Artigos e Opinião

Cláudio Humberto

A+ A-

"Não houve fraude, não houve furto de prova, vazamento"

Ministro Abraham Weintraub (Educação) atribuindo erros no Enem a fake news

Continue lendo...

“Não houve fraude, não houve furto de prova, vazamento”

Ministro Abraham Weintraub (Educação) atribuindo erros no Enem a fake news

 

PEC que acaba ‘penduricalhos’ dormita na Câmara

O deputado Pedro Cunha Lima (PSDB-PB) pede pressão da opinião pública para a Câmara votar e aprovar sua PEC dos Penduricalhos, que acaba privilégios no serviço público como os auxílios creche, paletó, mudança, livro, saúde, jornais e alimentação. Ele protestou contra o fato de a elite do serviço público (procuradores, auditores etc) receber entre R$1.200 a R$2.500 a título de “auxílio-creche” enquanto apenas 32% das crianças, a maioria muito pobre, têm acesso a creche.  

Privilegiados reagem

Colegas do deputado paraibano já o abordaram reclamando da sua pregação contra os privilégios. Acham que é “ataque ao Legislativo”.

É difícil acabar regalias

O Senado não vota projeto de Cunha Lima, aprovado na Câmara, que extingue carro oficial. É que todo senador tem direito a essa mordomia.

Saque a descoberto

A estatal de energia CEB, de Brasília, quebrada e devendo R$1,2 bilhão, firmou acordos que a obrigam há anos a pagar “auxílio-babá”.

Político merece repulsa

Pedro Cunha Lima concluiu que o meio onde vive merece a reputação conquistada: “Político tem rejeição porque tem que ter mesmo”.

‘Impulsionamento ilegal’ virou fake news na CPI

Hans River, um homem negro, cabelos “black power”, parecia vestido do modelito certo para que políticos do PT reforçassem o envolvimento do presidente Jair Bolsonaro com notícias falsas ou “impulsionamento” ilegal de mensagens. Mas na CPMI das Fake News Hans virou “tiro pela culatra”. Ele disse que não trabalhou para Bolsonaro e sim para os então candidatos Fernando Haddad (PT) e Henrique Meirelles (MDB).

Presente de grego

O depoimento de Hans River representou um presente para os opositores do PT, no dia em que o partido de Lula completou 40 anos.

Denúncia fake

River deixou mal até os que denunciaram o suposto impulsionamento ilegal de Bolsonaro, já negado pelo Whatsapp.

Dominou

Após a sessão, os assuntos “CPMI” e “Hans River” se transformaram no 1º e 5º trending topics, os assuntos mais comentados do Twitter.

Que dá, dá

O tributarista Eliézer Marins disse que a proposta de Jair Bolsonaro de zerar o ICMS dos combustíveis “é possível, mas não é nada simples”. Para ele, não basta um decreto, é preciso lei aprovada no Congresso.

Nada pessoal

O presidente Jair Bolsonaro gosta dos seus ministros, mas alguns o preocupam, como Osmar Terra (Cidadania). Nada pessoal. É que a toda hora parlamentares reclamam de falta de “prestígio” no ministério.

Indústria de Multas S/A

Um morador de Brasília foi multado por trafegar a 600km/h e um outro a 700km/h. O DER-DF verifica “se” houve engano. E teve o brasiliense multado em Belém, sem nunca ter ido ao Pará, por circular sem cinto de segurança... numa moto. Terão de pagar o assalto para recorrer.

Randolsonaro

O senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP) é oposição ao governo, mas aprovou a ideia de Bolsonaro cortar impostos e propôs zerar PIS/Cofins sobre combustíveis. Com o fim do Bolsodoria, nasce o Randolsonaro?

Caroço no angu

Depois de confirmar que as vozes no áudio da portaria do condomínio de Bolsonaro não são do presidente e nem do porteiro que disse ter falado com “seu Jair”, a polícia investiga agora se o áudio é verdadeiro.

Alô, corregedor

A Justiça do Trabalho de Sergipe colocou em leilão uma fábrica de cimento e de outros bens de empresa de valor dez mil vezes maiores que os bens penhorados. Não é só justiçamento, tem coisa aí. Não admira que tantos já defendam o fim da Justiça do Trabalho.

Europeu não é latino

Na festa do Oscar, Antonio Banderas foi citado por apresentadores estrangeiros e brasileiros ignorantes como “representante latino” em Hollywood. Ele nada tem de latino, nasceu na Espanha colonizadora.

