Ela está há 38 anos na estrada musical do pop rock brasileiro, fazendo o que sabe fazer com muita ousadia e contundência. Irrequieta musicalmente, a banda Titãs, ao longo da trajetória, mergulhou em vários projetos, e um deles é o que comemora os 20 anos do clássico “Titãs Acústico MTV”. Lançado em 1997, foi um projeto de grande sucesso, o mais exitoso de todos os “Acústicos MTV”, um fenômeno com mais de dois milhões de cópias vendidas, ganhador de discos de ouro, platina e diamante.
E é justamente este show comemorativo que subirá ao palco do Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo no sábado, em Campo Grande. E, em se tratando de Titãs, a receita vem dando certo. “O ‘Titãs Acústico MTV’ foi realmente um marco em nossa carreira. Acho que não só nela, como no rock brasileiro. Foi um disco muito especial. Repeti-lo agora não é somente celebrar esse sucesso todo, de mais de 20 anos do ‘Acústico’, também tem o sentido de reafirmar nosso gosto pela ousadia. Esse novo trabalho comemora os Titãs de 20 anos atrás, mas ele traz novidades também. É uma apresentação mais intimista, conversamos com a plateia e aproveitamos para contar um pouco da nossa história”, conta Tony Bellotto (voz, guitarra acústica e violão), que se apresenta ao lado de Sérgio Britto (voz, piano e contrabaixo) e Branco Mello (voz, violão e contrabaixo), os três da formação original.
Assim, trata-se de um show afetivo e despojado, em que os três recriam canções do “Acústico MTV” e acrescentam outras pérolas de seu repertório, como “Epitáfio”, “Isso”, “Enquanto Houver Sol”, “Porque Eu Sei que é Amor”, “Toda Cor” e muitas outras.
A primeira apresentação do show foi no fim de fevereiro e, de lá para cá, o trio vem se apresentando em várias cidades, enchendo plateias. “A receptividade da turnê ‘Titãs Trio Acústico’ tem sido extremamente ótima. Inicialmente, o projeto era tocar apenas em alguns teatros, mas a repercussão tem sido tão grande e positiva que devemos tocar bastante pelo Brasil. Aliás, já estamos tocando.”
Mesmo com a saída de nomes emblemáticos da banda ao longo dos anos – como Paulo Miklos e Arnaldo Antunes, por exemplo –, os Titãs não deixaram a peteca cair. E, por enquanto, nem a maturidade alcançada pela banda fez algum deles pensar em carreira solo.
“Ao contrário. Acho que a maturidade (se é que uma banda de rock alcança a maturidade algum dia) levou a gente a entender que é possível manter a banda e fazer projetos solo, como todos nós fazemos. O Britto tem um trabalho brilhante de músicas, disco solo, fazendo uma coisa completamente diferente do que ele faz com a banda. O Branco faz vários trabalhos de trilha sonora, eu escrevo livros... Acho que pensávamos mais em seguir carreira solo no começo, quando as coisas eram um pouco mais impetuosas. Hoje em dia, acho que temos uma consciência muito grande da importância da banda para nós mesmos. E que tudo é conciliável. Você pode ter a banda e ter carreira solo ao mesmo tempo, e isso é o melhor dos mundos. Acho que eu, Britto e Branco conquistamos isso”, diz Belloto.
E, dentro desta proposta de abraçar mais de um projeto ao mesmo tempo, a banda revela que 2019 será mesmo um ano intenso. “Estamos com três projetos acontecendo ao mesmo tempo. Além do Titãs Trio Acústico, temos o show tradicional ‘Enquanto Houver Sol’ e ainda estamos levantando a produção para poder sair com a turnê da nossa ópera rock ‘Doze Flores Amarelas’, que demanda um pouco mais de investimento, por ter um elenco maior e um grande aparato de cenário e projeções. Uma coisa é certa, disposição não nos falta.”
Este último espetáculo citado por Belloto conta a história de três jovens Marias que são violentadas em uma festa e enfrentam momentos de depressão, dúvidas e sentimento de vingança. As personagens da trama são guiadas por um aplicativo que promete dar todas as respostas aos dilemas da vida. “Acredito que este seja, com certeza, um dos nossos projetos mais interessantes. O processo todo foi longo e deu muito trabalho, mas também foi muito prazeroso e instigante. Ainda não saímos Brasil afora com a turnê da ópera, justamente por demandar uma produção maior. Mas, enquanto isso, a gente toca os sucessos que não podem faltar, claro, e algumas músicas de‘Doze Flores Amarelas’ para o público já ir conhecendo. Tem sido uma experiência incrível!”
Para encerrar, o músico falou da relação da banda Titãs com este universo tecnológico a serviço da música atualmente. “Acho que essa é uma questão de formato, né? A música sempre lidou com essas questões. Quando inventaram o gramofone e o rádio, eram novidades incríveis. Esses formatos, de certa forma, implicam um pouco em como a música vai ser veiculada. Mas a música, na essência, permanece a mesma e é umas das manifestações mais importantes, se não a maior da expressão humana. As pessoas fazem trabalhos muito interessantes, e uma hora é veiculado pelo rádio, pelo CD, pelo LP, outra hora veiculado pelos streamings, enfim. No futuro, será de outra maneira que a gente não sabe ainda. Mas a música, o gosto das pessoas, a necessidade, o prazer, a satisfação que as pessoas têm ouvindo e fazendo música permanece a mesma de como era na Idade da Pedra, quando os primeiros seres humanos começaram a fazer flauta no bambu. Acho que a questão da tecnologia não influi na qualidade da música que se faz. Eu não acho que a música hoje em dia seja descartável, acho que a música é expressiva do momento em que a gente vive, e há coisas interessantes acontecendo sempre”.
SERVIÇO
TITÃS TRIO ACÚSTICO
Data: 13/4 | sábado;
Local: Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo;
Horário: 21h;
Venda on-line: www.pedrosilvapromocoes.com.br;
Classificação: 12 anos;
Valor dos ingressos: setor B – R$ 250 / meia R$ 125; setores A / C / E – R$ 200 / meia R$ 100; setores D / F – R$ 180 /meia R$ 90;
Loja física: estande do Shopping Campo Grande, 2º Piso, em frente à Loja Riachuelo. Assinantes do Correio do Estado têm 50% de desconto.