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"Somos contra incentivos a grandes empresas", diz candidato Marco Antonio Monje

Candidato ao governo de MS pelo PSTU defende uso das riquezas para trabalhadores.

CRISTINA MEDEIROS E MILENA CRESTANI

28/09/2014 - 14h00
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O Correio do Estado encerra hoje a série de entrevistas com os candidatos ao governo de Mato Grosso do Sul (à exceção de Delcídio do Amaral, que declinou do convite), que foram publicadas aos domingos desde o dia 24 de agosto. Evander Vendramini, do PP, iniciou as respostas aos questionamentos, seguido de Sidney Mello, do Psol,   Nelson Trad Filho, do PMDB,  e Reinaldo Azambuja, do PSDB. Hoje os leitores podem conferir as propostas de Marco Antônio Monje, do PSTU, conhecido como Professor Monje. As publicações ocorrem por ordem de sorteio. Tanto ele quanto os demais candidatos comprometeram-se e cumpriram a solicitação do envio das respostas na mesma data, 19 de agosto, evitando, assim, privilégios posteriores. Nesta entrevista, o candidato fala sobre seu programa de governo, com propósitos voltados à classe trabalhadora e para a construção de uma sociedade socialista.

CORREIO PERGUNTA – Por que pretende ser governador de Mato Grosso do Sul?
PROF. MONJE - Ao olharmos para Mato Grosso do Sul constatamos duas sociedades. Uma onde uma minoria possuidora dos meios de produção é bem atendida nas suas necessidades básicas, tais como: saúde, educação, transporte, moradia... A outra, que vende a sua força de trabalho e é explorada, vê cada dia e cada vez mais longe que as suas necessidades não são atendidas.

O PSTU apresenta o meu nome para a classe trabalhadora de MS com outro proposito em relação às demais candidaturas, dando o pontapé inicial para construirmos uma única sociedade onde não haja exploradores e nem explorados, uma sociedade socialista.

Pacientes ainda sofrem com falta de vagas em hospitais, tendo de esperar horas por transferências para a Capital, onde as unidades estão constantemente superlotadas. Quais são suas metas de investimentos nessa área?

Será necessária uma ampla campanha de exigência junto ao governo federal para que se aplique 10% do PIB já na área de saúde. 

Segundo, que o Estado se comprometa que 100% da sua população seja atendida pelo Programa Básico da Saúde da Família.

Terceiro, apresentar um Plano de Estado em que a saúde seja universal e publica. 

O PSTU defende a estatização de todos os hospitais filantrópicos e privados, assim como as clínicas e ambulatórios médicos para servir ao interesse do Estado.

Quais suas propostas para a educação, buscando melhorar a qualidade de ensino e criar novas oportunidades no Ensino Superior?

O PSTU defende a imediata aplicação dos 10% do PIB na educação. 

Não só para os trabalhadores em educação, mas para todo o funcionalismo público estadual um plano de cargo, carreira e remuneração; a melhoria das condições da infraestrutura de todas as escolas/universidades, assim como melhorias nas condições de trabalho para os trabalhadores em educação.

O PSTU defende um ensino propedêutico, não como algumas correntes do ensino caracterizam o ensino formal desvinculado do ensino técnico. Entendemos que o ensino deva ser integral com o desenvolvimento das potencialidades dos alunos para as artes, para as ciências, para as tecnologias e para a sua formação laboral.

Como pretende fomentar a industrialização do Estado, aliando também a qualificação da mão de obra? Planeja alguma política de incentivo?

É necessário antes de tudo debater esse tema com profundidade junto à classe trabalhadora. Buscar entender cada região do Estado e verificar quais são as suas potencialidades.

Será que as potencialidades de MS são para a industrialização? Será mesmo o melhor caminho para MS? Ou apenas extrair as riquezas de MS para mandar para fora do Estado e/ou do País?

Lembramos que estamos em cima de um dos maiores reservatórios de água do mundo e que temos uma das riquezas mais exóticas do mundo, que é o nosso pantanal.

A partir dessa realidade, vamos planejar o Estado em longo prazo para melhor aproveitarmos as nossas riquezas e delas extrair para atender as necessidades dos trabalhadores. Somos contra qualquer política de incentivo às grandes empresas, pois onera o Estado.

A alta carga tributária, principalmente em relação à alíquota de 17% do ICMS sobre o diesel, é considerada um entrave para o desenvolvimento do Estado. Quais mudanças planeja para tornar MS mais competitivo?

Vamos realizar audiências públicas para debater com a sociedade uma tributação justa. A partir daí, construirmos uma justiça tributária em que quem ganha mais,  paga mais. 

A logística é outro gargalo. Como pretende melhorar rodovias e ferrovias para escoamento da produção?

O PSTU defende que o governo federal reestatize toda a malha ferroviária. 

