Correio B

SABOR DA FRONTEIRA

Páscoa de Mato Grosso do Sul é com Sopa Paraguaia

Receita é tradição no menu da semana santa

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Aos 52 anos, a memória da advogada Ivone Benitez Fernandes de La Reguera volta à infância para narrar como eram os preparativos para a Páscoa. Filha de paraguaios que são coadjuvantes da história de Campo Grande – seu Antônio Benitez e dona Chinita, da extinta Lavanderia Tupi –, a tradição sempre foi sopa paraguaia feita na quinta-feira. 

“Era na quinta de manhã, de tarde já parava tudo e ficava no sistema da Semana Santa”, conta. O “sistema” envolvia reverência total à data. “Criança não brincava, não varria a casa, mulheres colocavam preto e veuzinho na cabeça e, em algumas famílias, era comum rezar o terço. Também não tocava música”, descreve Ivone. Até difícil pensar que não havia polca paraguaia saindo da Lavanderia Tupi.

Dividindo espaço com a sopa, estava a chipa, que era motivo até de disputa entre vizinhos. “A gente trocava chipa, como uma briguinha para ver de quem era melhor. Tem gente que ia até em cemitério para almoçar com os antepassados”, relata.

HISTÓRIA DA FAMÍLIA

A Lavanderia Tupi se manteve aberta durante 57 anos como uma das mais tradicionais da cidade. Passou as primeiras roupas em 1956, ano em que chegou à Capital o casal paraguaio que veio apenas com dinheiro de um mês de aluguel no bolso e dois ferros de passar. Aqui eles ocuparam três endereços, o último deles, no Bairro Amambaí. 
Seu Antônio fazia as entregas das roupas, em um Fusca azul. Levava os pedidos dos clientes embalados como presente, até 1996, ano em que partiu. Dona Chinita ficou fragilizada, mas continuou na lavanderia até falecer, em agosto de 2013.

SABOR DA SAUDADE

Sem os pais, Ivone continua a fazer a sopa paraguaia e até se atreve a dizer que a sua tem um gosto ainda melhor. 
O porquê de fazer a receita na Páscoa está na praticidade. “Porque a gente costuma acordar de manhã na sexta, já rezar o terço e não toma café. Faz tipo de um jejum, então é importante na hora do almoço já ter algo pronto. E a sopa você pode guardar de um dia para o outro, porque sexta mesmo é dia de passar só velando o Cristo morto”, ensina.


TRADIÇÃO

Ao lado da sopa paraguaia, ainda na quinta-feira, dona Chinita também fazia frango inteiro na panela, que ia dourando lentamente. “E ficava muito bom. Eu via mamãe fazendo, bem simples, dourava bem duas cebolas em rodelas e alhos, em separado escaladava o frango, passava limão temperava com sal. Numa panela grande e fina de alumínio, ia selando, pingava água, ia virando. Tudo devagar, sem pressa, e ficava ótimo.”
No que diz respeito à parte religiosa, a família toda seguia a procissão na Igreja São José.

SOPA PARAGUAIA

Ingredientes
Meio copo de banha 
de porco;
Quatro cebolas grandes;
Uma colher (chá) 
de óleo;
Um prato fundo 
de queijo ralado;
Sal a gosto;
Leite;
500 g de Polentina 
ou Milharina;
Seis ovos caipiras;
Pó Royal.

MODO DE PREPARO

Em meio copo de banha de porco, refogue, sem deixar fritar, quatro cebolas cortadas em rodelas. Para ajudar a derreter a banha, adicione uma colher de chá de óleo. 

Experimente o queijo ralado e, se precisar, adicione sal a gosto. Coloque na panela dois copos e meio de leite e deixe até ferver.

Quando já tiver fervido, acrescente Milharina ou Polentina e desligue o fogo. Coloque mais dois copos e meio de leite e misture bem. 

Em outro recipiente, quebre seis ovos caipiras, bata bem e depois adicione à mistura na panela junto do prato fundo de queijo ralado. Depois de misturar bem, adicione uma colher de pó Royal em três dedinhos de leite e jogue no restante.

Pegue toda a massa e coloque em uma assadeira funda e grossa. Derrame mais três dedinhos de leite e para finalizar, coloque fatias de queijo fininhas. Aí é só deixar assar por 40 minutos.

DIVERSÃO

5 aplicativos para fazer revelação de amigo da onça

Chegou a época das festas de fim de ano e com ela a tradicional brincadeira do amigo secreto. Conheça os melhores apps para organizar e tornar a revelação ainda mais divertida

12/12/2025 13h37

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A brincadeira do amigo oculto, também conhecida como amigo da onça ou amigo secreto, é uma tradição que reúne famílias, amigos e colegas de trabalho durante as festas de fim de ano.

