Correio B

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Redação transforma aluno em jovem senador

Texto foi selecionado para representar MS junto dos outros 26 estados

PAULA MACIULEVICIUS BRASIL

22/10/2018 - 09h00
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Foi a redação que elegeu Pedro Vinícius Araújo de Abreu, de 17 anos, Jovem Senador. Aluno da Escola Estadual General Malan, bicampeã em emplacar senadores pelo projeto, ele se prepara para tomar posse e levar propostas ao Congresso Nacional, em Brasília.

Filho de pai bombeiro e mãe dona de casa, Pedro é o mais velho de três filhos. Mora no Bairro Guanandi 2 e sonha em fazer Medicina. Também já acumula vitórias, como a aprovação na prova escrita do concurso para bombeiro.

Bem articulado, o garoto defende o que argumentou na dissertação selecionada. “Escrevi sobre a aplicabilidade da Constituição, mesmo ela sendo uma das mais desenvolvidas do mundo, restam desafios relacionados ao desconhecimento da população”, explica. 

Pedro, que já tinha folheado a Constituição por ter cogitado seguir pelo caminho do Direito, juntou dados que reforçassem sua tese. “Eu citei que só 5,3% dos entrevistados de uma pesquisa do DataSenado declararam conhecer bastante a Constituição, então ela acaba não sendo efetiva”, avalia.

A professora responsável por incentivar ele e os demais alunos da escola é Jane Laura. Com mais de 20 anos em sala de aula, lecionando Redação, Língua Portuguesa e Literatura, Jane não tem preguiça e arregaça as mangas e inscreve os estudantes em todos os concursos que aparecerem.

Essa vontade dela de estimular os alunos fez com que, no ano passado, Amanda da Silva Duarte, à época no 3° ano do Ensino Médio na escola General Malan, fosse ao Senado. Em 2018, a escola conseguiu levar um aluno pela segunda vez. Pedro foi selecionado ao lado de 26 redações entre 190 mil textos de todo o País.

“Quando chegou este tema, achei um pouco difícil, porque eles têm um conhecimento prévio, mas não a fundo. Deixei eles à vontade para pesquisar e cada redação tem seu estilo, a do Pedro foi a que mais convenceu”, pontua a professora.

Em novembro, Pedro embarca para apresentar sua ideia legislativa dentro de uma proposta que seja inovadora para o País. “Penso em propor algo relacionado à política e à cidadania, com uma participação popular mais maciça em relação às decisões da Câmara”, sustenta.

Será uma semana de debates que vão dividir os jovens senadores em comissões para então tornar projeto de lei. “É uma responsabilidade que o jovem tem e que, muitas vezes, não é assumida. Os jovens sempre foram importantes nas questões políticas do Brasil, como a Diretas Já”, compara Pedro.

Para a professora, ver o trabalho da escola coroado pela segunda vez serve de exemplo. “Se eles seguirem orientações e levarem os estudos com afinco, vão conseguir chegar lá. Vão se dar bem em um concurso, no Enem, vão fazer Medicina. A vitória deles é da nossa escola, que por mais que seja pública, tem ensino de qualidade”, destaca.

SAIBA MAIS

Criado em 2010, o projeto é realizado anualmente e proporciona aos estudantes do Ensino Médio das escolas públicas estaduais e do Distrito Federal, de até 19 anos, conhecimento acerca da estrutura e do funcionamento do Poder Legislativo no Brasil.

A cada ano, é proposto um tema de redação como forma de ingresso. A legislatura tem duração de quatro dias e inicia-se com a posse dos jovens senadores e a eleição da Mesa. Os trabalhos são encerrados com a aprovação dos projetos e a consequente publicação no Diário do Senado. Para participar, as instituições de ensino são convidadas a promover um concurso de redação interno entre os alunos, com o tema anual, e enviar o melhor texto à correspondente Secretaria de Educação. A secretaria selecionará três redações para representar o estado na etapa nacional. 

Projeto traz novas perspectivas aos estudantes

“Divisor de águas”. Assim que Amanda da Silva Duarte, hoje com 18 anos e acadêmica de Letras na UFMS, enxerga o programa. Jovem Senadora em 2017, ela foi a primeira aluna da Escola General Malan a representar Mato Grosso do Sul. “[O projeto] me trouxe novas perspectivas, achava que o Brasil era só isso aqui, com os costumes daqui. Não me atentava para essa pluralidade”, comenta.

