Política

SENADO

A+ A-

Tucano acusa Dilma de 'estelionato eleitoral' e troca farpas com Gleisi

Bate-boca ocorreu na tarde desta segunda-feira no plenário

FOLHAPRESS

10/11/2014 - 17h45
Continue lendo...

 Líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP) trocou farpas nesta segunda-feira (10) com a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) no plenário do Senado depois de acusar a presidente Dilma Rousseff de ser "mentirosa" e ter praticado "estelionato" durante a campanha eleitoral.

O tucano, que foi candidato a vice-presidente na chapa de Aécio Neves (PSDB), disse que Dilma mentiu quando acusou o tucano de planejar medidas, caso fosse eleito para a Presidência da República, que acabaram adotadas pela própria petista.

Segundo Aloysio, Dilma "vendeu" ao país a imagem de que a economia estava sob controle, mas deu início a um "tarifaço" com o aumento nos preços da energia, da gasolina e da taxa básica de juros, a Selic.

"A candidata Dilma mentiu sobre questões essenciais de seu governo, além de ter mentido sobre o nosso. Ela mentiu ao dizer que a inflação estava sob controle, mentiu ao dizer que a proposta da candidata Marina Silva [PSB] de conferir independência ao Banco Central iria tirar o prato de comida da mesa do trabalhador. Ela sabe que é mentira", disse.

O Banco Central elevou a Selic a 11,25% na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), realizada na semana seguinte à eleição.

A alta do dólar e a piora nas contas públicas foram os motivos que levaram cinco dos oitos integrantes do Copom, incluindo o seu presidente Alexandre Tombini, a decidir elevar a chamada taxa Selic --três diretores votaram pela manutenção do juro.

A inflação acumulada nos 12 meses encerrados em outubro ficou em 6,59%, acima do teto da meta do governo (6,5%).

E na semana passada, após autorização dada pelo ministro Guido Mantega (Fazenda), a Petrobras elevou em 3% o preço da gasolina´.

Ao também acusar a presidente de ter praticado estelionato, Aloysio disse que o crime se aplica àqueles que querem "obter para si vantagens com o prejuízo alheio ou induzem alguém ao erro mediante artifício ardil" --o que se aplicaria a Dilma com uma conotação política.

"Não é exatamente assim que se pode classificar as mentiras da candidata. Mas no sentido político, no sentido moral, isso sim. Nós estaremos aqui, nesses quatro anos, fazendo permanentemente esse julgamento. Fiscalizando, cobrando, não dando um instante de trégua, porque esse é o papel da oposição."

Gleisi

Em resposta ao tucano, Gleisi pediu que Aloysio "desça do palanque" e ajude a presidente Dilma a governar o país. A petista foi ministra da Casa Civil de Dilma de 2011 até fevereiro deste ano.

"Queria fazer convite ao senador, que foi guerreiro na sua candidatura à Vice-Presidência, para que a gente possa descer do palanque e unir os nossos esforços em favor do Brasil. Ajustes orçamentários, na área econômica de um governo, são absolutamente normais", afirmou a petista.

Gleisi disse que as palavras "mentirosa" e "estelionatária" são muito "fortes" para serem aplicadas à presidente da República.

"Tenho plena clareza que as medidas tomadas pela presidente Dilma em nenhum momento contradizem sua posição da campanha. Não vejo base para Vossa Excelência vir aqui acusar a presidente de mentirosa ou estelionatária política. São palavras que não condizem com a realidade. Ela é presidente da República."

Aloysio rebateu a ex-ministra da Casa Civil ao afirmar que sua função "não é ficar no palanque e nem ir ao Planalto", mas fazer oposição ao governo federal no Congresso.

Seca em SP

Ao citar palavras de Aloysio, Gleisi disse que o governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB), aliado do tucano, também negou ao longo da campanha à reeleição que houvesse falta de água em São Paulo.

Aloysio respondeu afirmando ser uma "infâmia" dizer que a seca atinge apenas o Estado de São Paulo porque houve falta de planejamento do governo, no que foi contestado pela ex-ministra.

"Foi falta de planejamento, sim. Conseguimos enfrentar o problema em outros Estados. São Paulo é o Estado mais rico dessa federação, com técnicos, e não fez planejamento. A presidente vai ajudar o Estado de São Paulo", rebateu Gleisi.

"É o dever dela", retrucou o tucano.
O bate-boca terminou depois que a petista disse que os dois poderiam passar a tarde discutindo sobre as eleições, mas que a missão de ambos é "tocar o país"

Desde que Gleisi retornou ao Senado, em fevereiro, a petista e o líder do PSDB protagonizaram sucessivos embates --ela, em defesa de Dilma, e o tucano, falando pela oposição. O senador vem exercendo a função de principal liderança do PSDB na Casa, o que agora promete ser cumprido por Aécio Neves (PSDB-MG) --que não apareceu no Congresso nesta segunda-feira.

Campo Grande

Adriane Lopes não confirma apoio de Bolsonaro à sua pré-candidatura: "é um anseio nosso"

Atual prefeita, no PP, e ex-deputado Rafael Tavares, do PL, disputam apoio do ex-presidente nas eleições para prefeito da Capital

17/04/2024 20h14

Prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes João Gabriel Vilalba

Continue Lendo...