Com a tecnologia cada vez mais presente no nosso dia a dia, surgiram diversas ferramentas digitais para facilitar a organização e tornar o momento da revelação ainda mais especial.

1. Amigo secreto (My Secret Santa)

Considerado um dos mais completos do mercado, o aplicativo Amigo Secreto permite criar grupos, sortear participantes automaticamente e enviar notificações para todos os envolvidos.

O diferencial está na função de revelação gradual, onde dicas sobre quem é o amigo secreto são liberadas aos poucos, aumentando a expectativa e a diversão.

Baixe no Google Play para Android

Baixe na App Store para Iphone

2. Sorteio fácil

Com interface intuitiva e design moderno, o Sorteio Fácil se destaca pela simplicidade. O app permite definir valores mínimo e máximo para os presentes, criar listas de desejos e fazer o sorteio mesmo sem que todos os participantes tenham o aplicativo instalado. Na hora da revelação, oferece recursos de animação que tornam o momento mais emocionante.

Baixe no Google Play para Android

Versão não disponível para IOS

3. Secret Santa

Popular em vários países, o Secret Santa traz recursos de chat integrado para que os participantes possam interagir anonimamente antes da revelação. O aplicativo também permite fazer enquetes sobre local e data do encontro, facilitando a organização do evento.

Baixe no Google Play para Android

Baixe na App Store pra Iphone

4. DrawNames

O DrawNames é ideal para grupos grandes e famílias numerosas. Além do sorteio tradicional, permite criar exclusões (para evitar que casais ou irmãos tirem um ao outro) e possui uma ferramenta de revelação ao vivo, onde todos podem participar simultaneamente através de videochamada integrada.

Baixe no Google Play para Android

Baixe na App Store para Iphone

Site oficial também disponível

5. Amigo oculto online

Gratuito e sem necessidade de cadastro, o Amigo Oculto Online funciona diretamente pelo navegador. Perfeito para quem prefere praticidade, o app envia o resultado por e-mail ou WhatsApp e oferece templates personalizáveis para a revelação, com temas natalinos e de fim de ano.

Baixe no Google Play para Android

Dica Extra:

Independente do aplicativo escolhido, o mais importante é o espírito de confraternização que a brincadeira proporciona.

Os apps são apenas ferramentas para facilitar a organização e adicionar um toque de modernidade a essa tradição tão querida pelos brasileiros.

AGENDA CULTURAL

Fim de semana tem ópera afro-brasileira, música e cinema

À frente da banda O Capuz Negro, cantor e multi-instrumentista Jorge Aluvaiá lança ópera afro-brasileira "Crônica sob o Céu Lilás"; Simona e Vozmecê agitam Praça Bolívia; Rose Mendonça estreia solo de dança e, em Corumbá, tem "Moinho In Concert"

12/12/2025 09h00

Ao lado da banda O Capuz Negro, o multi-instrumentista (ao centro) estreia a ópera afro-brasileira

Ao lado da banda O Capuz Negro, o multi-instrumentista (ao centro) estreia a ópera afro-brasileira "Crônica sob o Céu Lilás", amanhã, às 19h, no Teatral Grupo de Risco Divulgação

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O irrequieto multiartista Jorge Aluvaiá está fechando este ano com um ambicioso projeto. À frente da banda O Capuz Negro, ele estreia amanhã, às 19h, no Teatral Grupo de Risco (Rua Trindade, nº 401, Jardim Paulista), o show “Crônica sob o Céu Lilás”, que o próprio músico define como uma “ópera espacial afro-brasileira, um concerto surrealista que envolve tradição oral e retoma as raízes afro-brasileiras, com música, poesia e imaginação”.

No palco, com os seis parceiros do Capuz, Aluvaiá vai mostrar as 18 faixas que dão vida ao enredo do novo trabalho. As composições acompanham, com “muita mística”, a jornada de um viajante imaginário, o Mensageiro Rubro, considerado pelo band leader uma “entidade cósmica”, que vive uma epopeia ao aportar no Brasil do século 19, quando perde a capacidade de voar.

Para tentar superar sua condição, Rubro acaba hibernando nas águas do Rio Paraguai e, nessa nova realidade, inicia uma intensa trajetória de “brasilidade”, ritmos diversos, performances e ensinamentos ancestrais.

“A gente conta essa história através de um espetáculo musical, um concerto, e me utilizo também de linguagens da arte, como poesia declamada, para dar vida a essa proposta, para trazer a potência e as possibilidades do fantástico, que é a pulsão de vida, da criatividade, da imaginação”, viaja Aluvaiá.