Mentirosos blindados

Orientado pelo senador Paulo Paim (PT-RS), pesquisadora da Fiocruz lançou aplicativo para denunciar notícias “ofensivas ou mentirosas”. Não incluiu denúncia de políticos oportunistas e mentirosos.

Pensando bem...

...agora que o Brasil foi retirado pelos Estados Unidos da lista de países “em desenvolvimento”, somos oficialmente desenvolvidos.

PODER SEM PUDOR

Um burro na plateia

Contam na Bahia que foi animada a eleição para presidente da Câmara Municipal de Bom Jesus da Lapa, em janeiro de 2001. Indicado pelo prefeito, o vereador Valdivino Borges fazia seu discurso quando alguém o interrompeu para se referir à sua condição de semi-analfabeto: “Sai daí, seu burro!” Valdivino olhou para o agressor e respondeu na lata: “Eu sou burro e sou o presidente da Câmara, e você, que não é, está aí me dando coice!...”

ARTIGO

Produtos livres de desmatamento nas estratégias da União Europeia

11/04/2024 07h30

Continue Lendo...

O Regulamento para Produtos Livres de Desmatamento é um entre vários componentes do Pacto Ambiental Europeu (European Green Deal), que tem como objetivo final atingir neutralidade de emissões de gases de efeito estufa em 2050, com um crescimento econômico livre da exploração excessiva dos recursos naturais e sem deixar ninguém para trás.

Trata-se, portanto, de uma peça dentro de um quebra-cabeça bem mais complexo que visa tornar a Europa um continente sustentável e carbono neutro.

Desde 2019, o Pacto Ambiental Europeu apresenta diretrizes que vão sendo gradativamente regulamentadas, cobrindo de energia renovável a produção de alimentos, passando por transporte e construção civil.

Trata-se de um marco legal abrangente que aborda diversas questões ambientais, incluindo o desmatamento, como parte dos esforços da União Europeia (UE) para um novo modelo de economia verde. 

O regulamento para produtos livres de desmatamento, aprovado em 2023, disciplina as atividades dos importadores europeus que passam a ser responsáveis por garantir que os produtos adquiridos não venham de áreas desmatadas depois de 31 de dezembro de 2020.

As restrições entram em vigor no final de 2024. Os importadores são os responsáveis pela implementação das verificações nos países exportadores, as chamadas “due dilligences”. 

As implicações para o Brasil são significativas, pois a UE é o segundo maior comprador dos nossos produtos agropecuários. Enfrentamos sérios problemas de desmatamento ilegal na floresta amazônica, além de questões fundiários e sociais.

Outro ponto importante é que a legislação europeia não faz distinção do que é considerado desmatamento legal ou ilegal. A normativa claramente se refere a desmatamento em geral. 

Esse ponto vem sendo questionado pelo governo brasileiro, alegando que está acima das exigências legais do ordenamento jurídico do país. Argumenta-se que essa normativa representaria uma forma de barreira não tarifária aos produtos do Brasil.

Entretanto, o argumento contrário é de que a UE tem a prerrogativa de estabelecer os critérios para os produtos que farão parte das suas cadeias de suprimento. E, como o objetivo maior é a redução dos impactos ambientais do consumo dos próprios europeus, nada mais lógico do que exigir que seus fornecedores sigam padrões compatíveis com essa ambição.

Importante notar que há fortes reações ao Pacto Ambiental dentro da própria UE, como vimos recentemente nos diversos protestos de produtores rurais no território europeu.

Embora estejam sensibilizando parte da sociedade e postergando algumas limitações, dificilmente a insatisfação dos produtores europeus ou dos governos fornecedores de produtos agrícolas para a Europa terão força para uma guinada nos objetivos de longo prazo da UE.

Parece haver um sério proposito do continente em mudar completamente suas bases de desenvolvimento, mirando a transição para uma economia mais resiliente e de baixas emissões de gases de efeito estufa.

Ao Brasil cabe o desafio de entender essas normativas e entrar em um processo de negociação sério e embasado na ciência. Ainda há grandes lacunas sobre como serão feitas as verificações do desmatamento e, sobretudo, como serão mapeadas as origens de cada lote de exportação.

Precisaremos acelerar nossos investimentos em rastreabilidade e transparência nos processos produtivos, assim como no aprimoramento de plataformas de monitoramento territorial. Tudo isso em consonância e em estreita colaboração com os importadores e agentes da União Europeia.