Foi justamente a pluralidade, trabalhada na redação, que levou Amanda ao Senado. No ano passado, o tema foi a intolerância. “E eu escrevi a pluralidade brasileira e as raízes da intolerância. Tratei da perspectiva histórica de como o Brasil se construiu como este País enorme, com vários povos que descenderam de lugares diferentes, religiões diferentes e que ainda insistem em descriminar, excluir e matar aquilo que não é igual”, descreve.

No texto, ela defendeu que é preciso enxergar a existência do outro, não como ameaça e sim, como complementação. 

Na vida estudantil e hoje acadêmica, a professora que coordena as inscrições em cursos, Jane Laura, é por quem Amanda nutre eterna gratidão. “Eu não sabia como começar, estruturar ou formular uma redação. E ela [professora] foi de fundamental importância na minha vida e na de todo mundo que já estudou com ela. Ela nos respeita, é paciente e compromissada. Faz com que a gente consiga argumentar, utilizando aquilo que nós já vivemos”, conta.

Como Jovem Senadora, Amanda e o grupo de 2017 propuseram, por uma das comissões formadas, um projeto que prevê a criação do portal de transparência para a saúde, em que pacientes teriam acesso à fila de cirurgia, lotação de unidade de pronto atendimento, medicamentos disponíveis na rede pública.

“Porque, se é público, é nosso sim e tem que monitorar”, frisa. A proposta aguarda tramitação no Senado.

Carretas da magia

Caravana de Natal da Coca-Cola passa por Dourados e Itaporã nesta quarta; veja o trajeto

Caminhões estarão enfeitados com luzes natalinas, sistema de bolhas d'água, decoração interativa, painéis LED, cenografia natalina, cenários montados e Casa móvel do Papai/Mamãe Noel

17/12/2025 10h15

Carretas natalinas da Coca Cola

Carretas natalinas da Coca Cola DIVULGAÇÃO/Coca Cola

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Falta uma semana para o Natal e a tradição de sair às ruas para acompanhar a passagem das carretas natalinas da Coca-Cola está de volta.

Caravana Iluminada percorre ruas e avenidas de Dourados e Itaporã nesta quarta-feira (17). 

Os caminhões estarão enfeitados com luzes natalinas, sistema de bolhas d’água, decoração interativa, painéis LED, cenografia natalina, cenários montados e Casa móvel do Papai/Mamãe Noel.

É possível acompanhar ao vivo o lugar que a carreta está neste site.

Confira os trajetos e horários:

DOURADOS - 17 DE DEZEMBRO - 20H30MIN

  • INÍCIO - 20h30min - rua Sete de Setembro
  • Avenida Marcelino Pires
  • Rua Delfino Garrido
  • Avenida Weimar Gonçalves Torres
  • Rua Paissandú
  • Rua Monte Alegre
  • Rua Rangel Torres
  • Rua Mato Grosso
  • Rua Itamarati
  • Rua Hayel Bon Faker
  • Rua Mozart Calheiros
  • Rua Raul Frost
  • Rua Docelina Mattos Freitas
  • Rua Seiti Fukui
  • Rua Josué Garcia Pires
  • Rua Hayel Bon Faker
  • Rua Manoel Rasselem
  • Rua Projetada Onze
  • Rua General Osório
  • Avenida Marcelino Pires
  • Rua Mato Grosso
  • Rua Olinda Pires de Almeida
  • Rua João Cândido da Câmara
  • FIM - Rua Manoel Santiago

Carretas natalinas da Coca Cola

 ITAPORà- 17 DE DEZEMBRO - 17H30MIN

  • INÍCIO - Rotatória de entrada/saída da cidade
  • Avenida José Chaves da Silva
  • Avenida Estefano Gonella
  • Rua José Edson Bezerra
  • Rua Aral Moreira
  • Rua Duque de Caxias
  • FIM - Rotatória de entrada/saída da cidade

Carretas natalinas da Coca Cola

ARTES VISUAIS

Floripa de novo!

Após temporada de sucesso, Lúcia Martins Coelho Barbosa inaugura mais uma exposição em Florianópolis:"Do Pantanal para a Ilha 2" permanece em cartaz até 3 de janeiro e apresenta 20 telas, 6 delas inéditas, com elementos da fauna e flora sul-mato-grossense

17/12/2025 10h00

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mês

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mês Divulgação

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A artista plástica sul-mato-grossense Lúcia Martins Coelho Barbosa apresenta em Florianópolis uma seleção de obras que celebram a potência estética e simbólica do Pantanal.

Reconhecida internacionalmente, especialmente pelas pinturas de onças-pintadas, sua marca registrada, Lúcia construiu uma trajetória sólida ao longo de mais de quatro décadas nas artes visuais, marcada por pesquisa, identidade regional e profunda relação com a fauna brasileira.

