Cidades

INTERNACIONAL

A+ A-

Armênia atrai atenção global após revolta política pacífica

Armênia atrai atenção global após revolta política pacífica

LUCAS NEVES, DE PARIS, FRANÇA (FOLHAPRESS)

12/01/2019 - 20h20
Continue lendo...

Quando começarem os trabalhos da nova legislatura no Parlamento da Armênia, nesta segunda-feira (14), terá sido escrito o capítulo final da chamada Revolução de Veludo, a mobilização popular que, em meados de 2018, pôs fim a uma autocracia longeva sem derramamento de sangue, recorrendo apenas às armas da democracia.

A transição pacífica, que culminou em desempenho avassalador nas eleições de dezembro da coalizão capitaneada pelo líder do movimento, Nikol Pashinian (70% dos votos), levou a revista The Economist a nomear essa ex-república soviética de apenas 3 milhões de habitantes como o país de 2018.

Jornalista eleito parlamentar pela primeira vez em 2012, Pashinian se cacifou como uma das principais vozes de contestação à corrupção sistêmica do Estado armênio.

Chegou a ser condenado e preso por supostamente incitar protestos pós-eleição do militar Serzh Sargsyan à Presidência que deixaram dez mortos em 2008, mas foi anistiado três anos depois.

A partir do fim de 2017, ele despontou como arquiteto de marchas barulhentas e de alcance nacional pedindo a renúncia de Sargsyan, presidente desde 2008.

Acuado, o alvo dos protestos ainda teria tempo para manobrar, passando o cetro a um poste (Armen Sarkissian) antes de se aboletar, em abril de 2018, no posto de premiê -cujos poderes ele tratara de aumentar.

Foi a gota d'água: a grita generalizada se encorpou, e Sargsyan, desgastado por ondas de contestação popular que ao menos desde 2011 investiam contra sua gestão (questionando privatizações, aumento de tarifas e reforma da Previdência, entre outras medidas), capitulou.

Pashinian seria eleito chefe de governo duas semanas depois, em 8 de maio, mas se veria obrigado a compor com um Parlamento que lhe era hostil -o partido do ex-presidente detinha a maioria dos assentos. Por isso, renunciou em outubro para forçar a convocação de eleições. O resultado foi o "tsunami" descrito no começo deste texto.

O ex-editor de jornal é comparado por simpatizantes a Gandhi e Mandela pela aversão à violência. Seus críticos torcem o nariz para a retórica por vezes teatral e para os deslizes populistas, como o figurino com que ele costumava aparecer em manifestações -camiseta camuflada.

Caberá a Pashinian dinamizar a economia armênia, dar novo impulso ao pacto social e restabelecer a confiança geral nas instituições. A economia do país, ancorada em agricultura, mineração e em uma ascendente indústria de tecnologia, deve crescer entre 4% e 5% neste e nos dois próximos anos. O desemprego, porém, está em 19%, e cerca de 30% da população vive abaixo da linha de pobreza.
Para fazer frente a isso, Pashinian terá de trocar palavras de ordem de apelo ecumênico por um programa de governo com metas, fadado a acolhida não consensual.

"As pessoas entendem que há um novo comando e que é preciso ter paciência, porque não se pode mudar as coisas da noite para o dia", afirma Salpi Ghazarian, diretora do Instituto de Estudos Armênios da Universidade do Sul da Califórnia. "Mas Pashinian e seu partido deverão ser hábeis no uso dessa boa vontade. Sozinha, a confiança do eleitor não altera a realidade política e econômica."

"Surgirão dissensões dentro da aliança governista, e a reação de Pashinian e de seu grupo a isso será determinante", avalia Ghazarian.

A abertura ao contraditório se insere no processo de amadurecimento de uma cena política em que autocratas se sucederam no comando por 20 anos -a república só existe na configuração atual desde a queda da União Soviética, em 1991.