Ainda estamos em um momento de discussão e entendimento junto aos agentes europeus de como o novo regulamento será implementado no Brasil. Entende-se que será um processo com aprendizado mútuo e um período de adaptação.

Os entes governamentais têm o papel de catalisar essa discussão entre produtores, processadores e exportadores brasileiros para que estejamos prontos para manter a liderança como fornecedores de produtos agrícolas para a União Europeia. 

 

Assine o Correio do Estado

ARTIGO

Era uma vez em uma escola na Suécia

11/04/2024 07h30

Continue Lendo...

Depois de anos educando as crianças quase que exclusivamente com recursos digitais, o Ministério da Educação da Suécia começou a perceber alguns sintomas perturbadores nas suas crianças: deficiência na leitura e na compreensão de textos apropriados para a idade, muita dificuldade de escrever e, quando solicitadas, escritas realizadas apenas em caixa alta.

Mas o que mais chamou a atenção foi a percepção de que as crianças também começaram a apresentar dificuldades para expressar o que sentiam, pois lhes faltava vocabulário até mesmo para descrever cenas breves ou relatos de emoções simples.

Muitas dessas manifestações, resultantes da falta de exercício cognitivo e motor, assemelhavam-se a alguns transtornos psicológicos, e não é de se espantar que muitos pais possam ter procurado psicólogos, feito exames ou mesmo ministrado medicamentos, preocupados com a lentidão, o mutismo ou ainda com dificuldade de compreensão de seus jovens filhos.

O governo sueco, diante dessa constatação, resolveu dar uma guinada nas suas orientações escolares e agora estimula fortemente o uso de livros em vez de laptops, como também incentiva a leitura em voz alta, as rodas de conversa e a prática da escrita - inclusive ditados - com o objetivo de reverter o cenário que se desenhava catastrófico para o futuro.

Crianças que não são estimuladas desde cedo em atividades motoras e intelectuais podem ter dificuldades de desenvolvimento profissional na vida adulta, particularmente em um mundo onde a criatividade e a inovação são realidade em todo lugar. 

No último Pisa, divulgado em 2023, o resultado geral dos jovens estudantes suecos foi de 487, ante 499 registrado na edição anterior, de 2018. Em Matemática, a queda foi de 15 pontos e em Leitura, de 10 pontos.

Suficiente para que fizesse um país sério, como a Suécia, acender as luzes amarelas e buscar compreender as razões dessa perda de energia no aprendizado de seus jovens cidadãos, (para além dos efeitos da covid, que afetou de maneira praticamente igual os países participantes).

Uma das medidas que o governo buscou implementar em todas as escolas - embora na Suécia o programa e as orientações pedagógicas não sejam unificadas como no Brasil - foi: menos celular, menos laptop e mais livro, leitura, escrita e conversa. O básico que, desde mais ou menos cinco séculos atrás, tem orientado a ideia do que é ensinar e aprender.

 Lógico que esta constatação não implica em demonizar o uso de tecnologia em sala de aula, mas de usá-la com sabedoria, de forma que ela ofereça o que, de fato, não é possível conseguir por outros meios.

Mal comparando, é como o hábito de muita gente usar palavras em inglês para se referir a coisas ou situações nas quais já existe uma palavra em português perfeitamente cabível. Esse é o mau uso da língua estrangeira. O que não significa que não se deva aprendê-la e usá-la, muito pelo contrário.

A tecnologia compreende um conjunto de ferramentas e habilidades que deve servir para ampliar nossa capacidade de ler, raciocinar, produzir e nos comunicar. Mas, para isso, precisamos antes saber ler, raciocinar, produzir e nos comunicar.

O perigo do uso de celulares e laptops no ensino fundamental é o de diminuir ou mesmo obstaculizar  o desenvolvimento motor e cognitivo das crianças, além de dificultar a expressão de ideias, emoções e socialização, por falta de vocabulário capaz de se fazer entender quando relatar uma experiência.

O fenômeno hikikomori, que se refere aos jovens que abandonam qualquer contato social real e mantêm-se isolados em seus quartos, comunicando-se apenas pelas redes sociais, vem se alastrando por todo mundo, assim como a descrição de novos transtornos psicológicos associados à dificuldade de comunicação e socialização. A saída, porém, pode estar um pouco antes do consultório médico ou do psicólogo. Na boa e velha sala de aula.

 

ASSINE O CORREIO DO ESTADO 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).