Após uma temporada de sucesso em agosto, “Do Pantanal para a Ilha” retorna a Florianópolis, agora em novo local, na Sala Open Cultura, em exposição até o dia 3 de janeiro.

A mostra é composta por 20 telas, seis delas inéditas e outras peças de sucesso do acervo de Lúcia, que já expôs em sete países e quatro estados brasileiros.

“O nome ‘Do Pantanal para a Ilha’ veio da ideia de apresentar o Pantanal para um novo público que está conhecendo meu trabalho, e para isso coloquei nas telas elementos como as flores de aguapé, as árvores do Cerrado e as onças, que são meu carro-chefe”, apresenta Lúcia.

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mêsReprodução obra "A procura da caça", de Lúcia Martins

LEGADO DE MS

Outro elemento regional incorporado nos quadros é a renda nhanduti, um bordado artesanal tradicional do Paraguai cujo nome significa “teia de aranha” em guarani, uma referência à sua aparência delicada e intrincada, utilizada normalmente em peças decorativas e roupas.

Ao todo, foram vários meses de preparação para a exposição, em um longo processo de produção e ressignificação de obras, utilizando as técnicas pastel sobre papel e acrílico sobre tela.

As obras que compõem essa exposição vão refletindo lugares, flores e animais, que talvez não despertem a atenção das pessoas no dia a dia, mas que, de algum modo, acabam fugindo do lugar comum.

Elas são um resumo do que Lúcia vê, vivencia e considera como mais “importante” enquanto legado da natureza de Mato Grosso do Sul para o Brasil e para o mundo.

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mês“Onça que Chora”, um dos trabalhos inéditos da nova exposição

ESPANTO

A mostra reúne, assim, trabalhos figurativos que retratam, por exemplo, a onça-pintada como símbolo de força, ancestralidade e preservação, convidando o visitante a mergulhar no imaginário pantaneiro e, ao mesmo tempo, nas camadas poéticas que permeiam a trajetória da artista.

Para Lúcia, a arte é como um portão de entrada para um novo mundo, nesse caso o Pantanal sul-mato-grossense.

“O Pantanal não é margem. É centro de novas narrativas. É daqui que falamos ao mundo. O que eu gostaria que essa minha exposição causasse é até um certo espanto ao se ver que aqui também tem gente que faz arte. E nada melhor do que se apresentar quando alguém já tem curiosidade de lhe conhecer”, afirma a mestra das cores e texturas.

“Eu vivo para a arte, se eu não tivesse essa profissão, esse dom de colocar nas telas minhas emoções, meus sentimentos, talvez eu não tivesse nenhuma utilidade para a sociedade. A arte é, acima de tudo, questionadora. O que eu sinto como artista plástica há mais de 45 anos é que estamos ainda abrindo caminho para os artistas que virão. Gostaria muito que o artista fosse respeitado, fosse aceito, fosse útil, pois a arte alimenta a alma”, diz a artista.

PERFIL

Lúcia Martins Coelho Barbosa vive e trabalha em Campo Grande. Formou-se em história pelas Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso (FUCMAT). Fez pós-graduação em Comunicação, na área de imagem e som pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

Atua na área de artes plásticas, em Campo Grande, há mais de 40 anos e já mostrou suas obras em Portugal, Itália, França, EUA, Japão e Paraguai.

A artista com suas obras durante inauguração da mostra no dia 3 deste mêsReprodução obra Florescer no Pântano, de Lúcia Martins

Com o projeto Peretá – “Caminho” na língua tupi-guarani – , a artista exibiu o grafismo indígena e instalações em quatro capitais brasileiras – Brasília, Goiânia, São Paulo e Campo Grande.

Reconhecida por diversas premiações e homenagens, a artista segue expondo seu trabalho em coletivas e individuais. 

Em 2016, Lúcia criou o Múltiplo Ateliê, onde desenvolve trabalhos com artistas e pesquisadores, incluindo gastronomia, educação somática, dança contemporânea, yoga e audiovisual. Como afirma, é “fiel à sua missão de operária da arte”.

>> Serviço

A exposição “Do Pantanal para a Ilha 2”, da artista plástica sul-mato-grossense Lúcia Martins Coelho Barbosa, foi inaugurada em 03 de dezembro e está aberta para visitação até 03 de janeiro de 2026, na Sala Open Cultura, do open mall (shopping aberto) Jurerê Open. Av. Búzios, 1.800), Florianópolis (SC). Das 10h às 22h.

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