Percorridos os quarenta dias da Quaresma, animados e fortalecidos com o tema da Campanha da Fraternidade e Vida: “Dom e Compromisso”. E o Lema: “Viu. Compadeceu-se. E Cuidou Dele”. Isso foi mais que suficiente para despertar nossas mentes para o problema que envolve o viver de todo o ser humano.
Passada também a Semana Santa, que envolveu atitudes corajosas assumidas em defesa da vida desde sua concepção até seu fim natural. E para coroar com gestos de generosidade o caminho da fé, celebramos o Tríduo Pascal: Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor. Tudo conduzindo para a alegria de celebrar a glória de quem não temeu a dor e o sofrimento. Tudo suportou. Tudo venceu.
“No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus bem de madrugada, quando ainda estava escuro. Ela viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo. Então saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo a quem Jesus amava. E disse para eles: ‘Tiraram do túmulo o Senhor, e não sabemos onde o colocaram’” (Jo. 20,1-2).
Essa figura, Maria Madalena, representa todos aqueles e aquelas que haviam decidido seguir Jesus, pois ele tinha pensamentos maravilhosos. Tinha o poder de fazer milagres e curar todas as doenças.
Esperavam dele uma decisão heroica que o levaria a Jerusalém para assumir o governo da nação, favorecendo especialmente os mais empobrecidos. Sonhavam grande, tanto no poder quanto na posse de muitos bens e de muitas riquezas.
Mas encontraram o túmulo vazio. Tudo o que poderia ser visto como poder, riqueza e bem-estar fora águas a baixo. A pedra que era a garantia de que tudo terminaria numa sepultura fora jogada às trevas. Sobrou a luz que aos olhos humanos não brilharia jamais. Passou agora a brilhar a luz da fé daqueles e daquelas que o acompanharam até aqui e se propuseram a acompanhá-lo até a glória.
O túmulo vazio continua desafiando a nossa fé também. Não sobrou nada além de alguns lençóis para certificar que ali havia repousado um corpo humano. E que agora acabara de abandonar tudo o que fosse do mundo. E ele, o Senhor, agora se encontra glorioso e vitorioso. Essa vitória e essa glória continuarão presentes em todos os atos realizados para demonstrar que ele continuará vivo junto a seus seguidores.
O túmulo vazio é para testemunhar que a vida venceu definitivamente a morte, que o amor vencera o ódio, a alegria vencera a tristeza, a paz vencera a insegurança, a coragem vencera o comodismo.
A partir dessa constatação, todos saíram pelo mundo testemunhando corajosamente que o Senhor havia ressuscitado. Esse testemunho custou muito caro. Em função disso, muitos derramaram seu sangue, aceitando o martírio como gesto de fidelidade àquilo que o Senhor lhes transmitira.
O túmulo vazio ensina ainda o quanto é preciso sair do medo e do comodismo. Ensina o quanto é precioso abraçar a causa de tantos que se encontram sepultados nos vícios, nas covardias, no comodismo e no medo de testemunhar a vida nova de uma alma em paz com os irmãos e com Deus. E celebrar todos os dias a alegria da Páscoa.