Em mais de dez anos de dedicação, Elizabeth e Júlio quase deixaram de montar os enfeites natalinos apenas uma vez: neste ano. Um problema de saúde na família fez com que o casal cogitasse deixar de lado os pisca-piscas e a coleção com vários exemplares de Papai Noel, guardados no armário para serem utilizados apenas em um futuro distante. “Minha filha ficou doente e acabei ficando desanimada de arrumar os enfeites este ano. Sempre acompanhamos de perto a decoração. Nós mesmos compramos e montamos. A família não gosta muito, meus filhos não fazem questão, mas nós dois adoramos”, acredita Elizabeth Grisolia, 68 anos.
Felizmente, ao contrário das primeiras impressões, o espírito natalino se mostrou forte para a família e em vez dos quebra-nozes permanecerem nas caixas, agora eles “guardam” a entrada da Casa do Papai Noel, no bairro Santo Antônio.
Apesar de a tradição ser forte para o casal, a história de arrumar a residência surgiu como uma distração. “Começamos a arrumar a casa mais na brincadeira. Depois construímos a casinha de madeira, arrumamos as janelas com moldura de gesso e compramos mais objetos de decoração a cada ano”, explica Júlio César Diniz, 61 anos. Arquiteto de formação, ele é o responsável pelo estilo da casa, que lembra as tradicionais construções americanas. “Por fora parece que tudo é de madeira, mas é só o revestimento”, explica.
Toda a magia da casa começa logo na entrada, com a caixa de correio enfeitada. A residência foi dividida em duas partes: na primeira, a casinha simples recebeu um lindo presépio. “É o primeiro ano que colocamos o presépio na casinha do Papai Noel. Nós tínhamos um presépio menor, que ficava dentro da casa principal. Agora investimos nesse maior, que ficará na Casa do Papai Noel”, indica Elizabeth.
PAPAI E MAMÃE NOEL
É difícil não acreditar que o casal não é a personificação da Mamãe e do Papai Noel. Sentados no sofá, na frente da lareira – que funciona –, os dois recebem os visitantes que desejam conhecer a casa e até dão presentes para as crianças. “Eu gosto muito do Natal, desde criança que eu venho com isso e mesmo depois de crescer, o espírito de Natal continua. Meu marido também gosta bastante e, como ele é arquiteto, fomos ao longo dos anos adaptando a casa”, ressalta Elizabeth.
Além da decoração comprada em lojas, Elizabeth borda quadros especiais para a ocasião. Diagnosticada com depressão, ela viu no Natal uma oportunidade de se reinventar. “O médico indicou que eu fizesse algum tipo de trabalho manual, então juntei o bordado e a decoração da casa. Esse ano foi o único em que não me envolvi tanto”, ressalta.
Para facilitar a vida do casal, uma decoradora foi contratada para dar os últimos toques na casa, que, além dos enfeites antigos, sempre traz novidades. “É uma forma de sempre ter algo diferente”, indica Júlio.
A casa ficará aberta para visitações até o dia 6 de janeiro de 2020 e não cobra entrada. “Gostamos de receber as visitas. Não cobramos ingresso para conhecer, é algo que ficamos felizes em fazer”, diz Júlio.
A casa fica na Rua Pedro Medeiros, 205, no bairro Santo Antônio.