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'Bandido não carrega mochila', diz mãe de aluno de 14 anos morto no Rio

'Bandido não carrega mochila', diz mãe de aluno de 14 anos morto no Rio

FOLHAPRESS

21/06/2018 - 22h30
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A mãe do adolescente Marcos Vinícius da Silva, 14, morto nesta quarta-feira (20) a caminho da escola durante operação policial no Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, culpou a polícia pela morte do filho.

Na manhã desta quinta-feira (21), a diarista Bruna da Silva levou ao IML (Instituto Médico Legal), na região central da capital, a camiseta do uniforme do aluno suja de sangue e o material escolar que Marcos carregava na mochila.

"Onde bandido carrega isso? Bandido não carrega mochila! Olha o armamento dele [se referindo aos cadernos do estudante]. Isso aqui é arma? Eles entram na comunidade para destruir famílias. A irmã dele diz: 'tiraram meu irmão!' É uma polícia homicida", disse ela.

Procurada, a Polícia Civil do Rio informou que a Delegacia de Homicídios abriu inquérito para apurar as circunstâncias da morte de Marcos Vinícius. "Uma perícia já foi feita no local e está prevista uma reconstituição para determinar de onde partiram os tiros que atingiram o estudante", disse a instituição, por meio de nota.

Criticada por utilizar um helicóptero que realizava disparos, segundo depoimento de moradores, a Polícia Civil disse que "a utilização do helicóptero em operações, como as ocorridas na quarta-feira, se dá para a garantia da segurança de toda a população, entre eles, os moradores da comunidade envolvida e os policiais que desempenham suas atividades".

A polícia disse ainda que não há qualquer registro de que alguém tenha sido atingido por tiros vindos da aeronave empregada na operação na Maré.

Marcos Vinícius era o filho mais velho de Bruna. Ontem, ele acordou atrasado para a escola e, no caminho, foi baleado na barriga. O estudante foi socorrido por um morador que o levou a uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento).

"Meu filho estava lúcido. Ele chegou a dizer: 'mãe, nunca mais quero sentir essa dor na vida. Estou com sede'", contou Bruna no IML.

Após receber os primeiros atendimentos na UPA, o adolescente foi transferido em estado grave para o Hospital Getúlio Vargas, onde passou por cirurgia e morreu no início da noite de ontem.

"Eu estava trabalhando e não acreditei quando ouvi. Abandonei o trabalho e fui às pressas e, quando cheguei, ele estava entubado no hospital. Eu só o vi respirando com os aparelhos, não consegui falar com ele", disse Gerson da Silva, pai de Marcos Vinícius.

O velório acontece hoje no Palácio da Cidade, sede da prefeitura, em Botafogo (zona sul), e o enterro está previsto para esta sexta-feira (22).

A Linha Vermelha e a avenida Brasil ficaram bloqueadas na altura do Complexo da Maré nas primeiras horas da madrugada de hoje em razão de um protesto após a morte do estudante e de uma troca de tiros entre traficantes e policiais. O acesso e a saída da linha Vermelha para a linha Amarela também chegaram a ser fechados. Um ônibus foi queimado.

OPERAÇÃO POLICIAL TERMINOU COM 7 MORTOS

A operação na Maré tinha como objetivo cumprir 23 mandados de prisão. No entanto, a ação terminou com sete mortos --seis apontados como suspeitos, além do adolescente Marcos Vinícius.

Cinco deles têm entre 20 e 30 anos. Eles chegaram a ser levados ao Hospital Federal de Bonsucesso, mas, segundo a unidade, deram entrada mortos, com ferimentos de arma de fogo. Outro suspeito foi encaminhado para o Getúlio Vargas e também não resistiu.

A Polícia Civil afirmou que os homens baleados eram suspeitos e teriam reagido ao avanço dos policiais nas comunidades da Vila do Pinheiro e da Vila do João, ambas na Maré. A instituição informou ainda que foi encontrado "farto material bélico" em posse dos supostos criminosos, sendo quatro fuzis calibre 5.56 mm, duas pistolas e uma granada, entre outros materiais.

Os tiroteios ocorreram durante ação realizada por delegacias especializadas da Polícia Civil, com apoio do Exército e da Força Nacional de Segurança.

