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Desaceleração na área de petróleo e gás não ocorre só no Brasil, diz Mercadante

Mercadante reiterou que grandes empresas do mundo passaram por cortes de investimento

AGÊNCIA BRASIL

05/08/2015 - 11h56
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O ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, disse hoje (5) que a desaceleração das atividades de petróleo e gás não é exclusivamente brasileira, mas atinge as grandes empresas que atuam no setor no mundo. Admitiu porém que um segundo impacto, característico da desaceleração no Brasil, é provocado pelas denúncias de corrupção envolvendo a Petrobras.

Segundo ele, os trabalhos de combate às irregularidades afetam hoje diretamente os investimentos, mas vão garantir ganhos, em médio prazo, de eficiência, governança e transparência.

“O combate à corrupção traz benefícios para a empresa e para a sociedade. [Com a operação Lava-Jato, da Polícia Federal] há uma recuperação [de recursos desviados] estimada em R$ 570 milhões, outros R$ 296 milhões já foram devolvidos e a meta de recuperação é R$ 6,2 bilhões”, disse. E acrescentou: “A empresa vai ter retomada de eficiência, mas agora tem impacto sobre o PIB [Produto Interno Bruto]”.

Ao falar com deputados da Comissão de Minas e Energia (CME) da Câmara, sobre a crise da indústria naval no Brasil provocada pelas denúncias envolvendo a estatal, o ministro destacou que o setor já representou 13% das riquezas produzidas no país, mas hoje sofre com “a queda de investimentos da Petrobras e na construção civil”.

Mercadante reiterou que grandes empresas do mundo, como Shell e Technobil, passaram por cortes de investimento em torno de 30% nos últimos meses. Segundo ele, o primeiro problema surgiu com o colapso das commodities em agosto de 2014, “que desabaram de preço sem perspectiva de recuperação porque Irã voltou ao mercado de petróleo [com projeção de oferta alta do produto] e isto impacta todas as empresas de petróleo do mundo e impacta a Petrobras”, explicou.

Deputados da CME têm tentado ouvir dirigentes da estatal brasileira sobre o impacto das denúncias envolvendo a Petrobrás. O deputado Rodrigo de Castro (PSDB-MG), presidente da comissão, reclamou que dirigentes da estatal nunca se dispuseram a comparecer às audiências.

Aloizio Mercadante lembrou sua trajetória política - que inclui passagens por pastas como o Ministério da Educação, “sem qualquer familiariedade” com o setor da indústria naval - para explicar que teve de estudar o assunto nos últimos dias para responder alertas como os feitos pelo Sindicato da Indústria Naval.

A entidade alertou que, só em janeiro, três mil postos de trabalho foram fechados. De acordo com a entidade, os cinco estaleiros que têm contratos com a Sete Brasil - empresa criada para gerenciar a construção das sondas a serem usadas pela estatal na exploração do pré-sal – estão em situação “crítica”.

O ministro explicou que a Sete Brasil é uma “peça” importante no desenho criado para a produção de sondas no país. A empresa venceu a licitação para construir 28 sondas, mas, segundo ele, com as denúncias e a crise do setor, a Sete Brasil teve dificuldade para viabilizar créditos para alavancar essa produção.

“As denúncias, com o impacto da Lava Jato, atrasaram a concessão de financiamentos de longo prazo e o repasse para os estaleiros”, lembrou o ministro. Segundo ele, a empresa está adotando uma estratégia de reestruturação e vai reduzir de 28 para 19 o número de sondas. “Vai ter que fortalecer os estaleiros mais adiantados e vai ter que ter recomposição de estrutura acionária”, disse.

Segundo Mercadante, apesar de todo o cenário, o setor de petróleo e gás no país é “promissor”. “Hoje temos 69 mil trabalhadores empregadas pela indústria naval, nove estaleiros ativos e outros quatro em construção. Temos problemas sim, temos muitos, mas estamos bem melhor do que o momento em que não tínhamos nada”, disse.

Ele ainda destacou que mesmo sem obrigação regulatória, a Petrobras construiu diversas plataformas no Brasil, e o curso de engenharia nas universidades brasileiras está, hoje, entre as principais demandas de estudantes em razão da evolução do setor. O ministro ainda citou outras medidas como o fortalecimento do Fundo de Marinha Mercante que tem, atualmente, um total de ativos de R$ 28 bilhões. “Temos ainda uma grande demanda potencial. De 12 plataformas para a área de Libras, há 12 para a área excedente da cessão onerosa, além de plataformas para Lula e Sapinhoá [áreas do Pré-Sal]”, exemplificou.

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Comissão vai analisar pedido de anistia coletivo dos povos indígenas Guarani e Kaiowa de Caarapó

Violações praticadas pelo governo brasileiro aos indígenas no período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade

27/03/2024 17h00

Arquivo/Correio do Estado

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A Comissão de Anistia irá analisar, em sessão histórica o pedido de anistia coletivo dos povos Guarani Kaiowa, da comunidade indígena Guyraroká, protocolado pelo Ministério Público Federal (MPF) em 31 de agosto de 2015.

Esta será a primeira sessão promovida pelo órgão, criado em 2002, e atualmente vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, para analisar eventual reparação a indígenas que tiveram os direitos humanos violados durante o período da ditadura militar no Brasil, entre 1947 e 1980.

A sessão de apreciação dos pedidos ocorrerá às 8 horas (horário de MS) no próximo dia 2 de abril, no Auditório do MDHC, em Brasília (DF). O procurador da República Marco Antonio Delfino de Almeida, que subscreve o requerimento, representará o MPF.

