O governo britânico confirmou nesta quarta-feira (24) que Salman Abedi, apontado como autor do ataque em Manchester, estava nos radares do serviço de inteligência britânico. A polícia segue fazendo buscas e anunciou a prisão de mais quatro suspeitos de envolvimento com o atentado que deixou 22 mortos e 64 feridos no final do show de Ariana Grande, na segunda-feira (22).
"[Abedi] Era alguém que os serviços de inteligência conheciam e tenho certeza de que, quando a investigação for concluída, nós saberemos mais", disse a ministra do Interior britânica, Amber Rudd.
Para a ministra e para a polícia, Abedi, de 22 anos, não agiu sozinho. "[O ataque de segunda-feira] foi mais sofisticado do que alguns dos ataques que já vimos anteriormente e parece provável, possível, que ele não estivesse fazendo isso por conta própria", declarou a ministra. A polícia diz estar investigando uma rede terrorista que estaria envolvida no atentado.
Um homem de 23 anos já tinha sido detido na terça-feira (22). Entre os cinco suspeitos presos no Reino Unido está um irmão de Abedi. Já o irmão mais novo de Abedi foi preso na terça-feira, em Tripoli, na Líbia. De acordo com a força líbia que atua contra o terrorismo (Rada), Hashem foi é suspeito de envolvimento com o Estado Islâmico.
Nesta quarta, a polícia continuou a fazer uma série de buscas na cidade. Um dos imóveis visitados foi edifício "Granby House", no centro, segundo a Efe. Os policiais também provocaram a explosão controlada de um material encontrado em um dos endereços.
Líbia
As investigações apontam que o britânico teria acabado de voltar da Líbia, onde passou três semanas, de acordo com a CNN. O ministro francês do Interior, Gérard Collomb, afirmou nesta quarta que Abedi "provavelmente" passou pela Síria, segundo a France Presse.
"Sabemos apenas o que os investigadores britânicos nos contaram. É uma pessoa de nacionalidade britânica, de origem líbia, mas que cresceu no Reino Unido e que, de repente, após uma viagem à Líbia e provavelmente Síria, se radicalizou e decidiu cometer o atentado", disse o ministro em uma entrevista ao canal de televisão BFM.
Após o atentado reivindicado pelo Estado Islâmico, o Reino Unido elevou o nível de ameaça de ataque terrorista de severo a crítico, na terça-feira (23). A premiê britânica, Theresa May, explicou que há a possibilidade de um ataque iminente. "Foi concluído, com base nas investigações de hoje, que o nível de ameaça deve ser elevado de severo a crítico. Isso significa não só que um ataque é altamente provável, mas que um novo ataque pode ser iminente", afirmou.
Entre as vítimas em estado grave estão 12 crianças e adolescentes, com menos de 16 anos. De acordo com a BBC, o balanço de feridos aumentou para 64, sendo que 20 estão em estado crítico.
O atentado de Manchester é o mais grave ocorrido no Reino Unido desde julho de 2005, quando uma série de atentados causou a morte de 52 pessoas, entre eles quatro suicidas, e deixou 700 feridos no metrô e em um ônibus de Londres, segundo a France Presse.