"Há agora um líder com legitimidade popular, mas estamos em um sistema parlamentarista sem partidos fortes, sem ideologias e programas bem delineados", observa Alexander Iskandarian, analista que dirige o Instituto Cáucaso, na capital, Ierevan.

Segundo ele, a prioridade do novo governo deve ser atrair investimento. "Não temos petróleo, gás nem recursos naturais. Tampouco acesso ao mar. É preciso trabalhar a imagem do país, criar um ambiente mais propício à entrada de capital."

Para Salpi Ghazarian, além de investimento externo, urge recuperar o sistema educacional. Já falta mão de obra qualificada na indústria de tecnologia. A agricultura, ponta de lança da economia, carece de inovação. O setor de turismo pede formação profissional e infraestrutura.

Na opinião da professora, a diáspora armênia tem um papel a desempenhar. As redes de contatos construídas em latitudes tão distintas quanto Alemanha, EUA, Tailândia e Brasil (onde a comunidade conta mais de 100 mil pessoas), somadas ao know-how adquirido, serão valiosas.

Encontro Internacional

Conservação no Pantanal vira pauta mundial durante encontro de exploradores em Nova Iorque

Presidente do IHP, Ângelo Rabelo, foi indicado junto com outros brasileiros para tratar temas nacionais nos Estados Unidos

23/04/2024 18h25

A entidade existe há 120 anos e reúne mais de 3,6 mil pessoas de referência global que desempenharam ou realizam ações para transformar positivamente o mundo Divulgação IHP

Continue Lendo...

O grupo The Explorers Club, que reúne autoridades e pessoas com reconhecimento global que desempenham medidas que envolvem promoção da ciência e da conservação, discutiu em um de seus encontros a situação do Pantanal. O presidente do IHP, sediado em Corumbá (MS), Ângelo Rabelo, participou das reuniões realizadas em Nova Iorque, durante o encontro anual do clube. Ele apontou que é preciso haver atenção mundial com relação à conservação do Pantanal e da riqueza cultural do território.

A entidade existe há 120 anos e reúne mais de 3,6 mil pessoas de referência global que desempenharam ou realizam ações para transformar positivamente o mundo. Os encontros ocorreram entre sexta-feira (19) e domingo (21). Foram realizados diversos encontros e reuniões entre os participantes do clube, bem como ocorreram discussões sobre temas globais a serem trabalhados para promoção da conservação do Planeta.

 

Ângelo Rabelo, que atua em ações de conservação no Pantanal há cerca de 40 anos, pontuou que há diferentes esforços em andamento para prevenir incêndios florestais e promover desenvolvimento sustentável. Na semana passada, os governos de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, junto com o governo federal, assinaram termo de cooperação visando a união de esforços na defesa, proteção e desenvolvimento sustentável do Pantanal. Além disso, um fundo foi criado para financiar ações que ajudam a proteger o bioma, porém até hoje somente o governo de MS fez aporte de recursos (R$ 40 milhões) e o setor pública busca outras linhas de subsídio para essas ações. A promoção do Pantanal para o exterior pode contribuir nesse propósito, como já ocorre com a Amazônia, por exemplo.

“A maior área úmida do mundo, o Pantanal, está no mapa sobre as grandes explorações e os relatos que indicam locais que são desafiadores no Planeta. Por esse caminho cheio de desafios temos, primeiro, os povos originários que ainda habitam o território, como é o caso dos Guatós. Depois vieram as pantaneiras e os pantaneiros, que também seguem no Pantanal sabendo lidar com a ocupação e a conservação. Depois, temos os registros de outros esforços de pessoas que também se dedicam pela conservação desse Patrimônio Natural da Humanidade”, comentou Rabelo.

