Tecnologia

NEGÓCIOS ONLINE

A+ A-

História do Yahoo é marcada por oportunidades perdidas

A empresa foi criada para catalogar outros sites na internet

Da Redação

25/07/2016 - 15h59
Continue lendo...

O Yahoo! foi criado em janeiro de 1994 por Jerry Yang e David Filo, então estudantes da Universidade Stanford, com uma missão um tanto simples, mas importante: catalogar sites legais para ver na internet.

A venda do Yahoo!, que vai deixar de existir como negócio independente após ter sido vendido à operadora Verizon, marca o fim de uma história de oportunidades perdidas.

Depois de ter nascido na hora certa, há 22 anos, resolvendo um problema real dos pioneiros usuários de internet, a empresa estava havia quase uma década em busca de alguém que a salvasse.

"Todas às vezes havia uma infusão de euforia e esperança de que talvez desta vez a pessoa certa viria e a companhia finalmente iria para a decisão certa novamente", resumiu o jornalista Nicholas Carlson no livro "Marissa Mayer and the Fight to Save Yahoo!", sobre a chegada da atual presidente-executiva da companhia, em 2012.

Hoje, se você quer descobrir algo na rede, basta ir ao Google, digitar palavras-chave e ter acesso a uma infinidade de páginas que falam sobre aquele tema. Naquela época, você precisava saber o endereço exato do site, ou não conseguiria encontrá-lo.

Os dois jovens, em uma tentativa de criar um banco de dados para uso próprio, começaram a catalogar esses endereços, era o "Guia de Jerry e David para a World Wide Web".

O repositório acabou se tornando um sucesso, dentro e fora de Stanford, e virou um negócio de nome Yahoo! — na prática, a porta de entrada para o que se podia acessar na internet naquele tempo. O icônico Sequoia Capital, um dos maiores fundos de investimento do planeta, colocou US$ 1 milhão na empresa em troca de uma participação de 25%.

Foi a primeira empresa de internet realmente bem-sucedida. Dois anos depois da fundação, em 12 de abril de 1996, a empresa começou a vender ações na Bolsa com uma avaliação de mercado de US$ 848 milhões.

O modelo de negócios era basicamente o mesmo de hoje em dia, o mesmo que fez a Verizon se interessar pelo negócio agora: atrair tráfego de usuários e mostrar anúncios para eles.

TEMPO PERDIDO

Por muito tempo, foi suficiente. Enquanto via seu faturamento crescer exponencialmente, a empresa foi perdendo a oportunidade de colocar as mãos no que hoje são os maiores negócios do nosso tempo.

Em 1997, os fundadores do Google chegaram a oferecer seu projeto de ferramenta de buscas para a companhia por US$ 1 milhão, mas foram recusados. Hoje, o Google tem valor de mercado de mais de US$ 500 milhões.

Com o Facebook o caso foi um tanto mais grave. Terry Semel, então presidente-executivo do Yahoo!, chegou ao aperto de mãos com Mark Zuckerberg para a compra da rede social.

Pressionado por investidores, Zuckerberg disse que venderia o site por US$ 1 bilhão. O conselho de diretores do Yahoo! Autorizou Semel a fazer uma oferta de US$ 1,2 bilhão, mas o executivo quis endurecer a negociação e ofereceu US$ 850 mil.

Zuckerberg comemorou. Ele tinha prometido ao conselho que aceitaria uma oferta de US$ 1 bilhão — sem ela, poderia manter seu negócio independente.

REJEITADO

Em 2008, o Yahoo! ainda rejeitou uma oferta para ser comprado pela Microsoft por US$ 44,6 bilhões, mais de 60% a mais do que seu valor de mercado na época, uma decisão que acabou custando o emprego de Yang como presidente-executivo da empresa.

Neste ano, a companhia fundada por Steve Jobs arrematou a rede social LinkedIn por US$ 26,2 bilhões, mais de cinco vezes o valor da venda do Yahoo!.

Uma decisão pela qual Yang merece crédito, entretanto, foi seu investimento no Alibaba, o gigante do comércio chinês (no Brasil conhecido principalmente pelo site AliExpress).