Além da comunidade indígena Guyraroká, localizada no município de Caarapó (MS), a cerca de 275 quilômetros de Campo Grande, também serão analisados durante a sessão os pedidos de anistia relacionados aos povos Krenak, de Minas Gerais.

Como o primeiro pedido foi protocolado há quase uma década, o MPF promoveu recentes reuniões com lideranças da aldeia Guyraroká, no intuito de debater e atualizar o documento contendo os requerimentos coletivos, cujo teor será apresentado durante o ato no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

Retirada do território

Políticas federais de povoamento do país, implementadas durante o período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai, levaram agentes estatais a promover traslados compulsórios dos indígenas de Guyraroká, provocando mortes e profunda desintegração dos modos de vida destes povos tradicionais.

O propósito era retirar os indígenas das vastas áreas por eles ocupadas segundo os seus modos tradicionais e confiná-los em espaços exíguos definidos unilateralmente pelo poder público. As terras ocupadas anteriormente por eles foram liberadas à ocupação de terceiros, que tiveram a posse dos terrenos legitimada por títulos de propriedade.

Estas violações praticadas à época pelo governo brasileiro aos indígenas de Mato Grosso do Sul foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), que esteve em Dourados e ouviu integrantes da comunidade Guyraroká sobre o processo de confinamento territorial que sofreram. Estima-se que mais de 8.300 indígenas foram mortos no período em decorrência da ação estatal ou da omissão do governo brasileiro.

Repercussões das violações

Após anos longe do território, aos poucos, os indígenas buscaram ocupar Guyraroká, num processo que começou em 2004, iniciando pela ocupação da faixa de domínio da rodovia estadual que ladeia a terra indígena (MS-156) e posteriormente ocupando uma parcela do perímetro declarado – 65 de um total de 11 mil hectares.

O MPF destaca, no pedido de anistia, que a principal atividade econômica desenvolvida pelos indígenas Kaiowa é a agricultura e, quando retirados do seu território forçadamente pelo governo brasileiro, ficaram completamente desprovidos do exercício de todas as suas atividades econômicas, merecendo a reparação.

Além disso, a desintegração do grupo e a ausência de acesso ao território tradicional, somada à extrema miséria, provocaram um número significativo de mortes por suicídio na comunidade. Em um grupo de 82 pessoas, registrou-se um caso de suicídio por ano entre 2004 e 2010.

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Prefeita prevê conclusão das obras de saneamento básico na Homex em 60 dias

Segundo a Águas Guariroba, as obras iniciaram há 10 dias e até o momento foram instalados 3,5 km de rede de esgoto.

27/03/2024 16h45

Fotos: Gerson Oliveira

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Após anos de luta, cerca de 1,5 mil famílias que residem na comunidade Homex, localizada no Jardim Centro-Oeste, em Campo Grande, terão acesso ao sistema de saneamento básico de água e esgoto. A prefeita Adriane Lopes (PP) e o presidente da Águas Guariroba, Themis de Oliveira, realizaram uma visita técnica para inspecionar o andamento das obras iniciadas há dez dias. Segundo o cronograma, a previsão de conclusão é de 60 dias. 

Até o momento, foram instalados 3,5 km de rede de esgoto na Comunidade do Homex. O investimento, proveniente de uma parceria público-privada com a concessionária Águas Guariroba, é de aproximadamente R$8 milhões

De acordo com o diretor executivo das Águas Guariroba, Gabriel Brum, foram instalados 8,7 quilômetros de rede de água e outros 12 km de rede de esgoto na comunidade. 

"Esta é uma obra bem complexa por causa de diversas instalações que acabamos encontrando debaixo das casas. Infelizmente agora é uma dor de cabeça aos moradores, mas em breve será de muita alegria, porque o nosso objetivo é terminar em 60 dias",  relatou ao Correio do Estado.  

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A prefeita Adriane Lopes destacou que o saneamento básico é fundamental para a qualidade de vida das pessoas. Ela ainda ressaltou que a disponibilidade de água tratada nas torneiras irá reduzir as filas nas unidades de saúde e, consequentemente, promover o bem-estar dos moradores

"Estamos avançando nessa obra de grande importância para a comunidade. São mais de 1,5 mil famílias, e cerca de 5 mil pessoas que terão saneamento que é vida", afirmou. 

Durante a apresentação do mapa das obras para a imprensa, o diretor-presidente da Águas Guariroba, Themis de Oliveira, anunciou que, no primeiro mês após a instalação, não será cobrada tarifa de água e esgoto dos moradores.

"Além de não pagarem água e esgoto no primeiro mês, as famílias serão cadastradas na tarifa social. Vamos passar pela comunidade ensinando as famílias a consumir a água", explica Themis Oliveira.


Qualidade de vida 

Observando de longe o trabalho dos funcionários da Águas Guariroba, Clair Lopes, de anos, é residente da Comunidade do Homex há 8 anos, tentava entender o que estava acontecendo. Após a imprensa relatar que seria instalada uma rede de esgoto e água, ela ficou extremamente animada com a expectativa de ter água limpa na torneira. Junto com ela, moram quatro pessoas: seu marido, seu filho e uma filha que está grávida. 

"Nossa, que alegria ouvir isso. Será uma benção, é tudo que a gente queria, ter água limpa em casa. Meus netos todos já tiveram diarreia e agora vamos ter uma água boa para nós consumir", relatou.

Clair ainda expressou sua ansiedade por poder tomar um banho demorado, já que a família atualmente precisa se banhar com baldes.

"Não vejo a hora de poder tomar banho de verdade, ninguém merece ter que usar baldinho", relatou Clair.

 

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