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Currículo Lattes vai incluir períodos de licença maternidade e paternidade

Currículo Lattes vai incluir períodos de licença maternidade e paternidade

FOLHAPRESS

27/03/2019 - 20h30
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O currículo acadêmico Lattes vai permitir a inclusão da data de nascimento ou de adoção de filhos de pesquisadores após manifestações e estudos sobre o impacto da maternidade e paternidade na carreira de cientistas -principalmente das mulheres. O dado ajudaria explicar uma queda na produtividade nesse período.

O CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), responsável pelo currículo Lattes, afirma que não há data exata para a mudança, mas ela dever estar disponível nos próximos meses.

As informações, que podem ser preenchidas tanto em currículos de mulheres quanto de homens, são opcionais e não estarão disponíveis ao público geral. A ideia inicial é que os dados sejam usados em estudos futuros sobre o impacto do nascimento e da adoção de filhos na produtividade de cientistas.

Fernanda Staniscuaski, coordenadora do Parent in Science, afirma que o sigilo do dado é relevante para as pesquisadoras não terem medo de informar a maternidade no currículo. "A primeira coisa que nos questionam é se não pode virar algo que prejudique caso as empresas tenham acesso. "Ela é mãe, eu não quero."

Em 2018, partiu do movimento, que analisa a relação entre a maternidade e a ciência, a demanda para que a inclusão das informações de maternidade e paternidade entrasse no Lattes. A proposta foi apoiada por 34 entidades científicas, entre elas a SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) e a ABC (Academia Brasileira de Ciências).

Segundo um estudo do grupo, que ouviu 1.216 docentes (64 homens), quase metade (45%) afirma não ter tempo de trabalhar em casa, enquanto 21% só conseguem fazê-lo depois que os filhos estão dormindo.

Quase 60% das entrevistadas avaliam que a maternidade teve impacto negativo em suas carreiras, e 56% dizem que não conseguem cumprir prazos.

Outro problema, aponta um estudo realizado pela Universidade de Barth, no Reino Unido, com 262 pesquisadores, incluindo mulheres com filhos pequenos, é que elas recebem menos investimento em suas linhas de pesquisa. Além disso, o número de citações de seus trabalhos em artigos cai, indicando perda de relevância.

De acordo com um trabalho da Universidade de Cornell publicado na revista American Scientist, o impacto é ainda mais intenso em áreas relacionadas às ciências exatas.

A preocupação de Staniscuaski agora é que os novos dados tenham um impacto real na vida das cientistas. "Não adianta colocar no Lattes se não tiver efeito", diz. "Precisa haver uma flexibilização na análise em editais."

Segundo a coordenadora do grupo, os editais de fomento costumam olhar a produção dos últimos cinco anos. Para ela, é necessário ampliar esse tempo, considerando que o impacto da maternidade pode durar até quatro anos.

"O ideal, nosso sonho de consumo, é que existam editais de financiamento para cientistas que têm filhos", afirma Staniscuaski, que salienta que é uma realidade difícil no contexto de cortes na ciência.

"O fomento a ações de promoção da equidade entre homens e mulheres na ciência e tecnologia é uma das principais exigências mundiais da área", disse o CNPq, em nota. "Parte da discussão sobre implementação de políticas para fomento à participação de mulheres na C&T [ciência e tecnologia] é dirigida à atração de mulheres para a área; outra parte também importante é a mudança de determinados mecanismos de exclusão ou estagnação na carreira científica."

A reportagem tentou contato com o CNPq, mas, até a publicação deste texto, não teve retorno.

ASSASSINATO

Homem é executado com 12 tiros no Residencial Aquarius, em Campo Grande

A perícia identificou perfurações no braço direito e esquerdo, cabeça, rosto e duas nas costas, indicando que a vítima não teve chance de defesa

17/12/2025 12h00

A vítima, identificada como Gustavo Fernandes Ribeiro, foi atingida por ao menos 12 disparos de arma de fogo

A vítima, identificada como Gustavo Fernandes Ribeiro, foi atingida por ao menos 12 disparos de arma de fogo Reprodução: Redes Sociais

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Um homem de 30 anos foi executado a tiros no fim da tarde desta terça-feira (16), no Residencial Aquarius, em Campo Grande. A vítima, identificada como Gustavo Fernandes Ribeiro, foi atingida por ao menos 12 disparos de arma de fogo, a maioria na região da cabeça, braços e costas.

