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ALIMENTAÇÃO ADEQUADA

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Comida pronta para bebês pode ser
problema e pais precisam tomar cuidado

Comida pronta para bebês pode ser
problema e pais precisam tomar cuidado

RODOLFO CÉSAR

06/11/2016 - 09h35
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As crianças que completam seis meses de vida passam por uma profunda mudança, principalmente que envolve a rotina dos pais. Essa fase é a que os bebês são introduzidos a novos alimentos e a amamentação deixa de ser a exclusiva "refeição".

É hora de oferecer frutas, sucos e papinhas. A recomendação de pediatras e outros especialistas é que os produtos a serem oferecidos precisam ser naturais, alimentos estritamente orgânicos. Mas a verdade é que para quem tem a vida agitada, fazer comida, ir ao supermercado comprar sempre algo fresco e comer bem nem sempre é possível porque acaba dando mais trabalho.

Recorrer a algo industrializado ou ir direto a um restaurante fica bem mais fácil. Fazer isso para um adulto é até possível, ao mesmo tempo forçar essa rotina para um bebê pode causar prejuízos graves à saúde e ao desenvolvimento.

"A criança precisa de alimentação balanceada e saudável. Precisa ser o mais natural possível e evitar algo industrializado é muito recomendável", explicou o pediatra com 30 anos de experiência, Alberto Jorge Félix.

Então, o dia que não há tempo para nada, procurar uma papinha de prateleira pode resolver? O pediatra esclareceu que qualquer alimento que tenha prazo de validade extenso e fica sem refrigeração foge às regras de bom hábito alimentar para bebês. "O que fica na prateleira não é mais natural. Quando se tem uma confecção caseira, a duração é curta", informou o especialista.

O planejamento dos pais precisa funcionar a partir dessa idade da criança. Fazer a comida na véspera e deixar na geladeira não atrapalha a qualidade do alimento. "É mais saudável (fazer isso) do que oferecer os industriais", esclareceu Félix.

A nutricionista Gislaine Donelli, que trabalha em uma proposta relativamente nova no Brasil que oferece "restaurante" para bebês, afirmou que aos poucos o mercado vai criando opções saudáveis. É necessário, antes, que os pais consultem a origem dos produtos.

"Atualmente encontramos desde cereais, frango, toda linha de laticínios e até papinhas e comidinhas para bebês, totalmente orgânicos, além de outros produtos de mercearia seca que são comercializados em redes de supermercados e diversas lojas", indicou.

RESTAURANTE PARA BEBÊ?

Quando o planejamento fura e o tempo fica curto para fazer a comida certa para o filho, hoje já existe opções que funcionam praticamente como um restaurante para bebê.

No Rio de Janeiro e em São Paulo, há algumas empresas que oferecem esses produtos orgânicos e criaram concorrência nesse nicho de mercado.

Em Campo Grande, as opções são mais restritas, mas existe hoje pelo menos um local que oferece produtos naturais. É uma franquia criada há sete anos em São Paulo e veio para a Capital em 2014. "Pesquisei e descobri que no Brasil não existia nenhuma marca assim, mas nos outros países era muito comum. A partir de então me aprofundei no assunto e criei a primeira marca brasileira de alimentos orgânicos infantil", contou Maria Fernanda, que fundou o Empório da Papinha, que tem uma franquia na cidade.

O pediatra Alberto Jorge Félix reconheceu que esses alimentos tem garantia de serem naturais funcionam bem, o que pode pesar é na hora de colocar na balança o custo.

"É uma opção boa (papinhas orgânicas vendidas em lojas especializadas). O que pode pesar é o custo, mas funciona muito bem como um plano B. Em geral, elas são feitas de produtos orgânicos, produção caseira", analisou.

Quem decide comprar, acaba desembolsando entre R$ 9 e R$ 13, dependendo da opção escolhida entre os 25 tipos de papinha que a loja de Campo Grande oferece, por exemplo.

PESQUISAR ANTES

Maria Elisa Rettore Santaluccia é mãe de duas meninas, hoje com 2 e 4 anos, e disse que quando estava com o tempo apertado, recorria à papinha orgânica. Morando em Corumbá atualmente, ela comentou que quando viaja para Campo Grande costumava comprar algumas opções.

