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Defasado, sistema público de saúde gasta só R$ 1.272 ao ano por pessoa, diz conselho

Defasado, sistema público de saúde gasta só R$ 1.272 ao ano por pessoa, diz conselho

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O governo gasta, em média, apenas R$ 1.272 com a saúde de cada brasileiro por ano -investimento dez vezes menor do que o feito por países ricos. Na última década, o gasto do setor teve defasagem de 42% na comparação com a inflação, e foram os cofres municipais, na ponta do sistema público, os mais sobrecarregados.

Os números fazem parte do relatório do Conselho Federal de Medicina, divulgado nesta terça-feira (13), com base em dados do Ministério da Saúde.

Para o presidente do CFM, Carlos Vital, os indicadores mostram que há subfinanciamento da saúde no Brasil. Num setor que precisa fazer frente a falta de leitos, infraestrutura precária de ambulatórios e longas filas de espera para cirurgias, os investimentos tem sido insuficiente para responder às demandas crescentes da população.

Prova disso seria a defasagem em relação à inflação. O investimento total na área teve aumento médio de 3% ao ano entre 2008 e 2017 -quando chegou a R$ 262,8 bilhões.

Neste período, o IPCA, índice que mede a inflação oficial do país, teve variação positiva de 80%. Já a correção da despesa per capita em ações e serviços públicos de saúde foi de 26%. Isso resulta numa defasagem média de 42%.

Segundo a análise do conselho, se os valores fossem corrigidos a partir de 2008, o gasto por pessoa com saúde no país passaria de R$ 1.272 (ou R$ 3,48 por dia) para R$ 1.800.

"Se nos últimos dez anos, os recursos da saúde tivessem sido corrigidos pela inflação, só no ano passado o investimento total no setor teria crescido R$ 110 bilhões, o que triplicaria o orçamento aplicado pela União, estados e municípios", estima o 1º secretário do CFM, Hermann von Tiesenhausen.

Ainda sim, a cifra passaria longe dos parâmetros internacionais. Os cálculos mais recentes da Organização Mundial da Saúde, com base no orçamento de 2015, dizem que o Brasil gasta US$ 334 por pessoa no serviço público. No Reino Unido, país com sistema universal de saúde citado como exemplo por gestores brasileiros, o investimento público per capita na área é US$ 3.500 -dez vezes o valor aplicado aqui.

Outros países com modelos comparáveis ao SUS vão na mesma esteira: França (US$ 3.178), Canadá (US$ 3.315), Espanha (US$ 1.672). Até a Argentina investe mais que o Brasil: US$ 713.

Para Tiesenhausen, a falta de reajuste nas contas prejudica a compra de equipamentos e a realização de obras e reformas, assim como atrapalha a manutenção adequada dos estoques de medicamentos. Atinge ainda a atualização da Tabela SUS -há quase duas décadas não é feita uma revisão ampla.

"Na prática, são menos leitos, menos UTIs, menos médicos e mais tempo de espera por cirurgias eletivas, consultas e exames", afirmou o conselheiro. Em São Paulo, como mostrou a Folha, pacientes têm esperado anos por uma cirurgia de catarata e a fila chegou a 24 mil pessoas.

O cenário tende a piorar. A maior incidência de doenças crônicas, o envelhecimento da população e o impacto das causas externas, como acidentes e violência, têm gerado mais procura por serviços de média e alta complexidade.

Já a crise econômica dos últimos anos levou cerca de 3 milhões de brasileiros a abandonarem seus planos de saúde. E esse aumento de desempregados repercutiu na procura por atendimento em cuidados básicos e ambulatoriais.

Quem sentiu a crescente demanda foram as prefeituras, responsáveis pela atenção básica. As cidades vêm ampliando gradativamente seus gastos com a saúde nos últimos dez anos, enquanto o percentual da participação dos estados teve queda e o da União se manteve estável.

Em 2008, as prefeituras assumiram 29,3% do gasto total público na saúde, percentual que, em 2017, alcançou 31,4%. No mesmo período, os estados respondiam por 26,8% das despesas, percentual que caiu para 25% no ano passado. A União se manteve em torno de 43%.

Pela lei, cada ente federativo deve investir percentuais mínimos dos recursos arrecadados com impostos e transferências constitucionais e legais. Para a saúde, os Estados devem investir pelo menos 12% do total do orçamento. No caso dos municípios, o valor de base corresponde a 15%. Para a União, a regra prevê aplicação mínima, pelos próximos 20 anos, de 15% da receita corrente líquida, mais a correção da inflação.

Segundo o relatório, a pressão tem sido maior nas capitais, que na maioria dos estados têm maior população e são referência no acesso aos serviços assistenciais.

Nos últimos dez anos, só as despesas das capitais com recursos próprios aumentaram 55%, passando de R$ 14,1 bilhões, em 2008, para R$ 21,9 bilhões, em 2017.

Em São Paulo, por exemplo, do valor total de R$ 1.235 gastos per capita com saúde, a metade sai dos cofres municipais: R$ 601. O maior montante sai também das capitais de Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Goiás, e Paraná.

A partir de janeiro de 2019, a gestão financeira do setor será um dos grandes desafios do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). "Será preciso realizar investimentos que garantam uma rentabilidade mínima, capaz de superar a inflação dos insumos e equipamentos necessários ao bom desenvolvimento das políticas públicas", afirma o conselheiro Tiesenhausen.