Os ingressos estão disponíveis na plataforma Sympla, por R$ 20. A produção do evento anuncia também uma campanha de “apadrinhamento de ingressos” para contemplar jovens de instituições beneficentes, com cada entrada ao custo de R$ 18.

PRAÇA BOLÍVIA

A última edição deste ano da feira cultural Praça Bolívia, neste domingo, das 9h às 14 horas, será embalada por seis atrações musicais: o veterano Simona, o duo Vozmecê, Dandaras, Menos Pausa, Sangre Latino e Nobres. O evento conta com estandes de arte e artesanato, moda, pratos típicos e antiguidades. Endereço: Rua da Garças com Rua Aníbal de Mendonça, Bairro Santa Fé.

ROSE NA DOBRA

A dançarina Rose Mendonça estreia hoje o solo de dança “Dobra no Tempo”, às 19h, na Estação Cultural Teatro do Mundo. Uma segunda apresentação está agendada para amanhã, na sede da Central Única das Favelas (Cufa), na Rua Livino Godói, nº 710, Jardim São Conrado, às 16h. Os ingressos estão disponíveis gratuitamente na plataforma Sympla.

O solo integra o projeto Corpo-Território, que envolve ainda a realização de a oficina de house dance Tessituras Dançadas, amanhã, das 9h às 11h, no Centro Cultural José Octávio Guizzo.

O projeto busca democratizar o acesso a produções artísticas, contribuir para a visibilidade das danças negras na cidade, ampliar as discussões e estimular reflexões sobre a dança na sociedade, fortalecer a memória da arte contemporânea negra local e oportunizar um espaço seguro para debates acerca das questões raciais e de gênero.

Com direção artística de Simone Vieira, “Dobra no Tempo” se coloca como “um ritual” de movimento e som para despertar a potência do corpo e da presença, em que cada movimento é um gesto de afirmação e cada som é uma vibração capaz de ressoar no indivíduo.

“Com a intensidade da música house, seu fluxo único e mistura poderosa, no solo exploro a relação entre o meu corpo, o espaço e o tempo em um jogo de improviso, com os passos básicos e complexos da house dance e as corporeidades das danças afro-brasileiras”, afirma Rose, que, para realizar o projeto, contou com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (Pnab), do governo federal e do Ministério da Cultura, sob operação da Fundação Municipal de Cultura de Campo Grande (Fundac).

“Dobra no Tempo” tem produção-geral de Ariane Nogueira, produção executiva de Marcos Mattos, Livia Lopes como social media, design gráfico de Leonardo Sales, produção audiovisual de Kaique Andrade, Jessé Macedo e Karem Martins como intérpretes de Libras, criação e confecção de figurino de Jéssika Rabello (Ajuberô Ateliê) e assessoria de imprensa por Isabela Ferreira (Reconta). As apresentações contarão com a participação da artista Aline Serzedello Vilaça.

“MOINHO IN CONCERT”

O Moinho Cultural realiza, neste sábado e no domingo, mais uma edição do “Moinho In Concert”. Sob a direção geral de Márcia Rolon, o espetáculo foi anunciado como “uma travessia que mistura memória, sonho e ancestralidade”, conduzindo o público pelos caminhos do Peabirú, a antiga rota sagrada dos povos originários, com música, dança e imagens.

A montagem reúne mais de 500 artistas, entre orquestra, coral, bailarinos, crianças, adolescentes e jovens atendidos pela ONG, tornando-se uma das maiores produções culturais da região.

O mergulho no imaginário da rota é acessado por jogos de amarelinha, explorando símbolos como o caracol e a cruzada para construir uma narrativa que convida o público a refletir sobre travessias internas, pertencimento e superação.

“Estamos alinhavando um novo Peabirú, como o sonho e o jogo de amarelinha, com a intenção de levar todos para o seu próprio céu”, diz Márcia Rolon. As apresentações serão às 19h30min, na sede do Moinho, em Corumbá.

A equipe de criação reúne pesquisa de linguagem e concepção coreográfica de Fernando Martins, a coreógrafa e ex-primeira bailarina do Stuttgart Ballet Beatriz Almeida, o ator Arce Correia, coralistas, músicos e o artista Leoni Antequera, da Bolívia.

A trilha sonora, com arranjos assinados por ex-alunos do Moinho, é inspirada no barroco sul-americano. Os figurinos foram confeccionados, dentro da instituição, por mães de participantes, retomando uma tradição afetiva que aproxima famílias do processo artístico.

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