A semana continua, com o lançamento de duas obras – uma hoje e outra amanhã – com conteúdos distintos: poesia e saúde. Quem autografa primeiro é o professor e escritor Fábio do Vale, com “Candelabro Poético”; depois, Irene Lajos Kemp, com “Bipolaridade? Obras Reunidas”, ambos pela Life Editora.
“Candelabro Poético” oferece ao leitor 80 poemas, sendo 77 inéditos, escritos em 2018 pelo autor, e outros três já publicados em 2007, em uma revista literária. Os temas abordados são os mais variados. “Falo sobre meio ambiente, situação psicológica e emocional humana, combate ao racismo, também sobre o Pantanal, Campo Grande e o Cerrado”, explica Fábio do Vale. Ele é graduado em Letras, especialista em docência no Ensino Superior e mestrando em Letras – Literatura Brasileira pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul. E, ainda, é docente nas disciplinas de Literatura, Língua Portuguesa, Língua Espanhola e Redação.
Neto do escritor e acadêmico Hugo Pereira do Vale (imortal das academias de Letras de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), Fábio do Vale fala com orgulho desta descendência literária. “Minha maior inspiração, sem sombra de dúvida, é o meu avô. A veia poética parece estar no sangue”.
Esta é a segunda obra lançada pelo autor. A primeira foi “O Refém do Abandono”, romance em que, no fim, Fábio do Vale deixa reticências, em um desfecho que virá agora, na obra atual, matando a curiosidade do leitor. “Um dos poemas traz, finalmente, o fim da história apresentada no romance”. Segundo o escritor, quem adquirir hoje o novo livro, ganhará o primeiro, podendo, assim, acompanhar toda esta trajetória literária.
Ávido pela escrita, Fábio do Vale conta que já tem três outros livros no prelo: “Tereza” (romance), “Raios do Céu Indígena” (ficção) e outro de poemas. “Tenho cem [poemas], prontos. E no fim deste ano pretendo, ainda, lançar um livro de fábulas, paradidático”.
“Candelabro Poético” traz prefácio do advogado, poeta e escritor Rubenio Marcelo, integrante da UBE-MS (da qual Fábio do Vale também faz parte) e secretário-geral da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras ASL, além de apreciação (orelha) de Samuel Medeiros, presidente da UBE-MS.
BIPOLARIDADE
Aos 76 anos, a filósofa e escritora paulista Irene Lajos Kemp decidiu juntar três outras obras de sua autoria sobre o mesmo assunto em “Bipolaridade? Obras Reunidas”, que trata de um transtorno que ela conhece bem. “Aos 47 anos, eu finalmente soube, com todas as letras, qual era o meu problema, o transtorno bipolar. Dez anos antes, aos 37, eu já havia sofrido internações, mas naquele tempo a família não falava sobre o assunto”.
A obra a ser autografada amanhã traz os três livros que a autora já publicou sobre o assunto: “Estranha Vida” (2005), “Nos Braços da Loucura” (2008) e “Bugigangas e Magia” (2018). “Cada um foi pensado em circunstâncias diferentes e também escrito de formas diferentes. Na preparação do terceiro livro, entendi que o ideal seria publicar uma coletânea com material farto, no qual a pessoa pudesse acompanhar a vida de um bipolar”, comenta a autora. A necessidade veio de sua experiência pessoal, que, ao ser diagnosticada, procurou literatura sobre o tema, com o intuito de se conhecer melhor, e encontrou apenas uma obra, de uma psicóloga norte-americana. “Essa possibilidade de colocar o que eu vivi, sempre escrevendo, foi o que fez eu fazer cada livro”.
Natural de Santo Anastácio (SP), mas criada em Presidente Prudente e morando há vários anos em Campo Grande, a autora conta que, mesmo sofrendo com a bipolaridade, trabalhou fora e cuidou dos 9 filhos. “Foi uma vida cheia, difícil. Antigamente, falava-se em estresse, estafa, e não em bipolaridade. Porém, quando a gente passa a conhecer o problema, a se conhecer, e ter a compreensão e o apoio da família, o acompanhamento médico, os remédios, tudo fica melhor”.
Além de auxiliar quem também recebe o diagnóstico, Irene se preocupa em conscientizar a sociedade e quebrar estigmas atribuídos às pessoas que convivem com o transtorno bipolar e que, com tratamento adequado, podem trabalhar, estudar e levar uma vida saudável. “Este livro será de utilidade para todas as pessoas que apresentam esta doença e que se acham limitadas e impedidas de qualquer realização; será de utilidade para familiares destas pessoas para um maior conhecimento e, principalmente, para os profissionais da área, pois a doença não está no ar, ela se expressa em uma pessoa”, finaliza o psiquiatra Juberty Antônio de Souza, que prefaciou a obra.