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Com tempestade Harvey, cidade dos EUA emite ordens de retirada

Com tempestade Harvey, cidade dos EUA emite ordens de retirada

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Autoridades dos Estados Unidos ordenaram nesta segunda-feira (28) que mais de 50 mil pessoas deixem o condado de Fort Bend, próximo a Houston, no Texas, por causa da tempestade tropical Harvey, que já deixou ao menos dois mortos no país.

Segundo as autoridades, o rio Brazos, que passa pelo condado, deve se elevar à altura recorde de 18 metros nesta semana, aproximadamente cinco metros acima de seu nível máximo.

A tempestade Harvey deve levar mais chuva a Houston nesta segunda (28), agravando inundações que paralisam a quarta maior cidade dos EUA e obrigaram milhares de pessoas a sair de suas casas. Segundo o Serviço Meteorológico Nacional (NWS) não existem precedentes para inundações deste tipo.

"Esse evento é sem precedentes e todos os impactos são desconhecidos e além de tudo já experimentado. Sigam as ordens oficiais para garantir sua segurança", afirmou a instituição nas redes sociais.

O Harvey chegou na sexta-feira (25) aos EUA como um furacão de categoria 4 -o mais forte a atingir o Texas em mais de 50 anos- e desde então foi rebaixado para tempestade tropical. Mas as chuvas permanecem nos arredores do litoral texano, e a previsão é de que continuem pelos próximos dias.

Escolas, aeroportos e edifícios de escritórios de Houston receberam ordem para fechar nesta segunda (28), já que dezenas de ruas na cidade estão alagadas.

"O que estamos vendo é a inundação mais devastadora na história registrada de Houston", afirmou Steve Bowen, meteorologista-chefe da empresa de seguros Aon Benfield.

Os serviços de emergência pediram aos moradores que sigam para as partes elevadas da cidade ou permaneçam nos tetos das residências, para possibilitar resgates por helicópteros.

Até a manhã desta segunda (28) haviam sido realizados 1.500 resgates. Os operadores da linha de emergência 911 em Houston receberam 56 mil ligações em um período de 15 horas.

A precipitação total pode chegar a 127 centímetros em algumas áreas costeiras do Texas até o final da semana, o que representaria a média de chuvas de um ano inteiro, disseram meteorologistas.

Quase 60 centímetros de chuva caíram em um período de 24 horas em Baytown, cidade que sedia grandes refinarias e está situada a cerca de 48 quilômetros ao leste de Houston, informou o Serviço Nacional do Clima nesta segunda (28).

Em relação aos próximos dias, as autoridades temem que a situação se agrave, com o escoamento da água do interior do Estado do Texas para as localidades na costa.

"A situação é grave e vai piorar", afirmou o governador do Texas, Greg Abbott, ao canal Fox News. Ele disse ainda que os danos causados pela tempestade somam prejuízo de milhões de dólares.

"A água começou a inundar nossa casa e no final da noite passada não conseguíamos mais sair", disse Maria Davila, uma de cerca de mil pessoas em um abrigo improvisado no amplo centro de convenções de Houston.

Dallas montará um "mega abrigo" em seu centro de convenções para acolher 5 mil pessoas desabrigadas, disse a cidade em um comunicado.

O presidente dos EUA, Donald Trump, planeja ir ao Texas nesta terça-feira (29) para avaliar os danos da tempestade.

Cidades

Comissão vai analisar pedido de anistia coletivo dos povos indígenas Guarani e Kaiowa de Caarapó

Violações praticadas pelo governo brasileiro aos indígenas no período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade

27/03/2024 17h00

Arquivo/Correio do Estado

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A Comissão de Anistia irá analisar, em sessão histórica o pedido de anistia coletivo dos povos Guarani Kaiowa, da comunidade indígena Guyraroká, protocolado pelo Ministério Público Federal (MPF) em 31 de agosto de 2015.

Esta será a primeira sessão promovida pelo órgão, criado em 2002, e atualmente vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, para analisar eventual reparação a indígenas que tiveram os direitos humanos violados durante o período da ditadura militar no Brasil, entre 1947 e 1980.

A sessão de apreciação dos pedidos ocorrerá às 8 horas (horário de MS) no próximo dia 2 de abril, no Auditório do MDHC, em Brasília (DF). O procurador da República Marco Antonio Delfino de Almeida, que subscreve o requerimento, representará o MPF.

Além da comunidade indígena Guyraroká, localizada no município de Caarapó (MS), a cerca de 275 quilômetros de Campo Grande, também serão analisados durante a sessão os pedidos de anistia relacionados aos povos Krenak, de Minas Gerais.

Como o primeiro pedido foi protocolado há quase uma década, o MPF promoveu recentes reuniões com lideranças da aldeia Guyraroká, no intuito de debater e atualizar o documento contendo os requerimentos coletivos, cujo teor será apresentado durante o ato no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

Retirada do território

Políticas federais de povoamento do país, implementadas durante o período da ditadura militar e pós-guerra do Paraguai, levaram agentes estatais a promover traslados compulsórios dos indígenas de Guyraroká, provocando mortes e profunda desintegração dos modos de vida destes povos tradicionais.