Na operação, dois blindados do Exército foram usados pela Polícia Civil, segundo o porta-voz do Comando Conjunto da intervenção federal, Carlos Cinelli. Os blindados foram usados para levar policiais para regiões mais perigosas da favela, que não haviam sido ocupadas por policiais que avançaram a pé. O objetivo era entrar em área "instável" para cumprir mandados de prisão antes que os suspeitos conseguissem fugir.

A operação de quarta-feira levou a Defensoria Pública do RJ a pedir uma liminar para proibir disparos de aeronaves em favelas ou lugares densamente povoados, mas o pedido foi negado pela Justiça nesta quinta --o órgão vai recorrer. ​

Greve Geral

Assembleia Geral define se professores da UFMS irão aderir à greve

Com 60% de docentes favoráveis, nesta terça-feira (21) Assembleia Geral irá decidir por meio de votação acerca da paralisação

22/04/2024 17h15

A seção convidou docentes filiados e não filiados ao sindicato, técnicos e estudantes para participar do evento que ocorre a partir das 8h, nas quatro unidades da UFMS Marcelo Victor / Correio do Estado

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A Assembleia Geral convocada pelo sindicado dos professores (ADUFMS) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), definirá na manhã desta terça-feira (23), os caminhos com relação à greve dos profissionais da categoria.

A seção convidou docentes filiados e não filiados ao sindicato, técnicos e estudantes para participar do evento que ocorre a partir das 8h, nas quatro unidades da UFMS. Cada uma delas terá sua assembleia, levando em consideração pontos específicos conforme a demanda de cada campi. 

Conforme noticiado pelo Correio do Estado no dia 9 de abril, ficou definido pela manutenção do Estado de Greve, isto é, a paralisação dos profissionais da educação pode ocorrer a qualquer momento.

Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), que iniciou a paralisação no dia 15 de abril,  52 universidades, 79 institutos federais (IFs) aderiram ao movimento em todo país.

A presidente da ADUFMS,  a professora  Mariuza Aparecida Camillo Guimarães, explicou que os educadores estão pleiteando pelo reajuste salarial de 22% dividido em três parcelas (2024, 2025 e 2026). 

São cerca de 1.500 docentes na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, fora os aposentados.

"Temos uma carreira que não tem um percentual específico entre uma e outra, mas quando se trata do início de carreira do docente, ou um piso na educação superior isto representaria em torno de R$4.900,00, para um doutor em dedicação exclusiva, ou seja, não pode trabalhar em outro lugar", explicou Mariuza Aparecida.

Servidores técnicos-administrativos

O Ministério da Gestão e da Inovação esteve reunido com lideranças sindicais, na sexta-feira (19), e propôs o reajuste de 9% para os servidores técnicos-administrativos. Em Mato Grosso do Sul são 1.700 integrantes da categoria que estão em greve desde o dia 14 de março. 

A proposta de reajuste indicada foi de 9% para 2025 e 3,5 para 2026, deixando o ano de 2024 fora da rodada de negociações.

Algumas das demandas relacionadas ao plano de reestruturação de carreira foram acolhidas pelos representantes da pasta.

Além disso, ofereceram aumento nos benefícios que incluem:

  • Auxílio Alimentação;
  • Auxílio-creche
  • Auxílio-saúde

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sista-MS), está pleiteando o reajuste de 10,5% referente a 2024, e o mesmo valor referente aos dois anos seguintes. 

IFMS 


Além dos técnicos administrativos e professores da UFMS que representam (60%) favoráveis a adesão da greve, os profissionais do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) e os servidores técnicos da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) aderiram à greve. 

 

Os campi da IFMS paralisados pela greve dos professores e servidores técnicos são:

  • Campo Grande
  • Corumbá
  • Coxim
  • Dourados
  • Jardim
  • Naviraí
  • Nova Andradina
  • Ponta Porã
  • Três Lagoas

"Continuamos com os campus paralisados, ainda mais que o governo deu uma resposta insatisfatória na sexta. Na próxima quinta-feira nós vamos organizar a nossa assembleia. A expectativa, a grande expectativa, é que a contraproposta do governo seja rejeitada. Porque afinal de contas praticamente não atendeu em nada. Principalmente as reivindicações dos técnicos administrativos", explicou presidente do SINASEFE-MS e técnico administrativo Tiago Thomaz de Assis.

