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Como observar a ‘Lua de Sangue’
no eclipse mais longo do século

Astro deve adquirir um tom avermelhado durante o fenômeno

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Moradores de todo o Brasil já podem se preparar para um dos espetáculos astronômicos mais impressionantes de 2018: um eclipse lunar que formará uma “Lua de Sangue” no céu desta sexta-feira, 27. Como o próprio nome sugere, o astro deve adquirir um tom avermelhado durante o fenômeno, graças à forma com a qual os raios solares incidem na atmosfera terrestre. Este será o eclipse mais longo do século, durando aproximadamente uma hora e 43 minutos, segundo o Observatório Nacional.

O que cada pessoa vai observar durante o fenômeno, porém, depende da posição geográfica. Toda a porção leste do Brasil, incluindo estados como Rio de Janeiro e Bahia, deve ver um eclipse total, com a Lua nascendo já na fase em que está 100% encoberta pela sombra da Terra. Na parte oeste do país, porém, o eclipse será apenas parcial e uma meia-lua luminosa poderá ser vista no céu.

A dica dos especialistas para aproveitar o fenômeno é sempre procurar um local em que seja possível observar o horizonte sem muitos obstáculos, como prédios e construções. “Para a Lua, não existe nenhuma restrição”, afirma o astrônomo Daniel Mello, do Observatório do Valongo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “Pode ser observada a olho nu, por se tratar de um astro imensamente brilhante, ou com binóculos e telescópios.”

O ideal, sempre que alguém deseja observar algum fenômeno astronômico, é procurar um local sem muitas luzes, indica o especialista. Quanto mais escuro, melhor.

Um bônus para os observadores é que, no mesmo dia do eclipse, Marte estará bem próximo da Lua e aparecerá no céu com brilho máximo logo no início da noite. Segundo o Observatório Nacional, outros planetas que estarão visíveis a olho nu são Vênus, a oeste; Júpiter, bem no alto do céu; e Saturno, a leste.

Eclipse

O eclipse total, para quem puder vê-lo, deve começar às 16h30 e terminar por volta das 18h13, no horário de Brasília. Durante a primeira hora, pode ser que a visualização não seja boa, uma vez que o Sol ainda vai estar no céu, mas a recomendação dos astrônomos é que as pessoas fiquem de prontidão olhando para o horizonte a leste.

Às 18h13, o astro começa a sair da sombra mais escura (conhecida como umbra) e isso marca o início do eclipse parcial, que vai até às 19h19. É nessa hora que a Lua passa a entrar na sombra mais clara projetada pela Terra (chamada penumbra), e deve permanecer assim até as 20h29.

A “Lua de Sangue”, por sua vez, nada mais é do que o nome informal que o astro recebe durante esse tipo específico de fenômeno, devido à cor avermelhada que adquire.

Quando o eclipse lunar acontece, a Terra está posicionada exatamente entre a Lua e o Sol. Isso faz com que nosso planeta projete sombras na Lua conforme os astros vão se movimentando, e a coloração vermelha que o satélite adquire é resultado da incidência dos raios solares nos gases da atmosfera terrestre.

Se nosso planeta não tivesse atmosfera (como é o caso da própria Lua, de Mercúrio e de outros planetas e satélites espaço a fora) esse espetáculo celeste não seria possível. Da mesma forma, a “Lua de Sangue” só acontece durante eclipses lunares, totais ou parciais.

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Comissão vai analisar pedido de anistia coletivo dos povos indígenas Guarani e Kaiowa de Caarapó

Violações praticadas pelo governo brasileiro aos indígenas no período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade

27/03/2024 17h00

Arquivo/Correio do Estado

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A Comissão de Anistia irá analisar, em sessão histórica o pedido de anistia coletivo dos povos Guarani Kaiowa, da comunidade indígena Guyraroká, protocolado pelo Ministério Público Federal (MPF) em 31 de agosto de 2015.

Esta será a primeira sessão promovida pelo órgão, criado em 2002, e atualmente vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, para analisar eventual reparação a indígenas que tiveram os direitos humanos violados durante o período da ditadura militar no Brasil, entre 1947 e 1980.

A sessão de apreciação dos pedidos ocorrerá às 8 horas (horário de MS) no próximo dia 2 de abril, no Auditório do MDHC, em Brasília (DF). O procurador da República Marco Antonio Delfino de Almeida, que subscreve o requerimento, representará o MPF.

Além da comunidade indígena Guyraroká, localizada no município de Caarapó (MS), a cerca de 275 quilômetros de Campo Grande, também serão analisados durante a sessão os pedidos de anistia relacionados aos povos Krenak, de Minas Gerais.

Como o primeiro pedido foi protocolado há quase uma década, o MPF promoveu recentes reuniões com lideranças da aldeia Guyraroká, no intuito de debater e atualizar o documento contendo os requerimentos coletivos, cujo teor será apresentado durante o ato no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

Retirada do território

Políticas federais de povoamento do país, implementadas durante o período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai, levaram agentes estatais a promover traslados compulsórios dos indígenas de Guyraroká, provocando mortes e profunda desintegração dos modos de vida destes povos tradicionais.