De acordo com a Polícia Civil, o crime aconteceu por volta das 18h15, na Rua Praia Grande. Gustavo trafegava de motocicleta no sentido centro/bairro quando foi surpreendido por outra moto, ocupada por dois indivíduos. O passageiro se aproximou da vítima e efetuou os disparos, fugindo logo em seguida com o comparsa.

A guarnição da Polícia Militar foi acionada via Copom e isolou a área até a chegada das equipes de socorro e da perícia. O óbito foi constatado ainda no local pelo médico do Corpo de Bombeiros.

Durante os levantamentos periciais, foram apreendidos 11 estojos deflagrados e uma munição intacta, todos de calibre 9 milímetros, arma considerada de uso restrito. A perícia identificou perfurações no braço direito e esquerdo, cabeça, rosto e duas nas costas, indicando que a vítima não teve chance de defesa.

A equipe da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac/Cepol), acompanhada por investigadores do Grupo de Operações e Investigações (GOI), esteve no local para os primeiros procedimentos. Um aparelho celular da vítima, da marca Redmi, foi apreendido e será encaminhado para perícia.

Imagens de uma câmera de segurança próxima ao local chegaram a ser recolhidas, mas, até o momento, não foi possível identificar a placa da motocicleta utilizada pelos autores. Nenhuma característica dos suspeitos foi divulgada.

O corpo de Gustavo foi removido por agentes funerários e levado para a residência de familiares.

O caso foi registrado como homicídio qualificado, por ter sido praticado com arma de fogo de uso restrito, mediante emboscada, e em homicídio doloso - realizado em concurso de duas ou mais pessoas. As investigações seguem sob responsabilidade da Polícia Civil.

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NOVO RG

Estado alcança quase 600 mil emissões do novo RG

O total de emissões da Carteira Nacional de Identidade (CIN) corresponde a 20% da população do Estado, que conta com 93 postos de identificação para realizar o serviço

17/12/2025 11h44

Com novos postos, sistema online e mutirões, Estado soma 592.950 carteiras desde janeiro de 2024 e projeta crescimento de até 15% neste ano

Com novos postos, sistema online e mutirões, Estado soma 592.950 carteiras desde janeiro de 2024 e projeta crescimento de até 15% neste ano Divulgação

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Mato Grosso do Sul segue com avanço nas emissões do novo modelo de identificação, a Carteira de Identidade Nacional (CIN). Ao todo, desde a implantação, o Estado acumula quase 600 mil documentos emitidos. 

Neste ano, em setembro, o estado contabilizava meio milhão de emissões, agora, três meses depois, foram 92.950 mil documentos a mais. O valor de 592.950 emissões até o momento representa 20% da população estadual.

Se comparado em 2024, na mesma época de final de ano, eram 291.038 identidades emitidas. Esse ano teve um aumento de 35.534 documentos, o que totaliza em Mato Grosso do Sul 326.572 emissões até o momento.

As projeções do Governo esperadas ainda para esse ano, é que o serviço encerre com crescimento entre 12% e 15% na emissão do novo modelo.

Em busca de integrar instituições para reduzir burocracias e facilitar o acesso da população, o resultado desse avanço reflete como o serviço se estendeu para o interior do estado e para minorias da sociedade, além da modernização dos processos e a expansão da rede de atendimento.

Foram realizadas, ainda, 130 ações itinerantes, com emissão de mais de 10 mil documentos em mutirões destinados à populações ribeirinhas, quilombolas, indígenas, comunidades rurais e pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Com novos postos, sistema online e mutirões, Estado soma 592.950 carteiras desde janeiro de 2024 e projeta crescimento de até 15% neste anoMutirão Novo RG - Polícia Científica - Foto: Divulgação

Além disso, o atendimento também foi ampliado no sistema prisional, com estimativa de cerca de mil emissões ao longo do ano.
 
De acordo com o diretor do Instituto de Identificação da Polícia Científica, órgão responsável pela emissão das CINs, Daniel Ferreira Freitas, a tecnologia aplicada ao serviço impactou diretamente na experiência do cidadão e na melhoria do fluxo.

