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TÉCNICA INDIANA

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Da Índia para o Brasil: "Coloco sonhos dentro de vidros", conta artista de terrário

Da Índia para o Brasil: "Coloco sonhos dentro de vidros", conta artista de terrário

VALQUÍRIA ORIQUI

30/07/2016 - 10h00
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Natural de Brasília, Édino Lima Junior, de 36 anos, chegou a Campo Grande há pouco mais de 1 ano após oferta de trabalho que acabou não dando certo.

Ao se deparar com as portas do mercado fechada para o ramo que atuava, área farmacêutica, resolveu investir em outra, a de confecção de mini jardins e terrários (recipientes onde se reproduzem as condições ambientais necessárias para diferentes seres vivos total ou parcialmente terrestres).

Irmão de botânica e filho de uma apaixonada por plantas, Édino se deparou com a oportunidade de fazer um curso técnico em meio ambiente.

“Já era mais ou menos dentro da minha área. Eu fiz, e mesmo assim as portas não se abriram”. As oportunidades só começaram a aparecer depois que Édino deu um terrário de presente de aniversário a uma amiga.

“Certo dia fui convidado para a festa de aniversário de uma amiga e não tinha dinheiro para comprar um presente, então eu e uma outra amiga, Dalila, saímos revirando o lixo do condomínio onde eu moro e levei algumas coisas para dentro do apartamento. Além disso saímos pegando plantas pelo meio da rua, e nisso construí um terrário e dei para ela de presente. Ela gostou tanto que tirou uma foto e a partir daquele dia até hoje já fizemos mais de sete mil terrários e mini jardins”, contou Édino.

Inscrição para curso custa R$ 50, renda é doada à instituições

TERRÁRIOS

Os terrários são feitos dentro de recipientes de vidros esterilizados e com produtos cultivados e produzidos pelas próprias mãos de Édino. “Tudo eu que faço, os enfeites, os bichinhos, os rios e as plantas eu cultivo no nosso próprio herbário”.

Na produção do terrário não é utilizada terra, pois ela tem um nível de nutrientes limitado, já o substrato, que é feito com casca de banana, ovo, arroz e outras coisas, é 100% orgânico e tem nutrientes para a vida toda da planta.

Com o passar do tempo os terrários vão virando verdadeiros mini mundos dentro dos vidros. “Acontece um ciclo fantástico aqui dentro, começam a aparecer cogumelos, minhocas e formiga”. Os terrários não necessitam de água em abundância e podem ficar sem molhar por um períodomaior de tempo, a cada três meses. “O vidro embaça, evapora e a água cai”.

Para colocar água no terrário também é necessário cuidado especial. É preciso usar um borrifador limpo, sem vestígio de qualquer produto químico para não contaminar as plantas. “Você tira o papel filme que tampa o vidro, borrifa água e tampa novamente, a cada três meses repete o mesmo processo”, explica.

As sócias Dalila e Tassia

Cada terrário leva em média 48 horas para ser confeccionado. “É o tempo que pedimos para o cliente, mas hoje em dia eu faço em bem menos tempo, mas no início se leva mais tempo”. O valor do produto varia de R$ 35 a R$ 1 mil.

Assim como a maioria das pessoas, é comum achar que dentro de um pote de vidro a planta não irá sobreviver por muito tempo. Mas Édino garante o contrário. “Os terrários são imortais, as plantas não foram feitas para morrer e vivem por 100 anos”.

Atualmente proprietário da Mini Mundo - Consultoria Ambiental e Paisagismo, com data prevista para ser inaugurada em 20 de agosto, o empresário faz questão de afirmar que a empresa nasceu literalmente do lixo. “Naquela época não tínhamos dinheiro para comprar vaso nem planta. Do lixo, hoje ela virou uma média empresa”, completou.