"Primeiro pesquisei na internet para saber se era mesmo natural. Descobri esses produtos quando passei na frente de uma loja. Minha preocupação era não ter açúcar, amido, glutamato monossódico, etc", contou.

Gerusa da Cruz, que decidiu dar papinha industrializada, mas apenas no período que não conseguir fazer comida, na viagem de final de ano. Foto: Arquivo Pessoal

Gerusa Ferreira da Cruz, servidora pública estadual, disse que tenta sempre produzir comida no dia para o filho de 6 meses. Como ela e o marido decidiram viajar no final do ano, ela comentou que pesquisou e vai comprar papinha apenas para essa ocasião.

"Como irei viajar em dezembro, optei em comprar papinha pronta industrializada para levar porque na praia é complicado A criança no começo come bem pouquinho, então dá menos trabalho", contou.

PRODUTOS QUE PREJUDICAM

O especialista Alberto Jorge Félix pontuou os principais problemas causados por uma má alimentação:

- futuro desenvolvimento de alergias intestinais, de peles;

- saúde mais frágil;

- deficiências no crescimento.

Entre os produtos que devem sempre ser evitados:

- gelatinas;

- iogurtes com cor;

- sucos de caixinha; 

- alimentos com corantes em geral.

DICAS VALIOSAS

Veja 10 dicas que a nutricionista Gislaine Donelli elenca para os pais de crianças de até dois anos:

DICA 1 – Dar somente leite materno até os seis meses, sem oferecer água, chás ou qualquer outro alimento.

DICA 2 – A partir dos seis meses, oferecer de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite materno até os dois anos de idade ou mais, quando possível.

DICA 3 – A partir dos seis meses, dar alimentos complementares como cereais, tubérculos, carnes, legumes e frutas, três vezes ao dia se a criança receber leite materno e, cinco vezes ao dia se estiver desmamada.

DICA 4 – A alimentação complementar deve ser oferecida sem rigidez de horários, respeitando-se sempre a vontade da criança.

DICA 5 – A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida de colher; começar com consistência pastosa (papas / purês), e gradativamente aumentar a sua consistência até chegar à alimentação da família.

DICA 6 – Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada e uma alimentação colorida.

DICA 7 – Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições.

DICA 8 – Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas nos primeiros anos de vida. Usar sal a partir de 12 meses e com muita moderação.

DICA 9 – Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; garantir o seu armazenamento e conservação adequados.

DICA 10 – Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando a sua aceitação.

Pesquisa

Extrema pobreza cai a nível recorde; dúvida é se isso se sustenta

O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300

19/04/2024 18h00

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Foto: Favela em Campo Grande - Gerson Oliveira/Correio do Estado

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A expressiva alta da renda em 2023 reduziu a pobreza extrema no Brasil ao seu nível mais baixo da série histórica, a 8,3% da população. O país terminou o ano passado com 18,3 milhões de pessoas sobrevivendo com rendimentos médios mensais abaixo de R$ 300. Apesar da queda, isso ainda equivale a praticamente a população do Chile.

O cálculo é do economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), do IBGE.

Em relação a 2022, 2,5 milhões de indivíduos ultrapassaram a linha dos R$ 300, numa combinação de mais transferências pelo Bolsa Família, aumento da renda do trabalho e queda do desemprego. A grande dúvida é se o movimento —e mesmo o novo patamar— seja sustentável.

A PnadC de 2023 mostrou que os rendimentos dos brasileiros subiram 11,5% em relação a 2022. Todas as classes de renda (dos 10% mais pobres ao decil mais rico) tiveram expressivos ganhos; e o maior deles deu-se para os 5% mais pobres (38,5%), grandes beneficiados pelo forte aumento do Bolsa Família —que passou por forte expansão nos últimos anos.

Entre dezembro de 2019 (antes da pandemia) e dezembro de 2023, o total de famílias no programa saltou de 13,2 milhões para 21,1 milhões (+60%). Já o pagamento mensal subiu de R$ 2,1 bilhões para R$ 14,2 bilhões, respectivamente.

Daqui para frente, o desafio será ao menos manter os patamares de renda —e pobreza— atuais, já que a expansão foi anabolizada por expressivo aumento do gasto público a partir do segundo semestre de 2022.
Primeiro pela derrama de incentivos, benefícios e corte de impostos promovidos por Jair Bolsonaro (PL) na segunda metade de 2022 em sua tentativa de se reeleger. Depois, pela PEC da Transição, de R$ 145 bilhões, para que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pudesse gastar mais em 2023.