Não admitiremos que as rodovias de responsabilidade de MS sejam repassadas para o setor privado. Mais que melhorar as rodovias, o Estado deve pensar nos meios de transportes mais baratos, que são as hidrovias e as ferrovias. Mais que utilizá-las para o escoamento de produção,  devemos também pensar em utilizá-las para o transporte de passageiros. Ao utilizarmos esses meios de transporte mais baratos, os produtos que serão colocados à disposição da população de MS deverão cair de preço. 

Quais serão suas ações para reduzir a criminalidade no Estado e, também, aprimorar a segurança na região de fronteira?

O PSTU defende a imediata desmilitarização da Polícia Militar. Constituindo uma única Polícia Civil onde os delegados sejam eleitos pela sua comunidade. A criminalidade se combate com geração de empregos.

Apresentar um plano de obras públicas que atenda às necessidades da classe trabalhadora, tais como: construção de postos de saúde, escolas, moradia e saneamento básico.

Exigir, até que se efetive a desmilitarização, que o governo federal dê as condições necessárias aos policiais federais para que atuem nessas áreas.

A Lei da Ficha Limpa é considerada importante instrumento para barrar políticos que cometeram atos de improbidade. Como o Sr. avalia a eficácia da medida?

Essa lei foi construída pela classe trabalhadora que não aguentava mais ver tanta corrupção e tanta impunidade nos agentes do Executivo e do Parlamento.

Serve para inibir a corrupção, mas o PSTU defende, além da Lei Ficha Limpa, que deva haver punição rigorosa dos corruptos e que todos os seus bens sejam confiscados para atender a população.

Perfil
Formou-se em Educação Física pela Universidade de Mogi das Cruzes em 1985, e em Psicologia pela UFMS no ano de 1996. Possui especialização em Bases Fisiológicas do Treinamento Desportivo e é mestre em Educação pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). Atualmente é professor de Educação Física  na rede pública municipal de Corumbá. Iniciou a vida política no movimento estudantil e atuando no movimento sindical dos professores de Corumbá. Filiou-se ao PSTU, foi candidato ao Senado, à Prefeitura de Corumbá e a vice-governador de MS, mas não foi eleito. 

CHIQUINHO-BRAZÃO

Processo de cassação de Chiquinho Brazão será instaurado na Câmara em abril

O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e líderes partidários acordaram que não vai haver sessões na próxima semana

27/03/2024 15h00

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O pedido de cassação do deputado Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ) apresentado pela bancada do PSOL já está no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, segundo o presidente do colegiado, Leur Lomanto Júnior (União Brasil-BA).

O deputado diz que o processo chegou no colegiado nesta quarta-feira (27) e que a ideia é que ele possa começar a ser analisado na segunda semana de abril, quando haverá novas sessões na Câmara.

O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e líderes partidários acordaram que não vai haver sessões na próxima semana, por causa do prazo final da janela partidária (quando os vereadores que querem concorrer às eleições de 2024 podem trocar de partido).

"Como a semana que vem está prejudicada pelo prazo das filiações partidárias, os membros do conselho não estarão em Brasília. Então a reunião será feita na semana seguinte. Para instaurar o processo e o sorteio do relator", diz Lomanto Júnior.

Ele afirma que a matéria seguirá o trâmite normal, como todas as outras representações que são analisadas pelo colegiado. "Mas, obviamente, por envolver prisão de parlamentar tem que ter uma atenção maior", diz.

Brazão foi preso na manhã de domingo (24) sob suspeita de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL). À noite, a executiva nacional da União Brasil determinou a expulsão do parlamentar do partido com o cancelamento de filiação partidária, numa decisão unânime entre os presentes.
A bancada do PSOL na Câmara protocolou a representação por quebra de decoro parlamentar na segunda (25).

"O autor intelectual da morte de Marielle Franco e Anderson Gomes não pode estar como representante da Câmara dos Deputados. Sua cassação é urgente e sua presença, uma vergonha para a Casa", diz o documento.

Os parlamentares afirmam também que Brazão "desonrou o cargo para o qual foi eleito, abusando das prerrogativas asseguradas para cometer as ilegalidades e irregularidades" expostas na representação.

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ELEIÇÕES 2024

PSD convida o vice-governador para se filiar e disputar prefeitura de Dourados

O senador Nelsinho Trad, presidente estadual do partido, confirmou as negociações com Barbosinha para a filiação

27/03/2024 08h00

O vice-governador Barbosinha, durante evento político no interior do Estado com o senador Nelsinho Trad Reprodução

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O vice-governador José Carlos Barbosa, mais conhecido como “Barbosinha”, deve trocar o PP pelo PSD para concorrer à prefeitura de Dourados nas eleições do próximo dia 6 de outubro.

A informação foi confirmada pelo senador Nelsinho Trad, presidente estadual do PSD, ao Correio do Estado, explicando que as negociações do partido com o vice-governador já estão bem adiantadas e podem ser concretizadas nos próximos dias.

“Sim, existe essa tratativa, que foi iniciada pelo deputado estadual Pedro Pedrossian Neto, mas, ainda não se concretizou, só se concretiza depois que o Barbosinha assinar a ficha de filiação ao PSD”, pontuou, explicando que o governador Eduardo Riedel (PSDB) está ciente do convite feito ao vice-governador.