A loja tem proposta diferente das convencionais, onde o cliente entra, escolhe e paga pelo produto. “Na Mini Mundo a pessoa terá um espaço para ficar em paz. Ela vai poder fazer seu próprio jardim e levar para casa o produto sem precisar pagar, ela vai pagar se quiser, pois, tenho certeza que depois que ela levar o dela para casa, outras pessoa virão para aprender e comprar”.

Além de vender os produtos que ele mesmo produz, Édino também oferece cursos tanto pagos como gratuitos. Os pagos são ministrados para técnicos e os gratuitos são ministrados em escolas públicas, pacientes do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e em asilos. “É um trabalho terapêutico”.

Para quem quiser fazer o curso, o valor da inscrição é de R$ 50, que é revertido para instituições carentes. As aulas acontecem na Avenida Marques de Pombal, 1100. O material para o curso é comprado na hora e custa entre R$ 30 e R$ 49 e no final do curso a pessoa leva o produto para casa. O preço dos mini jardins prontos e produzidos por Édino custam entre R$ 35 e R$ 200 e já foram enviados de norte a sul do Brasil e também para oito países.

LTerrário mais caro custa R$ 1 mil

Terrário mais barato custa R$ 35

​"Um dia meu mestre me falou, pequeno gafanhoto, ainda vejo muita ambição dentro de você, enquanto você fizer as coisas pensando em dinheiro, você não vai conquistar dinheiro, na hora que você fizer as coisas para ver as pessoas felizes, você vai conquistar muitos objetivos”.

EXPERIÊNCIA INDIANA

Arrogante e materialista, como ele mesmo descreve a própria personalidade de alguns anos atrás, após sofrer decepção amorosa, durante a novela global Caminho das Indias, Édino decidiu que precisava viver aquilo que a novela lhe passava. “Preciso encontrar essa paz que eles tem lá, essa sabedoria. É fácil a gente culpar os outros porque algo deu errado, mas é difícil a gente enxergar os próprios erros, por isso que eu fui para lá, para descobrir que eu errei, e errei muito mais. Errei porque amei demais e esqueci de amar de menos a mim mesmo”.

“Dois anos e meio morando em terras indianas Édino descobriu a técnica para confecção de terrários. “Lá conheci meu grande mestre chamado Hassan Hussen. Lá ele tinha uma pequena loja de terrários”. Antes de aprender a arte, Édino conta que teve que limpar o carro e a casa do mestre por muito tempo. “Costumo comparar minha experiência na Índia com o filme Karatê Kid”. Certo dia, chorando, sentado no meio fio da calçada o mestre foi até ele e disse que naquele momento ele estava pronto para aprender a técnica.

“Ele me disse que o homem para ser grande ele tem que ser humilde, e lágrima é sinal de humildade. No dia seguinte ele me ensinou a técnica do terrários”. Ao chegar no Brasil se deparou com terrários diferentes do que ele havia aprendido na India. “Quando voltei para o Brasil, na faculdade vi que faziam terrário, só que não eram iguais os que eu fazia, eu fazia sonhos dentro de vidros, eles faziam plantas dentro de vidros”.

Ao prestar atenção nas necessidades e dúvidas que as pessoas tinham com relação a arte, a mais constante era de que as plantas morreriam dentro dos vidros. “Raramente e impossivelmente perdi uma planta, a técnica é muito boa”.

“Eu ganhava R$ 15 mil por mês e me achava o soberano da indústria farmacêutica. Eu achava que poder era dinheiro, e poder é fazer as pessoas felizes”

FIGURA MATERNA

 “Não teria motivo pra mim, se não fosse o brilho dos olhos dela dizendo que sente orgulho das coisas que faço”.

Peça fundamental na vida do filho, Elí Araújo de Lima, de 63 anos, mão de Édino, foi arrastada por ele para fazer o curso de técnico em meio ambiente. Cansado de ver a mãe passar horas na frente do Facebook, Édino resolveu chamá-la para fazer o curso. “Fiz o curso por ela, para tirá-la de dentro de casa”. Os dois estudaram na mesma sala e se formaram juntos.