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Cidades

Prefeitura autoriza início da instalação de padrões de energia elétrica para comunidade Mandela

Moradoras do Mandela relembram transtornos causados pela falta de energia no local

22/04/2024 16h24

Divulgação: Prefeitura de Campo Grande

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A Prefeitura de Campo Grande autorizou o início da instalação dos primeiros padrões de energia elétrica para os moradores da comunidade Mandela, na área situada no Jardim Talismã. A ação, concretizada com o apoio da concessionária Energisa, proporciona acesso à eletricidade regular para os moradores e também os insere na Tarifa Social, medida que visa aliviar o ônus financeiro das famílias de baixa renda.

“Agora vou ter energia sem medo de queimar minhas coisas. Lá na comunidade os aparelhos queimavam direto devido à instabilidade. Já perdi a conta de quantas TVs dessas de tubo tive que jogar fora, e nem me animava de comprar uma nova com medo de perder também. Chuveiro quente e secador a gente não podia nem pensar em ter porque podia pegar fogo”, disse a auxiliar de serviços gerais, Marlene Salazar de Lima, de 50 anos, que não vê a hora de se mudar para o local.

“Moro sozinha, tenho problemas de saúde e quando preciso meu filho fica comigo. Ter essa casa vai me dar segurança de ter um lar para descansar, é a minha garantia. Antes daqui eu sempre morei de aluguel, sempre tentei conseguir uma casinha. Agora quero reconstruir tudo o que perdi no incêndio”, contou emocionada.

A camareira, Andréia Rolon Argilar, de 46 anos, compartilha uma experiência semelhante. Ela relatou os desafios enfrentados devido à falta de energia, uma ocorrência frequente na comunidade por conta do grande número de pessoas compartilhando da mesma conexão elétrica, o que diariamente resultava na queda de energia.

“Quando começou a me dar muito problema, eu me endividei para comprar fio e fiz uma ligação sozinha para o meu barraco. Às vezes a gente dormia sem luz e era bem ruim sem ventilador por conta dos pernilongos, mas agora com a luz regular em casa será ótimo. Prefiro pagar e ter meus direitos, quando faltar, ter para quem ligar e reclamar, é uma garantia, uma vitória para todo mundo”, disse Andréia.

Andamento das obras

Na área do Jardim Talismã, o processo de fundação já foi concluído, abrangendo escavações, posicionamento de armações de aço e nivelamento das estruturas residenciais.

Até o momento, dez unidades foram totalmente cobertas, enquanto outras 20 encontram-se em estágio avançado de alvenaria, com esquadrias e rebocos já finalizados; as restantes estão em fase de construção do baldrame e contrapiso. Além disso, as portas e janelas já instaladas estão sendo pintadas.

“Estamos muito satisfeitos em ver que as obras seguem a todo vapor, dentro do cronograma estabelecido. Nosso compromisso é garantir que as famílias sejam atendidas dignamente e que tenham a oportunidade de realizar o sonho de todo brasileiro: ter um CEP, uma casa para chamar de sua. Estamos trabalhando incansavelmente para que isso se torne realidade, assegurando que cada família tenha seus direitos reservados e desfrute de um lar seguro e confortável”, afirmou o diretor-presidente da Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários (Emha), Claudio Marques.

Relembre

No dia 16 de novembro, um incêndio de grandes proporções destruiu cerca de 80 barracos na Favela do Mandela, fazendo com que 187 famílias perdessem seus lares e itens básicos nas chamas.

Poucos dias após o ocorrido, a Prefeitura garantiu que as famílias seriam realocadas para outras áreas da Capital, são elas:

  • José Tavares - 38 lotes
  • Loteamento Iguatemi I - 38 lotes
  • Loteamento Iguatemi II - 30 lotes
  • Talismã - 32 lotes

Os moradores não poderiam reconstruir as moradias no mesmo local onde é a Comunidade do Mandela por se tratar de uma Área de Proteção Ambiental (APP).

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