Integrar o elenco de “Órfãos da Terra” é uma espécie de volta às origens para Eduardo Mossri. O ator é descendente de libaneses e chamou atenção de Thelma Guedes e Duca Rachid durante uma apresentação da peça “Cartas Libanesas”, que contava a história de sua própria família. As autoras da novela das seis não hesitaram em convidá-lo para interpretar Faruq Murad. Agora, ele vive na ficção o drama de um sem-número de refugiados que chegam ao Brasil diariamente. Aliás, falar do assunto diante do atual contexto social do país é fundamental, na opinião de Eduardo. “É preciso entender que imigração, refúgio e exílio são movimentos que sempre existirão, só muda o motivo, o local e o tempo. E a palavra de ordem é empatia porque refugiado pode ser qualquer um. É uma crise humanitária”, destaca.
Com uma trajetória construída no teatro, Eduardo desbrava pela primeira vez a rotina puxada de se fazer novela. A novidade, inclusive, tem sido bem apreciada por ele. “Estou adorando como desafio, pelo tema e pelas pessoas envolvidas nesse projeto”, elogia o ator, que participou de quatro temporadas de “Escola de Gênios”, do Gloob. Para se inteirar ainda mais do tema central de “Órfãos da Terra”, Eduardo assistiu a filmes e leu livros, além de conhecer o trabalho de campo da Missão Paz e da ONG Compassiva. “Ambas as instituições cuidam de pessoas em situação de refúgio”, explica.
Nome: Eduardo de Queiroz Telles Mossri.
Nascimento: Em 1º de setembro de 1981, em São Paulo.
Ao que assiste na tevê: “Assisti a muita novela. Hoje, intercalo com programas diversos, séries e filmes”.
Ao que não assiste na tevê: “Programas que valorizem a desgraça humana”.
O que falta na televisão: “Inserção maior da diversidade nos programas e novelas, presença maior de representantes negros, participação feminina e pautas que discutam temas da comunidade LGBT”.
O que sobra na televisão: “Curiosidade e exploração da vida pessoal alheia”.
Livro: “Eu Venho de Alepo”, de Joude Jassouma.
Ator: Charles Chaplin.
Atriz: Ana Cecília Costa.
Mania: “Lembrar de músicas quando as pessoas estão falando. Exemplo, se alguém fala: ‘Não quero lhe falar’, lembro ineditamente e canto ‘Não quero lhe falar, meu grande amor, das coisas que aprendi nos discos’”.
O primeiro trabalho na tevê: “Vou considerar Faruq, de ‘Órfãos da Terra’”.
Sua atuação inesquecível: “Nos dois monólogos que fiz: ‘Ivan e Os Cachorros’, de Hattie Naylor, e ‘Cartas Libanesas’, de José Eduardo Vendramini”.
Um momento marcante na carreira: “Apresentar o meu monólogo a convite da Embaixada Brasileira e do Consulado Libanês em Beirute, no Líbano”.
Com quem gostaria de contracenar: Drica Moraes.
Se não fosse ator, o que seria: “Insatisfeito”.
Novela preferida: “Renascer”.
Vilão marcante: Perpétua, interpretada por Joana Fomm em “Tieta”.
Personagem mais difícil de compor: “Qualquer um que caia em estereótipos”.
Que novela gostaria que fosse reprisada: “Quatro por Quatro”.
Que papel gostaria de representar: “Alguma biografia de cantor. Nelson Gonçalves, por exemplo”.
Par romântico inesquecível: “Diria sempre o atual, para não causar ciúmes em cena. Agora seria, Doutora Leticia, feita por Paula Bulamarqui”.
Com quem gostaria de fazer par romântico: Dani Ornellas.
Filme: “Carfanaum”, de Nadine Labaki.
Autor predileto: Manoel de Barros.
Diretor favorito: Lars Von Trier.
Vexame: “Braguilhas esquecidas abertas e feijões nos dentes após refeições”.
Um medo: “Tenho medo do medo que dá”.
Projeto: “Viver e morrer somente do meu ofício e com prazer”.