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Cerca de 70% dos laboratórios
erram diagnóstico do vírus da zika

De 15 laboratórios testados, 11 falharam em sete estados brasileiros

Cláudia Collucci e Gabriel Alves, da Folhapress

21/06/2018 - 12h50
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Um estudo com 15 laboratórios públicos e privados de sete estados brasileiros revelou que 11 deles (73%) falharam na detecção do vírus da zika. Cada um dos laboratórios testou 12 amostras; mais da metade (8) apresentou dois ou mais resultados de testes errados, sejam falsos positivos ou falsos negativos.

Os testes moleculares detectam a presença do vírus da zika no sangue ou na urina do paciente por meio de amplificação do seu material genético, formado por RNA.

A metodologia é chamada de PCR (reação em cadeia da polimerase) e consiste em criar condições para gerar cópias do material genético até ele ser detectado por um aparelho que mede fluorescência.

O trabalho, publicado na revista científica Emerging Infectious Diseases, dos CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doença dos EUA), não revela o desempenho de cada laboratório. Para manter a confidencialidade, cada instituição participante foi representada por um número.

Participaram do estudo a Fiocruz de Pernambuco, Fiocruz da Bahia, o grupo Dasa, hospital Albert Einstein, USP, Unifesp, Fundação Pró-Sangue, Instituto Oswaldo Cruz do Rio, UFPA, UnB, UFBA, Famerp, Fundação de medicina tropical de Manaus e colaboradores estrangeiros.

Os pesquisadores ressaltam que os resultados são comparáveis aos encontrados em estudos feitos na Europa, onde 60% dos laboratórios precisam melhorar a qualidade dos testes moleculares.

Segundo os autores, a falta de sensibilidade desses ensaios pode afetar as estimativas do risco absoluto da síndrome congênita induzida pelo vírus da zika (o que causa, por exemplo, a microcefalia).

Resultados falsos negativos foram relacionados a amostras com baixas concentrações do vírus da zika, o que pode ser problemático porque essa situação é comumente observada em pacientes infectados com o patógeno. Já os resultados falsos positivos podem estar ligados à contaminação laboratorial.

Esse índice de erros tem impacto na vida das mulheres. Uma grávida com infecção confirmada pelo vírus da zika tem chance de 1% a 15% de ter um bebê afetado.

Durante o surto de 2015 e 2016, muitas grávidas fizeram abortos ilegais após resultados positivos do teste de zika temendo que seus bebês tivessem microcefalia e outras más-formações graves.

Segundo José Eduardo Levi, especialista em biologia molecular do grupo Dasa, um resultado falso negativo pode fazer com que a família não se prepare para ter uma criança deficiente ou prescinda do suporte de um centro especializado já logo após o nascimento.

Já um falso positivo, além de levar a decisões dramáticas, pode fazer com que gestantes passem por exames invasivos, como a coleta de líquido amniótico, o que aumenta o risco de aborto espontâneo. "As duas situações não deveriam existir. Os resultados do estudo me deixaram de cabelo em pé", diz Levi, um dos autores.

Já o virologista Maurício Lacerda Nogueira, professor da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto e outro autor do estudo, diz que o resultado não o surpreende. "Cem por cento de acerto é praticamente irreal. Qualquer laboratório padece de erros, que são inerentes à técnica", diz ele.

Para o estudo, o virologista Jan Felix Drexler, do centro médico da Universidade de Bonn, na Alemanha, enviou aos laboratórios brasileiros um painel com 12 amostras de sangue com vírus inativo.

O painel contemplou quatro amostras positivas de vírus da zika com diferentes cargas virais e oito amostras com outras arboviroses como chikungunya, dengue, encefalite japonesa e de Saint Louis, vírus do Oeste do Nilo e da febre amarela, que poderiam provocar reações cruzadas.

O pesquisador selecionou amostras positivas e negativas (previamente testadas) e distribuiu, de forma cega, para os diferentes laboratórios brasileiros. Seguindo as suas metodologias, cada laboratório analisou as amostras e aferiu o diagnóstico. Só quatro deles apresentaram resultados totalmente corretos.

Uma possibilidade levantada na pesquisa para explicar os erros é o uso de reagentes de baixa qualidade, que pode comprometer a qualidade dos testes. Na América Latina, o preço desses materiais chega a ser 200% mais caro que nos países desenvolvidos."Tem muita porcaria nos pregões eletrônicos que acaba sendo comprada por ser de baixo custo", afirma Levi.

Segundo Nogueira, outro ponto importante mostrado na pesquisa foi uma superioridade das plataformas automatizadas para a extração do RNA em detrimento das manuais, que podem aumentar o risco de contaminação e, consequentemente, de um resultado incorreto.