Em 2005, ele pagou US$ 1 bilhão por 40% do ainda nascente Alibaba. Quando a empresa de e-commerce fez sua estreia na Bolsa em 2014, o Yahoo! ganhou US$ 10,3 bilhão.

VALOR

E ainda hoje o principal fator, às vezes o único, para a avaliação de mercado da companhia americana são os 15% de participação que ainda detém no Alibaba. Os investidores viam mais hipóteses de ganhos futuros com a administração dessas ações do que com qualquer produto que o Yahoo! pudesse lançar.

Na prática, o Yahoo! ainda fatura (US$ 1,08 bilhão no primeiro trimestre deste ano), mas permanece o mesmo. E, em tecnologia, isso é de certa forma um atestado de morte.

Enquanto o Google e o Facebook, que ele poderia ter comprado, criam carros que se dirigem sozinhos ou óculos de realidade virtual, o Yahoo! Permanece, 22 anos depois, como um grande site.

Inteligência artificial

Google anuncia IA para criar vídeos, resumir reuniões e melhorar emails

O lançamento de uma versão de testes acontecerá em junho

10/04/2024 16h00

Os usuários poderão escolher estilo, composição dos slides, cenas, imagens e músicas a partir de botões e comandos textuais dados ao chatbot Gemini. Divulgação

Continue Lendo...

O Google apresentou na terça-feira (9) um pacote de novidades de inteligência artificial para sua plataforma de trabalho que inclui Gmail, Docs, Meet e Sheets, após seguidos deslizes na competição pela liderança na tecnologia com a OpenAI e a Microsoft.

Entre os anúncios, chamou atenção uma ferramenta de IA geradora de slides em vídeo. Chamado de Google Vids, a nova ferramenta é, segundo o Google, um assistente de criação de vídeos equipado com inteligência artificial. A tecnologia cria uma espécie de sequência de cenas, ou um "storyboard", como é chamado na indústria criativa.

O lançamento de uma versão de testes acontecerá em junho. Assinantes do Workspace, disponível por US$ 10 (R$ 50) mensais, terão acesso à plataforma.

De acordo com a vice-presidente do Google Kristina Behr, a ideia é que qualquer pessoa seja capaz de contar bem uma história com o auxílio da ferramenta. "Nosso objetivo é que, se uma pessoa pode fazer um slide, pode fazer um Google Vids", disse a executiva em evento realizado pelo Google em Las Vegas para anúncio de novidades voltadas às empresas.

Os usuários poderão escolher estilo, composição dos slides, cenas, imagens e músicas a partir de botões e comandos textuais dados ao chatbot Gemini. Uma das apostas do Google para recuperar a competitividade no mercado de IA é a integração de seus serviços.

O Google teve um início desajeitado no mercado de IA generativa, embora seja o responsável pelos principais avanços técnicos por trás da tecnologia. Entrou na concorrência apenas após o sucesso do ChatGPT, e o primeiro produto da empresa —Bard— desapontou o público em termos de performance.

A segunda tentativa, o chatbot Gemini que chegou ao mercado em fevereiro, rivaliza em performance com a versão mais recente do ChatGPT, mas foi centro de uma polêmica que envolveu a representação de nazistas não-brancos, entre outras imprecisões históricas. Por isso, a plataforma teve sua função de geração de imagens desativada por dias.

Agora a empresa se apoia na sua grande base de assinantes para integrar o bot concorrente do ChatGPT a Gmail, Docs, Sheets e outros recursos. Os recursos se assemelham às funções de IA disponíveis no pacote Office e no Windows, da Microsoft.

Um exemplo dessas funcionalidades é um assistente feito com IA capaz de resumir conversas, fazer traduções e responder dúvidas durante uma sessão de Google Meet. O robô funciona a partir de comando de voz.

Também com expectativa de lançamento em junho, a tecnologia tem suporte para 69 idiomas incluindo o português, segundo o Google. A assinatura do serviço custará US$ 10 (R$ 50).
O assistente também funcionará no Google Chat, bate-papo presente no Gmail.

A plataforma de email também passará a receber comandos por voz e receberá um botão para "melhorar" textos com um clique. A tecnologia "transformará uma nota simples em um email completo".