Quando eu tinha muito dinheiro minha mãe não tinha orgulho de mim. Depois que eu passei a fazer coisas simples, ela sente orgulho de mim. Ela é hoje a pessoa que me motiva quando mostro um trabalho e escuto: parabéns meu filho, ficou lindo!”. “Não teria motivo pra mim, se não fosse o brilho dos olhos dela dizendo que sente orgulho das coisas que faço”.

“Para as pessoas que veem os meus trabalhos e se emocionam, eu penso: Faço coisas tão simples tocarem fundo no coração das pessoas que até eu não entendo e não acredito porque o meu mestre acreditou em mim”, contou Édino ao destacar que, na India, foi o primeiro e último aluno do indiano que lhe ensinou a técnica.

Existem no Brasil diversas pessoas que ensinam a fazer terrários, mas, conforme Édino, a técnica que ele usa só foi vista na Inglaterra, Estados Unidos e Espanha. “Foram os únicos terrários que eu pude falar: esses são feitos como o meu, são sonhos dentro de vidro”.

Recentemente ele pensou em desistir, em abandonar tudo e voltar para India. “É muito fácil colocar amor em algo, mas é difícil, às vezes, sentir amor por algo”. Hoje, com o coração ocupado pelo novo amor, a bióloga Heloiza Lopes, de 23 anos, Édino reencontrou forças e motivos para concretizar ao lado das sócias Dalila Duarte Bordingnon, de 25 anos e Tassiane Karina M. Avanci, de 27, mais um objetivo de sua vida e continuar colocando sonhos dentro de vidros.

Os terrários são sempre únicos, nenhum, até hoje, foi feito igual a outro

Dengue

Fumacê reforça a batalha contra o Aedes em três bairros: Centenário, Universitário e Vila Carvalho

O serviço de borrifação ultrabaixo volume (UBV), popularmente conhecido como Fumacê, circulará das 16h às 22h

18/04/2024 15h22

Os moradores devem abrir as portas e janelas para melhor eficácia do inseticida. Foto:Pref/CG

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Nesta quinta-feira (18), a estratégia de combate ao mosquito Aedes Aegypti, vetor de doenças como Dengue, Zika e Chikungunya, será intensificada em três bairros da capital de Mato Grosso do Sul: Universitário, Vila Carvalho e Jardim Centenário, das 16h às 22h.

O serviço de borrifação ultrabaixo volume (UBV), popularmente conhecido como Fumacê, será utilizado pela Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais (CCEV) da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau).

O esforço no combate a dengue precisa da colaboração dos moradores que devem abrir portas e janelas para uma melhor eficácia do inseticida. O objetivo é atingir os mosquitos adultos, especialmente as fêmeas transmissoras das doenças.

No entanto, a Sesau esclarece que condições meteorológicas desfavoráveis, como chuva, vento forte ou neblina, podem comprometer a eficiência da aplicação. Nessas circunstâncias, o serviço pode ser adiado ou cancelado.

Confira o itinerário do fumacê:

Conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), os casos de Dengue em Campo grande reduziram 70% em comparação ao mesmo período do ano passado. Mesmo assim, o moquito que também é causador de doenças como Zika e Chykungunia, precisa ser constantemente combatido para o controle de endemias e epidemias.

Cabe destacar que é dentro das residências que estão 80% dos focos de proliferação do mosquito ‘Aedes aegypti’, e por isso as autoridades alertam a população, para que contribuam nas ações de controle e extinção dos criadouros.

Por fim, o Ministério da Saúde divulgou que para combater os focos do mosquito bastam dez minutos da rotina de acordo com a realidade de moradia de cada um.

"Dez minutos é o tempo necessário para garantir que caixas d´água estejam bem fechadas, para jogar areia nos vasos de planta, garantir que os sacos de lixo estejam bem amarrados, conferir calhas, evitar pneus em locais descobertos, não acumular sucatas e entulhos e esvaziar garrafas PET, potes e vasos de maneira correto.".