O propósito era retirar os indígenas das vastas áreas por eles ocupadas segundo os seus modos tradicionais e confiná-los em espaços exíguos definidos unilateralmente pelo poder público. As terras ocupadas anteriormente por eles foram liberadas à ocupação de terceiros, que tiveram a posse dos terrenos legitimada por títulos de propriedade.

Estas violações praticadas à época pelo governo brasileiro aos indígenas de Mato Grosso do Sul foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), que esteve em Dourados e ouviu integrantes da comunidade Guyraroká sobre o processo de confinamento territorial que sofreram. Estima-se que mais de 8.300 indígenas foram mortos no período em decorrência da ação estatal ou da omissão do governo brasileiro.

Repercussões das violações

Após anos longe do território, aos poucos, os indígenas buscaram ocupar Guyraroká, num processo que começou em 2004, iniciando pela ocupação da faixa de domínio da rodovia estadual que ladeia a terra indígena (MS-156) e posteriormente ocupando uma parcela do perímetro declarado – 65 de um total de 11 mil hectares.

O MPF destaca, no pedido de anistia, que a principal atividade econômica desenvolvida pelos indígenas Kaiowa é a agricultura e, quando retirados do seu território forçadamente pelo governo brasileiro, ficaram completamente desprovidos do exercício de todas as suas atividades econômicas, merecendo a reparação.

Além disso, a desintegração do grupo e a ausência de acesso ao território tradicional, somada à extrema miséria, provocaram um número significativo de mortes por suicídio na comunidade. Em um grupo de 82 pessoas, registrou-se um caso de suicídio por ano entre 2004 e 2010.

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Prefeita prevê conclusão das obras de saneamento básico na Homex em 60 dias

Segundo a Águas Guariroba, as obras iniciaram há 10 dias e até o momento foram instalados 3,5 km de rede de esgoto.

27/03/2024 16h45

Fotos: Gerson Oliveira

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Após anos de luta, cerca de 1,5 mil famílias que residem na comunidade Homex, localizada no Jardim Centro-Oeste, em Campo Grande, terão acesso ao sistema de saneamento básico de água e esgoto. A prefeita Adriane Lopes (PP) e o presidente da Águas Guariroba, Themis de Oliveira, realizaram uma visita técnica para inspecionar o andamento das obras iniciadas há dez dias. Segundo o cronograma, a previsão de conclusão é de 60 dias. 

Até o momento, foram instalados 3,5 km de rede de esgoto na Comunidade do Homex. O investimento, proveniente de uma parceria público-privada com a concessionária Águas Guariroba, é de aproximadamente R$8 milhões

De acordo com o diretor executivo das Águas Guariroba, Gabriel Brum, foram instalados 8,7 quilômetros de rede de água e outros 12 km de rede de esgoto na comunidade. 

"Esta é uma obra bem complexa por causa de diversas instalações que acabamos encontrando debaixo das casas. Infelizmente agora é uma dor de cabeça aos moradores, mas em breve será de muita alegria, porque o nosso objetivo é terminar em 60 dias",  relatou ao Correio do Estado.  

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A prefeita Adriane Lopes destacou que o saneamento básico é fundamental para a qualidade de vida das pessoas. Ela ainda ressaltou que a disponibilidade de água tratada nas torneiras irá reduzir as filas nas unidades de saúde e, consequentemente, promover o bem-estar dos moradores

"Estamos avançando nessa obra de grande importância para a comunidade. São mais de 1,5 mil famílias, e cerca de 5 mil pessoas que terão saneamento que é vida", afirmou. 

Durante a apresentação do mapa das obras para a imprensa, o diretor-presidente da Águas Guariroba, Themis de Oliveira, anunciou que, no primeiro mês após a instalação, não será cobrada tarifa de água e esgoto dos moradores.

"Além de não pagarem água e esgoto no primeiro mês, as famílias serão cadastradas na tarifa social. Vamos passar pela comunidade ensinando as famílias a consumir a água", explica Themis Oliveira.


Qualidade de vida 

Observando de longe o trabalho dos funcionários da Águas Guariroba, Clair Lopes, de anos, é residente da Comunidade do Homex há 8 anos, tentava entender o que estava acontecendo. Após a imprensa relatar que seria instalada uma rede de esgoto e água, ela ficou extremamente animada com a expectativa de ter água limpa na torneira. Junto com ela, moram quatro pessoas: seu marido, seu filho e uma filha que está grávida. 

"Nossa, que alegria ouvir isso. Será uma benção, é tudo que a gente queria, ter água limpa em casa. Meus netos todos já tiveram diarreia e agora vamos ter uma água boa para nós consumir", relatou.

Clair ainda expressou sua ansiedade por poder tomar um banho demorado, já que a família atualmente precisa se banhar com baldes.

"Não vejo a hora de poder tomar banho de verdade, ninguém merece ter que usar baldinho", relatou Clair.

 

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