Como esta semana revelou quando governo abandonou, na segunda-feira (5), a meta de fazer superávit de 0,5% do PIB em suas contas em 2025, o espaço fiscal para mais gastos exauriu-se.

A melhora da situação da renda dependerá, daqui para frente, principalmente do mercado de trabalho e dos investimentos do setor privado. Com uma meta fiscal mais frouxa, os mercados reagiram mal: o dólar subiu, podendo trazer impactos sobre a inflação, assim como os juros futuros, que devem afetar planos de investimentos empresariais e, em última instância, o mercado de trabalho.

Apesar do bom resultado em 2023, algumas análises sugerem que o resultado não deve se repetir. Segundo projeções da consultoria Tendências, a classe A é a que terá o maior aumento da massa de renda real (acima da inflação) no período 2024-2028: 3,9% ao ano. Na outra ponta, a classe D/E evoluirá bem menos, 1,5%, em média.

Serão justamente os ganhos de capital dos mais ricos, empresários ou pessoas que têm dinheiro aplicado em juros altos, que farão a diferença. Como comparação, enquanto o Bolsa Família destinou R$ 170 bilhões a 21,1 milhões de domicílios em 2023, as despesas com juros da dívida pública pagos a uma minoria somaram R$ 718,3 bilhões.

A fotografia de 2023 é extremamente positiva para os mais pobres. Mas o filme adiante será ruim caso o governo não consiga equilibrar suas contas e abrir espaço para uma queda nos juros que permita ao setor privado ocupar o lugar de um gasto público se esgotou.

Voos em queda

Aeroportos de Mato Grosso do Sul enfrentam desafios enquanto Aena Brasil lidera crescimento nacional

No acumulado do ano de 2024, o volume de passageiros chegou a mais de 395 mil passageiros em Mato Grosso do Sul, com um aumento de 4,8% no número de operações realizadas nos três aeroportos do Estado

19/04/2024 17h41

Os três aeroportos de Mato Grosso do Sul mantiveram um desempenho estável no acumulado do ano, com um aumento significativo nas operações. Foto/Arquivo

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A Aena Brasil revelou hoje os números da movimentação nos aeroportos até março de 2024, destacando-se como a empresa com a menor redução de passageiros no país. No entanto, o aeroporto de Ponta Porã, sob sua administração, enfrentou uma redução significativa de 42,4% no fluxo de passageiros em março deste ano.

Esta tendência também foi observada na capital sul-mato-grossense, onde o volume de passageiros em Campo Grande caiu 5,5%, totalizando 118.529 passageiros, e no aeroporto de Corumbá, com uma redução de 14,3%.

Além disso, as operações aeroportuárias também estão em declínio, com quedas de 15,9% em Ponta Porã, 10,6% em Corumbá e 8,7% na capital, no volume de operações.

Apesar desses desafios, no acumulado do ano, a Aena Brasil aponta que o aeroporto internacional de Campo Grande registrou uma redução de 3,0% no fluxo de passageiros e de 3,5% no número de operações aeroportuárias.

Já o aeroporto de Ponta Porã apresentou uma queda de 27% no fluxo de passageiros, mas com um saldo positivo de 4% no número de operações. Além disso, o aeroporto de Corumbá, considerado a capital do Pantanal, registrou um aumento de 4,9% nas operações.

No total, a movimentação nos três aeroportos de Mato Grosso do Sul alcançou 395.388 passageiros e 5.043 operações realizadas.

Veja o ranking nacional:

Aena tem crescimento de 6,3% na movimentação em todo o Brasil

Enquanto isso, em nível nacional, a Aena Brasil experimentou um crescimento impressionante de 6,3% na movimentação. Os 17 aeroportos administrados pela empresa no Brasil registraram 10,4 milhões de passageiros no primeiro trimestre de 2024, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Em relação ao número de pousos e decolagens, nos três primeiros meses houve alta de 5,4%, com um total de 115,5 mil movimentos de aeronaves. Considerando somente o mês de março, o crescimento chega a 6,1% no total de passageiros (3,4 milhões), em relação ao mesmo mês de 2023, e a 1,7% no volume de pousos de decolagens (38,9 mil).

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