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Obras entregues

Obras da prefeitura elimina pontos críticos de alagamento em diversos bairros de Campo Grande

Obras como drenagem e construção de bacias de amortecimento foram reforçadas para eliminar pontos de alagamentos

18/04/2024 14h32

Prefeitura de Campo Grande/ Divulgação

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As chuvas de 156 milímetros que caíram no início desta semana causaram pontos de atenção em diversos bairros de Campo Grande. Devido a esses problemas estruturais, a prefeitura tem realizado obras de drenagem em bairros da região sul da capital.

A primeira região a receber obras de drenagem foi o Bairro Nova Lima, onde foram construídas bacias de amortecimento para conter as águas do córrego Reveilleau, localizado nas proximidades.

Outras regiões que estão passando por intervenções importantes incluem as ruas Catiguá e Rivaldi Albert, além da Rua do Seminário e das áreas próximas à ponte sobre o córrego Imbirussu, que conecta os bairros Jardim Colorado e Jardim Pênfigo.

A prefeitura informou que as obras realizadas nesta região no ano passado tiveram resultados positivos na absorção de água. Desde então, não ocorreu mais o problema de interdição da Avenida Via Park, próxima ao Shopping Campo Grande, causado pelo transbordamento do córrego Prosa.

A prefeitura informou que as obras realizadas nesta região no ano passado tiveram resultados positivos na absorção de água. Desde então, não ocorreu mais o problema de interdição da Avenida Via Park, próxima ao Shopping Campo Grande, causado pelo transbordamento do córrego Prosa.

A prefeitura está monitorando outras regiões, como a Avenida José Barbosa Rodrigues, no Bairro Zé Pereira. Em fevereiro deste ano, a Sisep realizou a limpeza do canal do córrego Imbirussu, eliminando os alagamentos recorrentes na via, que ocorriam em dias de chuva intensa devido ao assoreamento, deixando o leito praticamente no mesmo nível da avenida e causando transbordamentos. A Avenida José Barbosa Rodrigues conecta a Avenida Euler de Azevedo à Avenida Duque de Caxias, na região da Vila Popular. 

Prefeitura de Campo Grande/ Divulgação 


Funcionários correm contra o tempo 

Nos últimos anos, o inverno em Mato Grosso do Sul tem sido marcado por chuvas intensas e tempo úmido. Conscientes dessas dificuldades que a prefeitura de Campo Grande pode enfrentar, os funcionários da Sisep estão trabalhando contra o tempo para realizar reparos em tubos na rua Seminário, próxima ao bairro Coronel Antonino.

No meio de dezembro, uma forte chuva abriu uma cratera ao lado da ponte sobre o córrego Seminário. Como essa é uma via crucial para o acesso a outros bairros adjacentes, a Sisep agiu rapidamente para concluir as obras. Os trabalhos foram realizados com a equipe e os recursos próprios do departamento.

No Jardim Morenão, na rua Rivaldi Albert, a Sisep também agiu rapidamente para concluir o reparo na ponte, que foi danificada durante uma chuva em julho do ano passado.  

Já na Rua Rivaldi Albert, no Jardim Morenão, a Sisep também atuou para terminar o mais rápido possível o reparo na ponte que foi danificada durante chuva em julho do ano passado.

Neste espaço, foi realizada uma reestruturação e reforço da tubulação. A via é uma importante ligação dos moradores dos bairros Pioneiro e Jardim Morenão à Avenida Guaicurus. 

Para reforçar a tubulação, foram colocados duas manilhas de 1,5 metro, para a passagem da água de um lado para outro da pista. Essas manilhas servem também como “ladrão”, ou seja, quando o volume da chuva excede a capacidade da tubulação Armco, servirão como canal de escoamento da água da chuva.

Outra região que a prefeitura recebeu diversas reclamações foi no Jardim Colorado/Jardim Pênfigo. Por causa das fortes chuvas, as famílias não poderiam enviar seus filhos à escola por causa da insegurança na  ponte sobre o córrego Anhanduí.  

 

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