"Vacina no braço"

Casos de Síndrome Aguda Respiratoria Grave aumentam em Campo Grande

Conforme o boletim da InfoGripe divulgado nesta quinta-feira (18) os casos de síndrome gripais aumentaram na Capital; a recomendação é que os grupos prioritários tomem vacina

18/04/2024 18h15

Os indicativos correspondem a semana Epidemiológica (SE-15), entre os dias 7 e 13 de abril, considerando dados dispostos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Campo Grande está entre outras 19 Capitais que apresentaram aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), conforme boletim InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira (18), pela Fiocruz. 

 O relatório apontou que aumentou o número de pessoas internadas por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), de Influenza A (vírus da gripe) e o vírus respiratório (VSR).

"Na presente atualização observa-se que 19 das 27 capitais apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas 6 semanas) até a semana 15: Aracajú (SE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), plano piloto e arredores de Brasília (DF), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Manaus (AM), Palmas (TO), Recife (PE), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA) e São Paulo (SP)", indica o relatório.

Divulgação InfoGripe

A Covid-19 segue em queda e em alguns Estados permanece em níveis baixos de incidência. Os dados apontam que a disseminação da Síndrome Respiratória Aguda Grave, de Influenza A e o vírus respiratório para as próximas semanas em 19 Estados e Mato Grosso do Sul pode apresentar aumento nas próximas semanas. 

Os indicativos correspondem a semana Epidemiológica (SE-15), entre os dias 7 e 13 de abril, considerando dados dispostos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe).

Segundo o pesquisador do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, para impedir o crescimento dos casos o público alvo deve procurar a unidade de saúde mais próxima e tomar a vacina contra a influenza. 

“Para o vírus da gripe, a gente conta com vacina e campanha de vacinação em todo o país. Então quem é grupo de risco, deve buscar o posto de saúde para se vacinar. A vacina da gripe, tal qual a vacina da Covid, têm como foco diminuir o risco de agravamento de um resfriado, que pode acabar desencadeando uma internação e até, eventualmente, uma morte. Ou seja, a vacina é simplesmente fundamental. Em relação ao VSR, a rede privada tem uma vacina já disponível para idosos, que também é muito importante, já que embora o risco do VSR seja muito maior nas crianças pequenas, a gente também observa internações nos idosos”, explica Marcelo Gomes.

A recomendação do pesquisador para pessoas que apresentem sintomas gripais usem máscara de qualidade as recomendadas são: N95, KN95, PFF2; no caso de sair de casa para procurar atendimento médico em unidades de saúde. 

Veja outros Estados com tendência de aumento da Síndrome Respiratória Aguda Grave:

  •  Acre;
  • Alagoas;
  • Amazonas;
  • Bahia;
  • Ceará;
  • Distrito Federal;
  • Goiás;
  • Maranhão;
  • Minas Gerais;
  • Pará;
  • Paraíba;
  • Paraná;
  •  Pernambuco;
  • Rio Grande do Norte
  • Rio Grande do Sul;
  • Rio de Janeiro;
  • Santa Catarina;
  • Sergipe;
  • São Paulo;
  • Tocantins;

Nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul a incidência de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave em decorrência da Covid-19 apresenta queda. 

No país

Somente em 2024, óbitos ligados a SRAG foram registrados  2.322 óbitos, sendo 1.411 (60,8%)
com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 728 (31,4%) negativos, e ao
menos 78 (3,4%) aguardam resultado.

Casos positivos

  • 12,3% Influenza A;
  •  0,1% Influenza B;
  •  3,1% vírus sincicialrespiratório (VSR);
  •  81,7% SARS-CoV-2 (COVID-19);

 

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Prazos

Mais de 68 mil pessoas poderão concluir o processo de obtenção da CNH até 31 de dezembro em MS

Os processos para retirada da CNH, que foram prorrogados por mais 12 meses, foram interrompidos em 2019

18/04/2024 17h50

Foto: Rachid Waqued

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De acordo com a deliberação nº271/2023, todos os processos de habilitação ativos até dezembro de 2023 tiveram o prazo de conclusão ampliado para 31 de dezembro de 2024.

De acordo com o levantamento do Detran (Departamento Estadual de Trânsito), mostra que 8,6 mil processos estão parados na etapa de agendamento teórico, enquanto  12,6 mil na etapa de agendamento do exame prático de duas rodas. 

Ainda de acordo com o departamento de trânsito, 14,3 mil veículos estão na fase de agendamento prático de quatro rodas.Os demais são alunos que se encontram na fase de exames de saúde e ainda não chegaram na etapa de aulas.

O aviso do Detran é para as pessoas que ainda tem interesse em dar andamento ao processo procurem os seus respectivos CFC (Centro de Formação de Condutores) e não deixem para fazer isso perto do prazo expirar.

Ainda segundo o órgão, uma notificação eletrônica será encaminhada para os cidadãos que se qualificarem para a prorrogação. O alerta será enviado ao e-mail cadastrado no sistema durante a inscrição. Não haverá necessidade de efetuar novos pagamentos ou emissões de novas guias.

 

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