“Hoje o cidadão chega ao posto com os documentos originais, faz a biometria no próprio atendimento e sai com o processo encaminhado em menos tempo. A implantação do sistema online e a ampliação da rede tornaram o atendimento mais rápido, simples e acessível para a população”, destacou

Unidades e vagas

Neste ano, Mato Grosso do Sul aumentou a quantidade de postos de identificação. Anteriormente, em 2024, eram 89 postos espalhados pelo Estado, em 2025, foram inauguradas 4 unidades, totalizando 93 postos em funcionamento.

Dois foram em Campo Grande, um no Shopping Norte Sul, e outro no Hiper Center Itanhangá. Além desses, os outros dois foram no interior do Estado, um em Corumbá e outro em Santa Rita do Rio Pardo.

Para finalizar o ano, é previsto abertura de novos postos em Três Lagoas e também em Dourados, com ampliação dos guichês de atendimento, em busca de fortalecer a rede no interior.

Parte da expansão que ocorre, é por meio de agências integradas ao Detran-MS, com modelo que otimiza estrutura física, reduz deslocamentos e amplia a oferta de serviços em pontos estratégicos.

Com isso, a rede teve aumento de 300 novos agendamentos diários em relação a 2024. Atualmente, no Estado todo são mais de  2.500 vagas diárias para realizar o cadastro da CIN.

Modernização

Além da tecnologia por Daniel Ferreira Freitas, mais um avanço na modernização do sistema foi a implementação do sistema online em todas as unidades de atendimento do serviço.

Entre os benefícios dessa implementação tanto para a população, quanto para o próprio fluxo de atendimento, foi o tempo médio que reduziu de 30 a 40 minutos para 15 a 20 minutos.

O modelo ainda elimina a necessidade de foto 3x4 e de cópias de documentos, que passaram a ser digitalizados durante o momento do atendimento, o que também reduz os custos e desburocratiza o serviço.

Com QR Code para validação, a CIN conta com código MRZ do padrão utilizado em passaportes e versão digital disponível no aplicativo gov.br. A integração com as bases federais reforça a segurança do documento, o que retorna ao objetivo principal da CIN: reduzir riscos de fraude e facilitar o acesso do cidadão a serviços públicos em todo território nacional.

Como solicitar a CIN

O serviço está disponível de segunda a sexta-feira das 07h às 19h, com 200 vagas diárias. E também aos sábados, a depender da unidade, com cerca de 130 vagas distribuídas das 07h às 17h.

O agendamento deve ser previamente pelo site: https://servicos.sejusp.ms.gov.br/, com as seguintes informações e seleções ao acessar:

  • Selecionar o município em que deseja solicitar o serviço;
  • Selecionar o serviço de 1ª emissão;
  • Certificar que seu nome, nome da mãe e data de nascimento esteja conforme a Certidão apresentada;
  • Estar com o CPF como REGULAR na Receita Federal do Brasil;
  • Escolher data e horário de atendimento, conforme disponibilidade.

Todos os Postos de Identificação de MS destinam vagas para atendimento ao público prioritário e os serviços em vermelho no site são Tributáveis.

Planejamento 2026

Para o ano que vem, o Instituto de Identificação planeja manter o plano de extensão, para ampliar a cobertura do serviço, incluindo:

  • novas unidades;
  • fortalecimento de mutirões em áreas rurais e indígenas;
  • criação de estações de atendimento em presídio;
  • e projeto piloto de identificação neonatal.

José de Anchiêta Souza Silva, coordenador-geral de Perícias da Polícia Científica de Mato Grosso do Sul ressaltou o impacto social da política de identificação civil.

“A identidade é a porta de entrada para o exercício da cidadania. Quando o Estado amplia esse acesso, garante que as pessoas possam estudar, trabalhar e acessar políticas públicas com dignidade e segurança”, afirmou.

Com a modernização contínua e tecnológica, além da interiorização do atendimento, Mato Grosso do Sul consolida a CIN como instrumento essencial de cidadania e gestão pública.

* SAIBA

A Carteira de Identidade Nacional, conhecida por CIN, é o novo modelo de documento, que substitui o antigo RG e adota o CPF como número único de identificação. O prazo nacional para substituição total do antigo RG para a Nova Identidade é de mais 7 anos, até 2032.

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