O propósito era retirar os indígenas das vastas áreas por eles ocupadas segundo os seus modos tradicionais e confiná-los em espaços exíguos definidos unilateralmente pelo poder público. As terras ocupadas anteriormente por eles foram liberadas à ocupação de terceiros, que tiveram a posse dos terrenos legitimada por títulos de propriedade.

Estas violações praticadas à época pelo governo brasileiro aos indígenas de Mato Grosso do Sul foram reconhecidas pela Comissão Nacional da Verdade (CNV), que esteve em Dourados e ouviu integrantes da comunidade Guyraroká sobre o processo de confinamento territorial que sofreram. Estima-se que mais de 8.300 indígenas foram mortos no período em decorrência da ação estatal ou da omissão do governo brasileiro.

Repercussões das violações

Após anos longe do território, aos poucos, os indígenas buscaram ocupar Guyraroká, num processo que começou em 2004, iniciando pela ocupação da faixa de domínio da rodovia estadual que ladeia a terra indígena (MS-156) e posteriormente ocupando uma parcela do perímetro declarado – 65 de um total de 11 mil hectares.

O MPF destaca, no pedido de anistia, que a principal atividade econômica desenvolvida pelos indígenas Kaiowa é a agricultura e, quando retirados do seu território forçadamente pelo governo brasileiro, ficaram completamente desprovidos do exercício de todas as suas atividades econômicas, merecendo a reparação.

Além disso, a desintegração do grupo e a ausência de acesso ao território tradicional, somada à extrema miséria, provocaram um número significativo de mortes por suicídio na comunidade. Em um grupo de 82 pessoas, registrou-se um caso de suicídio por ano entre 2004 e 2010.

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Prefeita prevê conclusão das obras de saneamento básico na Homex em 60 dias

Segundo a Águas Guariroba, as obras iniciaram há 10 dias e até o momento foram instalados 3,5 km de rede de esgoto.

27/03/2024 16h45

Fotos: Gerson Oliveira

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Após anos de luta, cerca de 1,5 mil famílias que residem na comunidade Homex, localizada no Jardim Centro-Oeste, em Campo Grande, terão acesso ao sistema de saneamento básico de água e esgoto. A prefeita Adriane Lopes (PP) e o presidente da Águas Guariroba, Themis de Oliveira, realizaram uma visita técnica para inspecionar o andamento das obras iniciadas há dez dias. Segundo o cronograma, a previsão de conclusão é de 60 dias. 

Até o momento, foram instalados 3,5 km de rede de esgoto na Comunidade do Homex. O investimento, proveniente de uma parceria público-privada com a concessionária Águas Guariroba, é de aproximadamente R$8 milhões

De acordo com o diretor executivo das Águas Guariroba, Gabriel Brum, foram instalados 8,7 quilômetros de rede de água e outros 12 km de rede de esgoto na comunidade. 

"Esta é uma obra bem complexa por causa de diversas instalações que acabamos encontrando debaixo das casas. Infelizmente agora é uma dor de cabeça aos moradores, mas em breve será de muita alegria, porque o nosso objetivo é terminar em 60 dias",  relatou ao Correio do Estado.  

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A prefeita Adriane Lopes destacou que o saneamento básico é fundamental para a qualidade de vida das pessoas. Ela ainda ressaltou que a disponibilidade de água tratada nas torneiras irá reduzir as filas nas unidades de saúde e, consequentemente, promover o bem-estar dos moradores

"Estamos avançando nessa obra de grande importância para a comunidade. São mais de 1,5 mil famílias, e cerca de 5 mil pessoas que terão saneamento que é vida", afirmou. 

Durante a apresentação do mapa das obras para a imprensa, o diretor-presidente da Águas Guariroba, Themis de Oliveira, anunciou que, no primeiro mês após a instalação, não será cobrada tarifa de água e esgoto dos moradores.

"Além de não pagarem água e esgoto no primeiro mês, as famílias serão cadastradas na tarifa social. Vamos passar pela comunidade ensinando as famílias a consumir a água", explica Themis Oliveira.


Qualidade de vida 

Observando de longe o trabalho dos funcionários da Águas Guariroba, Clair Lopes, de anos, é residente da Comunidade do Homex há 8 anos, tentava entender o que estava acontecendo. Após a imprensa relatar que seria instalada uma rede de esgoto e água, ela ficou extremamente animada com a expectativa de ter água limpa na torneira. Junto com ela, moram quatro pessoas: seu marido, seu filho e uma filha que está grávida. 

"Nossa, que alegria ouvir isso. Será uma benção, é tudo que a gente queria, ter água limpa em casa. Meus netos todos já tiveram diarreia e agora vamos ter uma água boa para nós consumir", relatou.

Clair ainda expressou sua ansiedade por poder tomar um banho demorado, já que a família atualmente precisa se banhar com baldes.

"Não vejo a hora de poder tomar banho de verdade, ninguém merece ter que usar baldinho", relatou Clair.

 

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