O senador completou para o Correio do Estado que Barbosinha é um quadro importante para o PSD e para qualquer outro partido do Estado, pois se trata do vice-governador.

“Por onde ele passou sempre se destacou e fez um bom mandato, então, nada mais natural que o PSD fosse buscar a sua filiação”, ressaltou, completando que já comunicou sobre o convite o presidente nacional do partido, Gilberto Kassab. 

“Não tem como em uma situação dessa o presidente Kassab não estar participando das tratativas e de forma ativa no processo. Temos até o dia 6 de abril para fazer essa troca partidária e, até lá, vamos ter de aguardar a resposta do Barbosinha”, adiantou.

"Existe essa tratativa, que foi iniciada pelo deputado estadual Pedro Pedrossian Neto, mas, ainda não se concretizou, só se concretiza depois que o Barbosinha assinar a ficha de filiação ao PSD”, Nelsinho Trad explicando o convite ao vice-governador para se filiar ao partido

Nelsinho acrescentou que a confirmação do convite ao vice-governador aconteceu em uma agenda política no município de Deodápolis (MS) no início deste mês. 

O presidente estadual do PSD pontuou que a vinda de Barbosinha não é apenas para disputar a prefeitura de Dourados, mas também para ajudar na reestruturação da legenda, que perdeu e está perdendo nomes importantes nos últimos dias.

PRÉ-CANDIDATURA

No início do mês deste mês, em entrevista ao programa “A Hora da Verdade”, da Rádio Grande FM, o vice-governador já tinha confirmado que seria pré-candidato a prefeito de Dourados nas eleições municipais deste ano e inclusive informou sua pretensão ao governador Eduardo Riedel.

Ele explicou que não tinha confirmado antes a sua pré-candidatura porque como vice-governador não poderia deixar questões políticas locais sobreporem o desenvolvimento de Dourados e os vínculos do município com o governo do Estado.

“Eu entendia que, me posicionando politicamente de forma antecipada, poderia colocar o assunto político acima do desenvolvimento de Dourados. Por essa razão e para, sob nenhum aspecto de eventual discordância política local, prejudicar o relacionamento do município de Dourados com o governo do Estado, não falava da minha intenção de sair candidato”, disse.

No entanto, ressaltou o vice-governador, chegou o momento de falar que o seu nome está à disposição para participar do processo eleitoral municipal.

“Porém, agora, a população de Dourados terá de se manifestar sobre isso porque eu não posso ser candidato de mim mesmo. Eu não posso postular essa condição só por minha vontade, é preciso que a população seja consultada”, argumentou.

Barbosinha lembrou que na eleição passada, quando disputou o cargo de prefeito, era considerado o velho e o atual prefeito Alan Guedes (PP) “era o novo, o douradense de nascimento e criou-se essa grande expectativa em torno dele”. 

“Penso que, quem se dispõe a ocupar um cargo Executivo, precisa ter histórico de vida, ter um legado de prefeito aos 23 anos de idade, de advogado, de professor universitário, de cidadão sul-mato-grossense de coração, mas goiano de nascimento e que escolheu Dourados para poder viver”, pontuou, referindo-se ao próprio currículo.

Ele completou também a experiência como presidente da Sanesul, quanto teria pegado a estatal quebrada e a transformou em uma das maiores companhias de saneamento do Brasil, bem como da modernização da Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) sob a sua gestão e dos dois mandatos como deputado estadual. 

“Coloquei tudo isso à disposição de Dourado na eleição passada, mas o eleitor optou por outro caminho e, com o respeito que tenho ao eleitor, quando proclamaram o resultado, eu parabenizei o prefeito eleito, desejei que Deus o abençoasse e cuidasse do seu mandato, além de agradecer aos votos que recebi e penso que é assim que todo político tem de se comportar. Agora, mais uma vez estou colocando o meu nome à disposição para que o eleitor de Dourados diga se deseja me manter como vice-governador lá em Campo Grande ao lado do governador Riedel, ou se quer essa experiência na administração da cidade”, reforçou.

Barbosinha também fez questão de dizer que não é candidato por vingança ao resultado da última eleição.

“Minha candidatura é porque acredito que a população deseja mudança e quero apresentar projetos qualificados para poder promover essas mudanças que Dourados precisa. Há muito tempo o município precisa de um choque de gestão”, garantiu.

O vice-governador revelou que conversou com o governador Eduardo Riedel e ele teria respeitado a decisão de colocar o seu nome para disputar a prefeitura de Dourados. 

“Agora, eu sei que isso depende da resposta que a população vai dar nas pesquisas e nos indicadores eleitorais porque a população pode entender que o Barbosinha tem de continuar em Campo Grande como vice-governador. Ou que o Barbosinha tem de disputar as eleições para que possa, na eventualidade, colocar toda essa experiência a serviço do município”, assegurou.

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