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Crise entre países árabes torna mais longo voo de brasileiros para o Qatar

Com o pretexto de que o Qatar financia o terrorismo, países adotaram medidas de represália

FOLHAPRESS

11/06/2017 - 07h46
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O conflito diplomático desencadeado no Oriente Médio na segunda-feira (5) deixou mais longas as viagens dos brasileiros para o Qatar, uma importante via de acesso entre o Brasil e a Ásia.

Ao lado dos argentinos, os passageiros do país foram os mais afetados pelo impacto que a Qatar Airways, empresa controlada pela família real do emirado do golfo Pérsico, sofreu após a decisão da Arábia Saudita e seus aliados de romper relações diplomáticas com o Qatar.

Com o pretexto de que o Qatar ajuda a financiar o terrorismo, os países adotaram medidas de represália -como o fechamento de espaços aéreos, acessos terrestres e marítimos-, levando a Qatar Airways a alterar suas rotas.

Com 200 aviões e mais de 150 destinos no mundo, a companhia funciona como uma passagem para a Ásia e o Pacífico. A empresa não informa os números exatos de como se distribuem os destinos finais dos brasileiros que usam Doha como escala, mas a maioria viaja a negócios para a China e o Japão. A Tailândia aparece como um importante destino de lazer.

Para voar entre São Paulo, Doha e Buenos Aires, a Qatar Airways já não pode traçar a mesma rota que antes cruzava o espaço aéreo da vizinha Arábia Saudita.

Até a segunda-feira, os voos diretos do aeroporto de Guarulhos até Doha duravam em média 13 horas e meia.

Já na terça-feira (6), o piloto da empresa precisou fazer um desvio, voando mais ao norte até a Turquia e depois descendo pelo Irã, o que prolongou a viagem para mais de 15 horas, segundo informações do site FlightAware, que faz rastreamento de voos.

Outra alternativa, usada no voo de quarta (7), foi uma rota com escala em Atenas. Foi uma parada para abastecimento. Os planos de voo serão estudados caso a caso, de acordo com a companhia.

A ponte dos brasileiros para a Ásia também pode ser feita por outras empresas na Europa ou nos Estados Unidos.

ATRASOS

O prolongamento das rotas para desviar de territórios proibidos eleva os custos da companhia com atrasos, cancelamentos e reagendamentos, além do maior consumo de combustível, horas de tripulação e escalas.

Outro custo adicional é o da alta taxa para cruzar o espaço aéreo do Irã, o que pode elevar o preço de passagens, segundo o jornal "The Washington Post". A Qatar não confirma a informação.

Segundo a empresa, apenas 10% da operação foi afetada e o impacto se concentrou nas 17 cidades dos quatro países do Oriente Médio em que ela foi proibida de voar. Os trajetos que ligam à África também foram alongados. Não houve impacto nos trechos que saem de Doha em direção a Europa, Ásia e Pacífico.

Voos da Qatar Airways para a Europa e a América do Norte já cruzavam o Irã, desde que as rotas mais diretas via Iraque e Síria foram cortadas, por causa dos conflitos nos dois países.

Quando anunciou a suspensão dos voos, a Qatar informou também que os clientes com passagens marcadas teriam alternativas de viagens ou reembolso.

MAIS VOOS

Há sete anos no Brasil, a Qatar considera o país uma operação promissora -hoje, são sete voos semanais entre São Paulo e Doha- e se prepara para abrir quatro frequências por semana para Rio e Santiago em 2018.

No fim do ano passado, a empresa incrementou sua oferta com 99 assentos por voo ao trocar o avião da rota Doha-São Paulo-Buenos Aires por um modelo maior.

Nos primeiros quatro meses deste ano, a companhia transportou 55,2 mil passageiros na rota, uma alta de quase 70% ante 2011, quando iniciava as operações.

Na região, a Qatar Airways tem negócios com a Latam Airlines. Ela fechou, em 2016, acordo para comprar até 10% da companhia por meio da emissão de novas ações.

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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