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CONFLITO ISRAEL

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Em cinquentenário da Guerra dos Seis Dias, paz ainda está distante

Em cinquentenário da Guerra dos Seis Dias, paz ainda está distante

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Se Deus criou o mundo em sete dias, uma guerra moldou o atual Oriente Médio em seis.
Em 5 de junho de 1967, começou um conflito cujas consequências ecoam meio século depois.

A Guerra dos Seis Dias, vitória contundente de Israel, um país com então 19 anos de idade, cativou o mundo.

Mas o infortúnio dos derrotados, principalmente os palestinos, logo passou a ofuscar os louros dos vencedores, tornando-se um "sétimo dia" que nunca termina.

Desde 1967, houve cápsulas de esperança. Mas o clima hoje é de incredulidade quanto a uma solução para a questão palestina. Segundo pesquisa divulgada pelo jornal "Yedioth Aharonoth" (Últimas Notícias), 63% dos israelenses –incluindo a minoria árabe do país, 20% da população– não acreditam numa "paz verdadeira" entre Israel e os palestinos.

Da noção quase consensual de "dois Estados para dois povos", cada vez mais pessoas –por ideologia, desespero ou falta de opção– defendem um novo tipo de solução compartilhada. Para uns, isso significaria duas entidades convivendo na mesma terra. Para outros, a manutenção da situação atual. As nuances são inúmeras.

Duas narrativas -a israelense e a palestina- se desenvolveram depois da "ocupação" ou "liberação" dos territórios que Israel passou a controlar, o que deixou cerca de 1 milhão de árabes sob o controle do país.
Cerca de 380 mil pessoas que viviam na Cisjordânia, em Gaza e no Golã fugiram ou foram expulsas, conforme a narrativa, engrossando o total de refugiados da guerra de 1948, pós-criação de Israel.

EUFORIA

Entre os israelenses, houve uma onda de euforia e autoconfiança abalada só com a Guerra do Yom Kippur, em 1973. Para muitos, tratou-se de uma vitória quase "divina", principalmente pela conquista da Cidade Velha de Jerusalém, onde fica o Muro das Lamentações, local mais sagrado para o judaísmo, nas mãos da Jordânia desde 1948.

"O que aconteceu há 50 anos foi um milagre. Depois de 2.000 anos sem uma nação, finalmente voltamos ao nosso lar. É na Judeia e a Samária [nomes hebraicos da Cisjordânia] e em Jerusalém que a maior parte dos relatos bíblicos aconteceu", diz a franco-israelense Katja Epelbaum, 44, moradora da colônia de Eli, um dos 131 assentamentos legais criados na região após 1967 –há outros 97 ilegais, segundo a ONG Paz Agora.

Katja e o marido, Alon, são religiosos, mas o perfil dos mais de 500 mil colonos israelenses não é uniforme.

Noam e Tehila Cohen, por exemplo, são agricultores seculares que fundaram o assentamento ilegal de Neve Erez há 18 anos, onde realizam festivais de música alternativa e cultivam frutas e legumes orgânicos.
"Vim para cá por amor à terra, não por ideologia. Mas minha opinião mudou. Acho que aqui é o lar nacional do povo judeu", diz Noam.

"Com os palestinos, nosso relacionamento é de respeito e suspeição. Temos que conviver, colaborar. Podemos viver juntos, mas nunca será uma relação de amor."

Para o jornalista e pesquisador Shmuel Rosner, do Instituto de Política do Povo Judeu (JPPI), a guerra marcou a transição de Israel de uma situação de existência incerta para a de potência regional. "Israel se transformou, de um pequeno país, humilde e frágil, em um país muito mais forte, muito mais dominante, na região e no mundo", avalia ele.

O professor Efraim Inbar, do Centro de Estudos Estratéticos Begin-Saadat, afirma que a conquista militar de Israel teve enorme efeito regional, o que levou aos acordos de paz com o Egito (1978) e a Jordânia (1994), além de um relacionamento de fato com os países do Golfo. "Foi um longo caminho para convencer o mundo árabe de que Israel não pode ser facilmente destruído pela força."

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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