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Universidade lança computador que
faz 226 trilhões de operações

Universidade lança computador que
faz 226 trilhões de operações

AGÊNCIA BRASIL

13/07/2016 - 15h26
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O Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ) inaugurou hoje o Supercomputador Lobo Carneiro, o mais potente instalado em uma universidade federal do país.

Dotado de um sistema de engenharia inédito e que possibilita operação remota com eficiência energética, o Lobo Carneiro foi inaugurado em solenidade no Centro de Tecnologia 2 (CT2), na Cidade Universitária, na presença do ministro de da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab.

Com capacidade de 226 teraflops, o supercomputador pode executar 226 trilhões de operações matemáticas por segundo.

Eficiência energética e operação remota são algumas das vantagens do supercomputador, que conta com um sistema de engenharia concebido exclusivamente para ele e que permite que prescinda do acompanhamento presencial 24 horas por dia, como é a regra para os demais computadores de alto desempenho em atividade no Brasil.

Eficiência Energética e operação remota, que possibilitam monitoramento mais eficiente dos dispositivos de segurança, da temperatura, umidade, além da redução da atividade e do consumo de energia, também são incluídas nas vantagens do sistema.

O Lobo Carneiro foi montado pelos pesquisadores da Coppe, em parceria com técnicos da startup brasileira Versatus HPC e Silicon Graphics International (consórcio vencedor da licitação), no Núcleo Avançado de Computação de Alto Desempenho (Nacad) da Coppe.

VANTAGENS

Depois da visita, o ministro Gilberto Kassab conversou com os jornalistas e falou sobre as vantagens do equipamento.

“É um computador que está atrelado ao desenvolvimento do país, que precisa investir em pesquisa para poder avançar em tecnologia, se modernizar e a UFRJ e a Coppe dão um passo importante nesse sentido”.

“Nossa presença procura expressar o sentimento de gratidão pelo que aqui é realizado em um momento emblemático para o país, onde há dificuldades, onde a conjuntura econômica não é favorável a investimentos e a Coppe tá aí, avançando e investindo, estabelecendo parcerias e planejando o futuro do país”.

A cerimônia contou ainda com as presenças do reitor da UFRJ, Roberto Leher, do CEO da Silicon Graphics International (SGI), Jorge Titinger, e do diretor da Coppe, professor Edson Watanabe, entre outros.

Durante a visita ao Nacad, autoridades e convidados assistiram a uma demonstração de projetos que, após rodar no supercomputador, foram visualizados com simulação 3D na Cave, o ambiente de realidade virtual do Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia (Lamce).

“A relação capacidade computacional e eficiência energética do Lobo Carneiro é muito boa. O sistema foi concebido para preservar ao máximo a vida útil do equipamento e a operação pode ser feita remotamente, de forma segura, com autocontrole e redundância. Esse modelo de sistema de engenharia não tem precedentes no país”, afirmou o professor Guilherme Travassos, do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação da Coppe.

SEIS MIL EM UM

Responsável pelo projeto, Travassos informou que o Lobo Carneiro equivale a seis mil computadores caseiros e foi construído a um custo de R$ 10 milhões - o sistema como um todo, que envolve o próprio computador, o sistema de refrigeração, de proteção de energia e o ambiente inteligente para controle a automação –, com recursos da Lei de Incentivo ao Desenvolvimento da Indústria do Petróleo e do Gás Natural.

O professor não deixa dúvidas sobre a importância do supercomputador para o país. “Para nós, o computador é a porta para o futuro”.

Ele acrescentou que o valor do investimento no projeto também contempla a manutenção de todo o sistema por três anos. “Então, há uma sobrevida de manutenção e o investimento futuro será proporcional aos projetos que serão desenvolvidos”.

“Nosso sistema pode ser usado em diversas circunstâncias, desde a previsão de desastre naturais, circulação de correntes na Baía de Guanabara, simulando a direção que está sendo tomada por manchas de óleo em decorrência da acidentes de diferentes perfis, e vazamentos em decorrência de acidentes em plataformas ou navios petroleiros”.

Outra vantagem destacada por ele é a possibilidade de otimização da malha de energia e a forma de melhorar a transferência energética dentro do Sistema Interligado Nacional (SIN).

“Sem descartar, naturalmente, as pesquisas de petróleo e gás e as energias renováveis, que é uma área de excelência dentro da Coppe.”

O supercomputador terá seu uso compartilhado por pesquisadores da Coppe, de outras unidades da UFRJ, centros de pesquisa de instituições e empresas públicas e privadas. “A preservação do sistema e a eficiência energética, requisitos exigidos pela Coppe na licitação, vão ao encontro da responsabilidade pelo investimento público”, ressaltou o diretor da Coppe, Edson Watanabe.

CARÁTER INOVADOR

Segundo a assessoria de imprensa da Coppe, o sistema de engenharia montado para o Lobo Carneiro não tem similar no país.