Ainda com base em IA, as planilhas do Google ganharão uma funcionalidade para formatar e organizar dados de maneira intuitiva. O produto promete acelerar a produção de tabelas.
O Google também acrescentou gatilhos condicionais às planilhas, que avisarão o usuário em caso de mudanças relevantes nos dados.

No Google Docs, programa de edição de texto, a empresa implementará um sistema de abas, que promete facilitar acesso e trabalho em múltiplos documentos ao mesmo tempo.

Para o Google Drive, o gigante da tecnologia passou a oferecer na terça um recurso de classificação e proteção de arquivos com o auxílio de IA. A tecnologia pretende facilitar a gestão de arquivos de negócios, para facilitar a detecção de arquivos nocivos, como vírus.

Integrado aos aplicativos de produtividade, o chatbot do Google para empresas, chamado Vertex, terá 130 opções de personalização sob promessa de adequar e melhorar a performance da tecnologia às necessidades dos usuários.

Programadores ainda ganharam acesso na terça a uma versão mais sofisticada do chatbot Gemini, o modelo 1.5 Pro.

De acordo com o Google, essa versão trabalha melhor com imagens, áudios e linguagens de programação.
 

Justiça

Barroso dá recado a Musk e fala em instrumentalização criminosa das redes sociais

O presidente do Supremo diz que é público e notório que "travou-se recentemente no Brasil uma luta de vida e morte pelo Estado democrático de Direito"

08/04/2024 14h00

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, divulgou nota hoje em que afirma que "decisões judiciais podem ser objetos de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado". divulgação

Continue Lendo...

Em meio ao embate entre o ministro Alexandre de Moraes e o empresário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, divulgou nota nesta segunda (8) em que afirma que "decisões judiciais podem ser objetos de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado".

Neste domingo (7), Moraes determinou a inclusão de Musk como investigado no inquérito que apura a existência de milícias digitais antidemocráticas e seu financiamento.

Moraes afirmou que o empresário iniciou uma campanha de desinformação sobre a atuação do STF e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), "instigando a desobediência e obstrução à Justiça, inclusive, em relação a organizações criminosas".

Na nota assinada por Barroso, sem citar nominalmente Musk, o presidente do Supremo diz que é público e notório que "travou-se recentemente no Brasil uma luta de vida e morte pelo Estado democrático de Direito e contra um golpe de Estado, que está sob investigação nesta corte com observância do devido processo legal".

"O inconformismo contra a prevalência da democracia continua a se manifestar na instrumentalização criminosa das redes sociais", afirmou.

"O Supremo Tribunal Federal atuou e continuará a atuar na proteção das instituições, sendo certo que toda e qualquer empresa que opere no Brasil está sujeita à Constituição Federal, às leis e às decisões das autoridades brasileiras", disse Barroso.

Segundo ele, "é uma regra mundial do Estado de Direito e que faremos prevalecer no Brasil", que "decisões judiciais podem ser objeto de recursos, mas jamais de descumprimento deliberado".

No domingo, Musk disse em seu perfil no X que Moraes deveria renunciar ou sofrer impeachment. No mesmo texto, afirmou que em breve publicará tudo o que é exigido pelo ministro e "como essas solicitações violam a legislação brasileira".

Um dia antes, um perfil institucional do X havia postado que bloqueou "determinadas contas populares no Brasil" devido a decisões judiciais, e Musk retuitou mensagem em que disse que "estamos levantando todas as restrições" e que "princípios importam mais que o lucro".

Apesar de o post da empresa não citar de onde seriam as decisões, Musk repostou a publicação, junto da mensagem: "Por que você está fazendo isso @alexandre", marcando o ministro do STF.

Horas após a postagem do domingo, Moraes determinou a inclusão de Musk como investigado. Segundo o ministro, a medida se justifica pela "dolosa instrumentalização criminosa" da rede, em conexão com os fatos investigados nos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos.

Moraes determinou ainda a instauração de um inquérito para apurar as condutas de Musk em relação aos crimes de obstrução à Justiça, inclusive em organização criminosa e incitação ao crime, todos previstos no Código Penal.
 

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).