A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), disse ao Correio do Estado que o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à sua pré-candidatura à reeleição para o cargo que ocupa, ainda não está confirmada, mas que é um “anseio” dela e do partido que ela faz parte do quadro. 

Ao ser perguntada se ela acredita que contará com o apoio de Bolsonaro nestas eleições, que também é disputado por seu correligionário Rafael Tavares, ex-deputado estadual e também pré-candidato a prefeito, Adriane disse que o apoio do ex-presidente e do PL é uma construção. “Nós gostaríamos de caminhar juntos. Direita e centro-direita”, afirmou. 

Adriane também disse que a negociação pelo apoio da candidatura dela ocorre por meio das cúpulas partidárias. “O Ciro (Nogueira, presidente do PP), o Valdemar (da Costa Neto, presidente do PL) presidente do PL, tem conversado”, afirmou Adriane. 

Em Brasília, a Senadora Tereza Cristina (PP), tem atuado em favor da aliança entre PP e PL. Por outro lado, o ex-deputado estadual Rafael Tavares, cassado pela Justiça Eleitoral porque o partido pelo qual havia sido eleito, o PRTB, não cumpriu a cota feminina em 2022, também se coloca na disputa. Já até tirou foto com Bolsonaro em Brasília, e disse que no mês que vem, terá o posto confirmado pelo ex-presidente. 

Além de Adriane Lopes e Rafael Tavares, também disputa o apoio de Jair Bolsonaro o deputado estadual João Henrique Catan. Em meio a tudo isso, integrantes da direita e extrema direita tentam organizar apenas uma candidatura do bloco, pois temem que uma possível divisão dos votos, poderia deixar um dos candidatos, ou até todos eles, fora de um eventual segundo turno. 

Também se colocam como pré-candidatos à prefeitura o ex-prefeito e ex-governador, André Puccinelli (MDB), o deputado federal Beto Pereira (PSDB), a deputada federal Camila Jara (PT), a ex-deputada federal e superintendente da Sudeco, Rose Modesto (União Brasil), e nomes como o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, recém filiado ao PSD, passaram a ser cogitados como pré-candidatos. 

Assine o Correio do Estado

STF-DECISÃO

STF permite uso de vestimentas religiosas em foto de documentos oficiais

A possibilidade foi aceita pela Justiça em instâncias inferiores, mas a União recorreu ao Supremo para que padronize a possibilidade em todo o país

17/04/2024 19h00

Em 8 de fevereiro, representantes de entidades ligadas a religiões se manifestaram no Supremo sobre o tema. Na ocasião, o julgamento do processo foi suspenso e retomado nesta quarta Lula Marques / Agência Brasil

Continue Lendo...

O STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou nesta quarta-feira (17) o uso de vestimentas ou acessórios ligados à religião em fotos de documentos oficiais, desde que essas vestimentas não impeçam a identificação individual.

Os demais ministros seguiram o voto do relator da ação, Luís Roberto Barroso, que também é o presidente da corte. Para ele, proibir o uso dessas vestes "é uma medida exagerada e, consequentemente, desnecessária".

Barroso disse que o veto a essa possibilidade "compromete a liberdade religiosa, sem que esse comprometimento impacte de maneira muito relevante a segurança pública".

A segurança foi o argumento para que o uso dessas roupas tenha sido impedido por autoridades brasileiras.

"Embora possa haver exceções, religiosos não fazem parte de um grupo especialmente perigoso da sociedade", disse Barroso.


O processo é de repercussão geral, e sua decisão incidirá em processos similares sobre o tema em todo o país.

Após o voto do presidente do Supremo, os ministros discutiram sobre a necessidade de ampliar ou não a tese para definir até que ponto pode haver a cobertura do rosto, ou se a norma pode se aplicar para outras situações não religiosas.

Acabaram fixando a tese de que "é constitucional o uso de vestimentas ou acessórios ligados à religião em fotos de documentos oficiais, desde que essas vestimentas não impeçam a adequada identificação individual, com rosto visível".


Votaram com o presidente os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, André Mendonça, Kassio Nunes Marques, Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Luiz Fux, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes.

A ação que serve como referência trata de uma freira de Cascavel (PR) que queria renovar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) usando hábito (veste religiosa) na foto do documento.

A possibilidade foi aceita pela Justiça em instâncias inferiores, mas a União recorreu ao Supremo para que padronize a possibilidade em todo o país.


Em 8 de fevereiro, representantes de entidades ligadas a religiões se manifestaram no Supremo sobre o tema. Na ocasião, o julgamento do processo foi suspenso e retomado nesta quarta.

A representante da União Nacional das Entidades Islâmicas, Quesia Barreto dos Santos, disse que o uso de hábito, do véu islâmico ou de outras vestes similares são prática religiosa, e que sua retirada em público equivaleria a exigir que uma mulher não muçulmana retirasse sua camisa para foto de identificação.

A Associação Nacional de Juristas Evangélicos disse que, entre os direitos de liberdade religiosa e de segurança pública, a corte devia procurar uma solução que preservasse os dois núcleos.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que o uso de véu não impede a identificação e se manifestou contra a exigência de retirada da vestimenta.

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).