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Desemprego vai a 13% e tem 1ª queda desde 2014 com alta da informalidade

Desemprego vai a 13% e tem 1ª queda desde 2014 com alta da informalidade

LUCAS VETTORAZZO, Folhapress

28/07/2017 - 14h23
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A taxa de desemprego no Brasil registrou, no segundo trimestre, a primeira queda desde o final de 2014.
No trimestre encerrado em junho, o índice ficou em 13%, divulgou o IBGE nesta sexta-feira (28), uma queda de 0,7 ponto percentual sobre os 13,7% registrados no primeiro trimestre.

Os dados fazem parte da Pnad Contínua, a pesquisa oficial de emprego do IBGE, cuja abrangência é nacional.

O total da população desocupada -que são desempregados em busca de oportunidade- somou 13,5 milhões de pessoas, queda de 4,9%. A fila de emprego teve, portanto, uma redução de 690 mil pessoas entre o primeiro e o segundo trimestre.

INFORMALIDADE

Essa queda na taxa de desemprego, porém, ocorreu com o crescimento da informalidade, e não de vagas formais.

"Há mais pessoas sem carteira e por conta própria, que não têm garantias trabalhistas", afirmou o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.

Enquanto o total de empregados formais permaneceu praticamente estável (recuo de 0,2%) em cerca de 33,3 milhões de trabalhadores, o número de trabalhadores sem carteira assinada cresceu 4,3% e atingiu 10,6 milhões de pessoas.

O trabalho por conta própria também teve alta, de 1,8%, e chegou a 22,5 milhões de pessoas.

Na passagem do primeiro para o segundo trimestre deste ano, 75 mil postos com carteira foram fechados, enquanto 442 mil sem carteira foram criados e 396 mil pessoas passaram a trabalhar por conta própria.
Desde o início da crise que o trabalho formal tem diminuído. Os postos formais, que tiveram o início de uma trajetória de crescimento na década passada, atingiram o auge em junho de 2014.

A partir do trimestre encerrado em maio de 2015, o indicador começou a cair e chegou, dois anos mais tarde, ao ponto mais baixo da série histórica, iniciada em 2012. Muitas pessoas que perderam seus empregos passaram a desempenhar trabalhos informais ou por conta própria.

O número de empregadores (4,2 milhões de pessoas) também registrou estabilidade.

O total da população ocupada, a que efetivamente ocupa um posto de trabalho no mercado, teve alta de 1,3% e atingiu 90,2 milhões.

Azeredo destacou que, a despeito do aumento das vagas informais, a queda da taxa de desemprego no segundo trimestre mostra reversão da tendência de alta registrada desde o fim de 2015.

"O mercado gerou postos de trabalho. Não dá ainda para saber se é o início da recuperação, porque os dados estão muito abaixo dos do ano passado, mas a taxa vinha em uma tendência [de alta] e teve queda significativa [no trimestre]", disse Azeredo.

VAGAS

De acordo com o IBGE, os grupos nos quais o emprego mais cresceu foram a indústria, transportes, comércio de veículos e administração pública.

A administração pública e os serviços de saúde e educação privados, que compõe um grupo único, geraram 485 mil novas vagas no segundo trimestre, quase um terço do total de 1,2 milhão de novos postos no período.

Azeredo disse não ser possível determinar onde os empregos públicos foram criados e explicou que há impacto da sazonalidade.

Segundo o técnico, é comum haver contratação de funcionários para vagas que foram fechadas no fim do ano anterior em estados e municípios, por exemplo.

Não é possível fazer relação, disse ele, do resultado com o aumento das despesas de pessoal pelo governo federal ocorridas no primeiro semestre.

Já no setor de transportes, de acordo com o IBGE, aumentou o trabalho por conta própria, o que indica maior contingente de pessoas que atuam como motoristas de de aplicativos de celular. No segmento de transporte, houve acréscimo de 131 mil postos.

"O motorista de aplicativo é uma forma de reinserção mais simples no mercado e muitas pessoas procuraram essa opção na crise", explicou Azeredo.

Na indústria, o ganho no número de vagas foi de 375 mil, concentradas principalmente no setor de alimentos.

Segundo Cimar, ainda não dá para mensurar o impacto da reforma trabalhista no ritmo de contratações, bem como na informalidade.

HÁ UM ANO

Apesar da melhora, os dados atuais ainda mostram piora no emprego em relação ao verificado há um ano.
A taxa de desemprego do segundo trimestre teve alta de 1,7 ponto percentual em relação a igual período de 2016.

O número total de desempregados registrou alta de 16,4% no intervalo de um ano -1,9 milhão de pessoas ficaram desocupadas no período.

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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