagrada na madrugada desta terça (25), a 54ª fase da operação foi uma cooperação do Ministério Público Federal do Brasil com o MP português e a Polícia Judiciária lusa. 

As autoridades cumpriram cinco mandados relacionados ao caso. O objetivo era recolher possíveis provas e evidências que Mário Ildeu de Miranda teria escondido na capital portuguesa. 

Alvo de um mandato de prisão preventiva na 51ª fase da Lava Jato, deflagrada em 8 de maio, o operador não foi detido na ocasião pela polícia. Segundo o MPF, o investigado partira para Portugal na véspera da operação, levando consigo quatro grandes malas de viagem e equipamentos eletrônicos. 

Uma semana depois, em 14 de maio, Mário Ildeu de Miranda se apresentou à polícia, mas sem os dispositivos pessoais que levou ao exterior. 

Os investigadores acreditam que esse material, que provavelmente contém informação relevante para a Lava Jato, tenha ficado em Lisboa. Com base nisso, foi pedida a operação de busca e apreensão justamente para detectá-los. 

Segundo nota do MPF, as buscas também pretendem "identificar provas de outros crimes, ainda não denunciados, para a continuidade das investigações".

Após pagar fiança de R$ 10 milhões, o operador Mário Ildeu de Miranda foi liberado da prisão.

Engenheiro, ele foi citado pelo Ministério Público no âmbito da Lava Jato em 2015 como um dos elementos de um intrincado esquema de empresas que usaria bases na Europa para movimentar dinheiro da corrupção na Petrobras. 

Miranda teria fundado, em Malta -ilha com status de paraíso fiscal na Europa- a empresa Lusoil Project Management Limited. No mesmo período, foi criada em Portugal a Seaoil Project Management Limited, com a Lusoil entre os sócios. 

Quando sua prisão foi pedida, as investigações apontavam pagamento de propina superior a US$ 56,5 milhoes entre os anos de 2010 e 2012, relacionados à esquemas de corrupção da Odebrecht com a estatal de petróleo. 

Parte dos pagamentos teria contado com o apoio do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, mais conhecido como "departamento da propina" da empreiteira. 

Segundo o MPF, Mário Ildeu de Miranda teve participação fundamental "para que os recursos, na ordem de pelo menos US$ 11,5 milhões, chegassem a contas secretas mantidas no exterior por funcionários corrompidos da Petrobras"

COOPERAÇÃO

Diante dos indícios de haver provas escondidas no exterior, a força-tarefa Lava Jato em Curitiba obteve autorização judicial perante a 13ª Vara Federal de Curitiba para formalizar pedido de cooperação internacional com Portugal. 

Em nota, o procurador da Republica Júlio Noronha, integrante da forca-tarefa Lava Jato em Curitiba e que acompanhou as buscas em Lisboa, ressaltou a cooperação com as autoridades portuguesas. 

"Vamos atrás das provas onde elas estiverem. As fronteiras nacionais não impedem as investigações. Como as medidas cumpridas evidenciam, a realidade é que o Ministério Público Federal, com o auxílio de autoridades estrangeiras, hoje busca não apenas bens e valores mantidos no exterior, mas provas dos crimes cometidos no Brasil".

A primeira fase internacional da Lava Jato também aconteceu em Lisboa. Em 21 de março de 2016, uma operação conjunta entre autoridades dos dois países prendeu o luso-brasileiro Raul Schmidt Felippe Junior, apontado como um dos principais operadores do esquema de corrupção na Petrobras. 

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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