"Os caminhos da reconstrução do Brasil e de seu desenvolvimento sustentável não podem ter, como preço a ser pago, mais sequelas e mortes evitáveis de milhares de cidadãos. É imperativo ético e moral, na pior das hipóteses, o adequado proveito do orçamento liberado para a área da saúde pela União", disse o presidente do CFM, Carlos Vital.

 

"Vacina no braço"

Casos de Síndrome Aguda Respiratoria Grave aumentam em Campo Grande

Conforme o boletim da InfoGripe divulgado nesta quinta-feira (18) os casos de síndrome gripais aumentaram na Capital; a recomendação é que os grupos prioritários tomem vacina

18/04/2024 18h15

Os indicativos correspondem a semana Epidemiológica (SE-15), entre os dias 7 e 13 de abril, considerando dados dispostos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Campo Grande está entre outras 19 Capitais que apresentaram aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), conforme boletim InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira (18), pela Fiocruz. 

 O relatório apontou que aumentou o número de pessoas internadas por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), de Influenza A (vírus da gripe) e o vírus respiratório (VSR).

"Na presente atualização observa-se que 19 das 27 capitais apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas 6 semanas) até a semana 15: Aracajú (SE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), plano piloto e arredores de Brasília (DF), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Manaus (AM), Palmas (TO), Recife (PE), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA) e São Paulo (SP)", indica o relatório.

Divulgação InfoGripe

A Covid-19 segue em queda e em alguns Estados permanece em níveis baixos de incidência. Os dados apontam que a disseminação da Síndrome Respiratória Aguda Grave, de Influenza A e o vírus respiratório para as próximas semanas em 19 Estados e Mato Grosso do Sul pode apresentar aumento nas próximas semanas. 

Os indicativos correspondem a semana Epidemiológica (SE-15), entre os dias 7 e 13 de abril, considerando dados dispostos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe).

Segundo o pesquisador do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, para impedir o crescimento dos casos o público alvo deve procurar a unidade de saúde mais próxima e tomar a vacina contra a influenza. 

“Para o vírus da gripe, a gente conta com vacina e campanha de vacinação em todo o país. Então quem é grupo de risco, deve buscar o posto de saúde para se vacinar. A vacina da gripe, tal qual a vacina da Covid, têm como foco diminuir o risco de agravamento de um resfriado, que pode acabar desencadeando uma internação e até, eventualmente, uma morte. Ou seja, a vacina é simplesmente fundamental. Em relação ao VSR, a rede privada tem uma vacina já disponível para idosos, que também é muito importante, já que embora o risco do VSR seja muito maior nas crianças pequenas, a gente também observa internações nos idosos”, explica Marcelo Gomes.

A recomendação do pesquisador para pessoas que apresentem sintomas gripais usem máscara de qualidade as recomendadas são: N95, KN95, PFF2; no caso de sair de casa para procurar atendimento médico em unidades de saúde. 

Veja outros Estados com tendência de aumento da Síndrome Respiratória Aguda Grave:

  •  Acre;
  • Alagoas;
  • Amazonas;
  • Bahia;
  • Ceará;
  • Distrito Federal;
  • Goiás;
  • Maranhão;
  • Minas Gerais;
  • Pará;
  • Paraíba;
  • Paraná;
  •  Pernambuco;
  • Rio Grande do Norte
  • Rio Grande do Sul;
  • Rio de Janeiro;
  • Santa Catarina;
  • Sergipe;
  • São Paulo;
  • Tocantins;

Nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul a incidência de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave em decorrência da Covid-19 apresenta queda. 

No país

Somente em 2024, óbitos ligados a SRAG foram registrados  2.322 óbitos, sendo 1.411 (60,8%)
com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 728 (31,4%) negativos, e ao
menos 78 (3,4%) aguardam resultado.

Casos positivos

  • 12,3% Influenza A;
  •  0,1% Influenza B;
  •  3,1% vírus sincicialrespiratório (VSR);
  •  81,7% SARS-CoV-2 (COVID-19);

 

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Prazos

Mais de 68 mil pessoas poderão concluir o processo de obtenção da CNH até 31 de dezembro em MS

Os processos para retirada da CNH, que foram prorrogados por mais 12 meses, foram interrompidos em 2019

18/04/2024 17h50

Foto: Rachid Waqued

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De acordo com a deliberação nº271/2023, todos os processos de habilitação ativos até dezembro de 2023 tiveram o prazo de conclusão ampliado para 31 de dezembro de 2024.

De acordo com o levantamento do Detran (Departamento Estadual de Trânsito), mostra que 8,6 mil processos estão parados na etapa de agendamento teórico, enquanto  12,6 mil na etapa de agendamento do exame prático de duas rodas. 

Ainda de acordo com o departamento de trânsito, 14,3 mil veículos estão na fase de agendamento prático de quatro rodas.Os demais são alunos que se encontram na fase de exames de saúde e ainda não chegaram na etapa de aulas.

O aviso do Detran é para as pessoas que ainda tem interesse em dar andamento ao processo procurem os seus respectivos CFC (Centro de Formação de Condutores) e não deixem para fazer isso perto do prazo expirar.

Ainda segundo o órgão, uma notificação eletrônica será encaminhada para os cidadãos que se qualificarem para a prorrogação. O alerta será enviado ao e-mail cadastrado no sistema durante a inscrição. Não haverá necessidade de efetuar novos pagamentos ou emissões de novas guias.

 

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