Ele permite que o supercomputador prescinda do acompanhamento presencial, como é a regra para os demais computadores de alto desempenho em atividade no Brasil. Sua instalação é inédita do ponto de vista do controle e da automação.

Segundo Marcelo Pinheiro, diretor Comercial e de Produto da Versatus, o padrão é que haja ao menos um profissional presente no centro de operação de um computador de alto desempenho para tomada de decisão.

"O datacentro do Nacad é completamente diferente. Ele é remoto, não tem staff. Esse é umsetup que não costuma ser usado, porque dispensa a redundância de equipamentos, que só seriam usados na falha dos equipamentos ´titulares´. Nesse setup não é necessário gerador, aparelhos de ar condicionado e no-breaks extras. Qualquer possível falha, o equipamento desliga sozinho e se preserva", esclareceu.

Ainda segundo a Coppe, o supercomputador integrará o Sistema Nacional de Processamento de Alto Desempenho (Sinapad), como primeiro nó, aumentando em 20% a capacidade dessa rede e consolidando o Rio de Janeiro como o maior centro de pesquisas a fazer parte.

Também atenderá ao projeto HPC4E (High Performance Computing for Energy), que reúne instituições de pesquisa e empresas do Brasil e da União Europeia. O objetivo é melhorar a eficiência do setor energético, por meio da computação de alto desempenho.

PORTA PARA O FUTURO

Modelos computacionais demandam uma potência elevada para gerar milhares ou mesmo milhões de situações necessárias à observação dos fenômenos estudados pelos cientistas.

"Isso acontece, sobretudo, em áreas que exigem computação intensiva, como as engenharias, física, química, bioquímica, biofísica e outras. A computação de alto desempenho nos possibilita observar de forma mais intensa e detalhada aspectos relacionados a investigações científicas. O modelo e a teoria independem do computador, mas se eles demandarem esforço computacional a resposta será mais rápida. A vantagem desse tipo de equipamento é encurtar o tempo necessário à observação do experimento e assim ganhar em produtividade", explicou o professor Guilherme Travassos.

Segundo ele, não há como trabalhar na fronteira do conhecimento sem ter o ferramental adequado.

“Você consegue ver e simular o que acontece com o ambiente. Você pode usar para gerenciamento de risco e para Defesa Civil. Se as pesquisas referentes ao vírus Zika exigirem o processamento de um grande volume de dados, o teste de muitas hipóteses em modelo computacional, a resposta (dada pelo supercomputador) será muito mais ágil. Galileu mudou o mundo usando um telescópio. Os supercomputadores são para a ciência hoje o que os telescópios foram para Galileu. O Supercomputador Lobo Carneiro é  nossa porta para o futuro”, concluiu.

Inteligência artificial

Google anuncia IA para criar vídeos, resumir reuniões e melhorar emails

O lançamento de uma versão de testes acontecerá em junho

10/04/2024 16h00

Os usuários poderão escolher estilo, composição dos slides, cenas, imagens e músicas a partir de botões e comandos textuais dados ao chatbot Gemini. Divulgação

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O Google apresentou na terça-feira (9) um pacote de novidades de inteligência artificial para sua plataforma de trabalho que inclui Gmail, Docs, Meet e Sheets, após seguidos deslizes na competição pela liderança na tecnologia com a OpenAI e a Microsoft.

Entre os anúncios, chamou atenção uma ferramenta de IA geradora de slides em vídeo. Chamado de Google Vids, a nova ferramenta é, segundo o Google, um assistente de criação de vídeos equipado com inteligência artificial. A tecnologia cria uma espécie de sequência de cenas, ou um "storyboard", como é chamado na indústria criativa.

O lançamento de uma versão de testes acontecerá em junho. Assinantes do Workspace, disponível por US$ 10 (R$ 50) mensais, terão acesso à plataforma.

De acordo com a vice-presidente do Google Kristina Behr, a ideia é que qualquer pessoa seja capaz de contar bem uma história com o auxílio da ferramenta. "Nosso objetivo é que, se uma pessoa pode fazer um slide, pode fazer um Google Vids", disse a executiva em evento realizado pelo Google em Las Vegas para anúncio de novidades voltadas às empresas.

Os usuários poderão escolher estilo, composição dos slides, cenas, imagens e músicas a partir de botões e comandos textuais dados ao chatbot Gemini. Uma das apostas do Google para recuperar a competitividade no mercado de IA é a integração de seus serviços.

O Google teve um início desajeitado no mercado de IA generativa, embora seja o responsável pelos principais avanços técnicos por trás da tecnologia. Entrou na concorrência apenas após o sucesso do ChatGPT, e o primeiro produto da empresa —Bard— desapontou o público em termos de performance.

A segunda tentativa, o chatbot Gemini que chegou ao mercado em fevereiro, rivaliza em performance com a versão mais recente do ChatGPT, mas foi centro de uma polêmica que envolveu a representação de nazistas não-brancos, entre outras imprecisões históricas. Por isso, a plataforma teve sua função de geração de imagens desativada por dias.

