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CORREIO DO ESTADO

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Confira o editorial de sábado/domingo: "Socorro à economia em tempos de crise"

O governo federal começa a adotar medidas práticas para socorrer a economia em tempos de crise na saúde.

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Discursos políticos prá lá e prá cá, seja em defesa dos argumentos pelo isolamento social rigoroso, seja em apoio a ideia de liberação das atividades econômicas em toda a sua plenitude (mas resguardadas as recomendações sanitárias para se evitar um contágio maior), o governo federal começou a adotar medidas práticas para socorrer a economia nestes dias de crise provocada pela pandemia no novo coronavírus.

Nesta sexta-feira, o presidente Jair Bolsonaro anunciou ações emergenciais que serão executadas a partir da União para, pelo menos, reduzir os efeitos do Covid-19. O anúncio ocorre após o aumento de pressão por providências semelhantes às adotadas por outros países no enfrentamento ao mesmo tipo de problema.

Neste primeiro momento, na tentativa de reduzir os impactos da crise econômica gerada pela pandemia, Bolsonaro anunciou uma linha de crédito especial para cobrir parte da folha de pagamento de micro e pequenas empresas. O programa deverá destinar R$ 40 bilhões para financiar o pagamento de salários por dois meses - R$ 20 bilhões por mês. O objetivo é atingir 1,4 milhão de empresas e 2,2 milhões de pessoas. As empresas que poderão ter acesso às linhas de crédito devem ter faturamento entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões anuais.  

Na quinta-feira, o plenário da Câmara dos Deputados já havia aprovado auxílio emergencial por três meses, no valor de R$ 600, destinado aos trabalhadores autônomos, informais e sem renda fixa durante a crise. A matéria segue para análise do Senado e depois vai à apreciação da Presidência da República. A isso somam-se iniciativas anunciadas até o momento pelo governo federal, omo antecipação do 13º salário de pensionistas e aposentados do INSS, redução temporária de impostos para empresas, ampliação do programa Bolsa Família, novos recursos para o Ministério da Saúde e transferências para Estados e municípios,  contabilizando cerca de 4% do PIB nacional.

Mas, o que não se pode perder de vista, é que as providências anunciadas representam a sinalização de que a ajuda está vindo. São os passos iniciais a respeito de um cenário que ainda não se sabe que proporções efetivamente tomará nos próximos dias ou semanas, até mesmo porque o governo federal ainda torce por uma flexibilização maior em direção à liberação do isolamento imposto em torno das principais atividades econômicas do País. Fica o alerta que não basta preocupar-se tão somente com a saúde e abandonar a economia. Cuidados aos dois setores precisam caminhar juntos.