O bioma Pantanal é considerado uma das maiores extensões úmidas contínuas do Planeta e apesar de ser o menor em extensão territorial no Brasil, abriga 263 espécies de peixes, 41 espécies de anfíbios, 113 espécies de répteis, 463 espécies de aves e 132 espécies de mamíferos, conforme dados do Ministério do Meio Ambiente. Além disso, o Programa de Monitoramento dos Biomas Brasileiros por Satélite – PMDBBS, realizado com imagens de satélite de 2009, mostrou que o Pantanal mantêm 83,07% de sua cobertura vegetal nativa. Mais de 90% do bioma está em propriedades privadas, enquanto 4,6% estão classificadas como unidades de conservação, dos quais 2,9% correspondem a UCs de proteção integral e 1,7% a UCs de uso sustentável.

A participação de Rabelo na reunião do The Explorers Club ocorreu porque ele foi nomeado, neste ano, como uma das 50 pessoas a fazer a diferença no Planeta. A escolha foi feita por integrantes do The Explorers Club e o presidente do IHP entrou na lista do EC50 2024. Concorreu com mais de 200 pessoas indicadas. Seus apoiadores na nomeação foram Dereck Joubert e Beverly Joubert, exploradores que atuam diretamente pela conservação da vida selvagem e desenvolvimento sustentável em países africanos. O casal convidou, neste mês, o governador Eduardo Riedel (PSDB) para conhecer iniciativas que são realizadas no continente africano.

Além do presidente do IHP, os brasileiros nomeados nesse grupo chamado EC50 deste ano foram a geóloga Fernanda Avelar Santos, o ictiologista Luiz Rocha, o designer naturalista Lvcas Fiat e o paraquedista profissional Luigi Cani. Além dos brasileiros recém-nomeados, personalidades mundiais fazem parte do Clube, como a ex-astronauta e géologa Kathryn Sullivan, veterana de três missões a bordo de ônibus espacial; o geneticista e biólogo nuclear James Dewey Watson, um dos autores do modelo de dupla hélice para estrutura da mólecula de DNA; bem como o explorador que fez parte do primeiro voo solar ao redor do mundo, concluído em 2016, André Borschberg; e Dominique Gonçalves, criadora do Programa de Ecologia de Elefantes no Parque Nacional da Gorongosa, em Moçambique, entre outras pessoas.

Também em Nova Iorque, a diretora-executiva do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, localizado em Corumbá (MS), Márcia Rolon, participou dos eventos abertos do The Explorers Club para divulgar o trabalho de diminuir a vulnerabilidade social de crianças e adolescentes da região de fronteira do Brasil por meio da arte.

 

Assine o Correio do Estado

Cotidiano

Com 300 doses disponíveis, vacinação contra dengue deve acabar nesta semana

Aproximadamente 130 doses estão sendo aplicadas por dia; segundo a expectativa da pasta é que a vacinação se encerre até o final desta semana.

23/04/2024 18h15

Gerson Oliveira/

Continue Lendo...

As vacinas contra a dengue com prazo de validade até 30 de abril e que estão disponíveis pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) devem ser aplicadas até o final desta semana. A expectativa da pasta é que nenhuma dose deve ser descartada em Campo Grande. 

De acordo com a secretária, cerca de 130 doses estão sendo aplicadas por dia nos postos de saúde da cidade. Por causa disso, a expectativa é que todas as doses que estão perto do vencimento sejam aplicadas até sexta-feira (26).

A baixa procura do imunizante em Mato Grosso do Sul levou o Ministério da Saúde a informar aos municípios para ampliar a idade de vacinação. Segundo a pasta, pediu para todas as cidades priorizar a faixa etária entre 6 e 16 anos, mas com imunização ampliada para pessoas entre 4 e 59 anos. 

A medida foi tomada para reduzir a perda de doses que estão perto do vencimento, cabendo a cada município definir a estratégia de aplicação.  As doses que estão sendo utilizadas vencem no dia 30 de abril. 
 
Segundo a Sesau, em Campo Grande tem cerca de 300 doses estão espalhadas pelos postos de saúde da Capital. 

 

Assine o Correio do Estado.


 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).