Agora a empresa se apoia na sua grande base de assinantes para integrar o bot concorrente do ChatGPT a Gmail, Docs, Sheets e outros recursos. Os recursos se assemelham às funções de IA disponíveis no pacote Office e no Windows, da Microsoft.

Um exemplo dessas funcionalidades é um assistente feito com IA capaz de resumir conversas, fazer traduções e responder dúvidas durante uma sessão de Google Meet. O robô funciona a partir de comando de voz.

Também com expectativa de lançamento em junho, a tecnologia tem suporte para 69 idiomas incluindo o português, segundo o Google. A assinatura do serviço custará US$ 10 (R$ 50).
O assistente também funcionará no Google Chat, bate-papo presente no Gmail.

A plataforma de email também passará a receber comandos por voz e receberá um botão para "melhorar" textos com um clique. A tecnologia "transformará uma nota simples em um email completo".

Ainda com base em IA, as planilhas do Google ganharão uma funcionalidade para formatar e organizar dados de maneira intuitiva. O produto promete acelerar a produção de tabelas.
O Google também acrescentou gatilhos condicionais às planilhas, que avisarão o usuário em caso de mudanças relevantes nos dados.

No Google Docs, programa de edição de texto, a empresa implementará um sistema de abas, que promete facilitar acesso e trabalho em múltiplos documentos ao mesmo tempo.

Para o Google Drive, o gigante da tecnologia passou a oferecer na terça um recurso de classificação e proteção de arquivos com o auxílio de IA. A tecnologia pretende facilitar a gestão de arquivos de negócios, para facilitar a detecção de arquivos nocivos, como vírus.

Integrado aos aplicativos de produtividade, o chatbot do Google para empresas, chamado Vertex, terá 130 opções de personalização sob promessa de adequar e melhorar a performance da tecnologia às necessidades dos usuários.

Programadores ainda ganharam acesso na terça a uma versão mais sofisticada do chatbot Gemini, o modelo 1.5 Pro.

De acordo com o Google, essa versão trabalha melhor com imagens, áudios e linguagens de programação.
 

Justiça

Barroso dá recado a Musk e fala em instrumentalização criminosa das redes sociais

O presidente do Supremo diz que é público e notório que "travou-se recentemente no Brasil uma luta de vida e morte pelo Estado democrático de Direito"

08/04/2024 14h00

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, divulgou nota hoje em que afirma que "decisões judiciais podem ser objetos de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado". divulgação

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Em meio ao embate entre o ministro Alexandre de Moraes e o empresário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, divulgou nota nesta segunda (8) em que afirma que "decisões judiciais podem ser objetos de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado".

Neste domingo (7), Moraes determinou a inclusão de Musk como investigado no inquérito que apura a existência de milícias digitais antidemocráticas e seu financiamento.

Moraes afirmou que o empresário iniciou uma campanha de desinformação sobre a atuação do STF e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), "instigando a desobediência e obstrução à Justiça, inclusive, em relação a organizações criminosas".

Na nota assinada por Barroso, sem citar nominalmente Musk, o presidente do Supremo diz que é público e notório que "travou-se recentemente no Brasil uma luta de vida e morte pelo Estado democrático de Direito e contra um golpe de Estado, que está sob investigação nesta corte com observância do devido processo legal".

"O inconformismo contra a prevalência da democracia continua a se manifestar na instrumentalização criminosa das redes sociais", afirmou.

"O Supremo Tribunal Federal atuou e continuará a atuar na proteção das instituições, sendo certo que toda e qualquer empresa que opere no Brasil está sujeita à Constituição Federal, às leis e às decisões das autoridades brasileiras", disse Barroso.

Segundo ele, "é uma regra mundial do Estado de Direito e que faremos prevalecer no Brasil", que "decisões judiciais podem ser objeto de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado".

No domingo, Musk disse em seu perfil no X que Moraes deveria renunciar ou sofrer impeachment. No mesmo texto, afirmou que em breve publicará tudo o que é exigido pelo ministro e "como essas solicitações violam a legislação brasileira".

Um dia antes, um perfil institucional do X havia postado que bloqueou "determinadas contas populares no Brasil" devido a decisões judiciais, e Musk retuitou mensagem em que disse que "estamos levantando todas as restrições" e que "princípios importam mais que o lucro".

Apesar de o post da empresa não citar de onde seriam as decisões, Musk repostou a publicação, junto da mensagem: "Por que você está fazendo isso @alexandre", marcando o ministro do STF.

Horas após a postagem do domingo, Moraes determinou a inclusão de Musk como investigado. Segundo o ministro, a medida se justifica pela "dolosa instrumentalização criminosa" da rede, em conexão com os fatos investigados nos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos.

Moraes determinou ainda a instauração de um inquérito para apurar as condutas de Musk em relação aos crimes de obstrução à Justiça, inclusive em organização criminosa e incitação ao crime, todos previstos no Código Penal.
 

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